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EDUCAÇÃO A NECESSIDADE DO ATO DE LER

Por:   •  22/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.344 Palavras (10 Páginas)  •  528 Visualizações

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  1. A NECESSIDADE DO ATO DE LER

O ato de ler tem grande representatividade no processo de aprendizagem do indivíduo, uma vez que, a leitura não é somente ler por ler, mas sim, fazer uma leitura minuciosa do texto lido. Sabe-se que trabalhar textos em sala de aula, não é tarefa fácil, pois muitos alunos não têm o hábito de ler, demonstrando muita dificuldade e forte resistência para praticar tal atividade. Haja vista que ler não é mera decodificação de sinais gráficos de uma língua, é interação, interpretação contextualizada e a escrita exige uma elaboração mais sofisticada do que a oralidade.

A leitura é muito ampla e magnífica quando realizada com prazer. Ela abrange desde a percepção do mundo até as diferentes formas de compreender os ambientes e os indivíduos. Essa percepção é encontrada no livro, o que possibilita a nós a capacidade de aprender e construir nosso próprio conhecimento.

Despertar o ato de ler é de grande valia para o desenvolvimento cognitivo da criança, a qual irá perpassar por todas as fases de ensino e aprendizado. O incentivo à leitura apresenta resultado na aprendizagem do aluno e contribui para que alcance quaisquer interesse. Desse modo, a prática de leitura oferece auxílio ao aluno, ampliação de conhecimento e desenvolvimento sociocultural.

A leitura também é desenvolvida de acordo com o nível de maturação do ser humano. Ele só aprende quando lhe convém, ou seja, ele só vai conseguir desenvolver a leitura de acordo com seu interesse e motivação.  

As teorias sobre desenvolvimento da leitura dizem que essa prática promove a ampliação de conhecimento da criança, apura o senso crítico, proporciona entretenimento, enriquece o vocabulário, aprimora a escrita nas redações, desenvolve o afeto e diminui as dificuldades acadêmicas.

A leitura começa acontecer mesmo antes de se conhecer a palavra. Essa leitura é chamada de “Leitura de Mundo”. De acordo com Paulo Freire (1989) “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente” (FREIRE, p.09, 1989).

A leitura de mundo é uma necessidade para se compreender a leitura da palavra. No Livro “A Importância do ato de ler”, Paulo Freire conta sobre a leitura na época da infância e afirma que a leitura de mundo para ele sempre foi fundamental, pois “a decifração da palavra fluía naturalmente da ‘leitura’ do mundo particular” (FREIRE, p.11, 1989).

 De acordo com ele, a leitura da palavra jamais representou uma ruptura com a leitura de mundo, pois estão intercaladas, interligadas. “Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela” (FREIRE, 2002, p. 15). Assim, essa atitude fará com que a criança tenha a oportunidade de criar hipóteses, imaginar situações que intercalam o real e o imaginário em que está inserida.

A leitura é de fundamental necessidade para enriquecer o aprendizado do aluno e aguçar o gosto prazeroso pelo ato de ler e escrever. Quando realizada no âmbito escolar, a escola é o ambiente responsável por fazer aflorar na criança o gosto pela leitura. Vale lembrar que a ajuda da família nessa questão é de fundamental necessidade.

A necessidade do ato de ler implica no educador criar uma prática concreta de construção da história inserindo as crianças que se encontram em processo de alfabetização, nessa prática, na qual os dois são sujeitos ativos.

“... ser professor já não pode mais ser o exercício puro e simples da capatazia (ou o exercício da gerência). É ser do aluno interlocutor ou mediador entre o objeto de estudos (no caso, o texto) e a aprendizagem que vai se concretizando nas atividades de sala de aula. Cada um sendo um outro, portanto, uma possível medida, o confronto dos pontos de vista fazem da sala de aula um lugar de produção de sentidos (GERALDI, 1997, p. 112).

A leitura na alfabetização abre um leque de informações que não cabe somente nos livros didáticos, os quais muitas vezes vêm com textos fragmentados e faz com que a leitura caminhe para essa fragmentação.

O período de alfabetização e letramento são as fases mais importantes na vida do estudante, pois é a base para um aprendizado concreto. Isto é, são consideradas de suma importância na formação leitora da criança nas séries iniciais. É nessa fase que ela vai conseguir desenvolver habilidades de leitura para a obtenção de uma escrita de qualidade.

Alfabetização é considerada como um momento de aquisição da leitura e escrita, já o letramento é o desenvolvimento competente do uso dessas nas várias esferas sociais. É nesse contexto que entra o papel do educador, o qual irá desenvolver relações horizontais com os alunos por meio de diálogos. Esse diálogo abrirá espaço para a confiança, da qual nascerão perguntas e questionamentos acerca do conhecimento obtido.

Esse ponto de vista remete ao pensamento de que o professor é aquele que inspira e fascina o aluno. O conselho de Cury (2013) é: “Seja um mestre fascinante. Inspire a inteligência dos seus alunos, leve-os a enfrentar seus desafios e não apenas a ter cultura informativa” (CURY, 2013, p.47).

Dentro desse contexto, a leitura precisa ser prazerosa, mas para isso é preciso que o docente trabalhe o hábito de ler de uma maneira mais contextualizada onde possa envolver a realidade dos alunos. Essa é uma realidade imprescindível do ato da leitura, pois esse envolvimento com a bagagem que o aluno já carrega contribui positivamente para uma maior compreensão do que está sendo lido.

Esse tipo de leitura cabe principalmente, aos alunos do ensino fundamental II, os quais vêm passando por crises relacionadas ao hábito de ler. Essas crises envolvem as dificuldades em interpretar e compreender um texto. Para comprovar esse argumento, Geraldi (1984) destaca que “(...) a característica básica ante o texto é o objetivo do leitor, ou seja, o leitor deve extrair do texto uma informação. Sabendo fazer isso, já é um grande passo para que o leitor comece a ter o gosto pela leitura (...)” (GERALDI, 1984 p. 24).

A necessidade do ato da leitura implica em desenvolver várias habilidades de interpretação em todas as disciplinas e não somente em português, pois o maior erro das questões de matemática acontece por falta de interpretação do enunciado dos problemas.

A grande maioria dos problemas que os alunos encontram ao longo dos anos de estudo, chegando até a pós-graduação é decorrente de problemas de leitura. O aluno, muitas vezes não resolve problemas de matemática, não porque não saiba matemática, mas porque não sabe ler o enunciado do problema (CAGLIARI, 2009, p.130).

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