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EJA Contexto Histórico e Desafios da Formação Docente

Por:   •  11/5/2017  •  Dissertação  •  1.205 Palavras (5 Páginas)  •  1.065 Visualizações

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      EJA Contexto histórico e desafios da formação docente

        A história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil vem acompanhada de enumeras reflexões pedagógicas, que buscam uma mobilização em favor da educação do povo. Porém se recorremos ao início da educação no Brasil, no período em que ainda estávamos sendo colonizados, podemos notar que a educação não era nem de longe para todos, mas apenas para aristocratas portugueses, mas a  medida em que o desenvolvimento urbanizou e tornou a sociedade industrializada, houve a necessidade então de as escolas passarem a ter função de educarem para a vida e para o trabalho. Apesar da grade crise na educação nesse momento, devido a evasão escolar, no ano de 1876 já haviam no Brasil 117 escolas espelhadas pelo país. A educação até a Primeira Guerra Mundial, era discutida no Parlamento por alguns políticos interessados no temas, após a Guerra, com um aumento ainda maior da urbanização e da industrialização, forma-se a nova burguesia urbana que exigiam o acesso a educação, revindicavam uma educação acadêmica e elitista, enquanto o resto da população seguia analfabeta e inferiorizada. Foi nesta época que surgiram os primeiros profissionais da educação que defendiam uma educação tecnicista.                                                                        Podemos notar que cada período histórico traz diferentes discussões e definições em torno a educação de adultos, sempre trazendo consigo lutas ideológicas e políticas, por muitas vezes com consequências pedagógicas sérias ao processo educativo dos que buscam tardiamente suas escolarização. A partir da revolução de 1930 é que se consolida um sistema de educação elementar, pois a demanda da industrialização e urbanização exigia a ampliação da escolarização de adolescentes e adultos, inclusive, em 1934 é que o ensino primário se torna gratuito e a frequência obrigatória, extensiva aos adultos. Que desde então se mantem em nossa constituição. Mas foi na década de 40 que o ensino para adultos toma força e espaço, com varias iniciativas politicas e pedagógicas, como a regulamentação do FNEP, a criação do INEP, o surgimento das primeiras obras dedicadas ao supletivo, o lançamento do CEAA, entre outros acontecimentos. Com o desenvolvimento nos países em meados dos anos 50 a educação tem grande importância no que se referia a preparar mão-de-obra para cobrir a demanda das indústrias e este panorama se manteve até meados dos anos 60. O Segundo Congresso Nacional de Educação de Adultos constituiu-se um marco histórico para a área. Paulo Freire neste período, apesar de não ter um grande envolvimento com o analfabetismo, já liderava um grupo de educadores com um relatório intitulado: A Educação de Adultos e as populações Marginais: o problema dos mocambos. Defendia e propunha uma educação de adultos que estimulasse à colaboração, a decisão, a participação e a responsabilidade social e política. Freire possuía uma técnica original e coerente no qual a teoria informava a técnica pedagógica e seus meios, visando o trabalho de educação popular, em particular a alfabetização, sua maneira de educar foi chamada de Pedagogia da Libertação ou Pedagogia dos Oprimidos. Paulo Freire entendia que o aluno não apenas sabe da realidade em que vive, mas também participa da sua transformação.        Diversos grupos de educadores passaram a pressionar o governo federal para que os apoiassem e estabelecessem  uma coordenação nacional de iniciativas, foi então em 1964 que aprovou-se o Plano nacional de Alfabetização que previa a disseminação por todo  o Brasil de proposta orientada por Paulo Freire.  Algumas mudanças políticas e econômicas interferem no processo educacional, e com o período do regime militar pouco se alfabetizou, pois a educação passa a ser algo superficial até se instalar a Democracia, onde se define uma nova concepção de educação de jovens e adultos a partir de Constituição Federal de 1988, que garantiu avanços no campo do EJA, por exemplo, que a educação passa a ser direito de todos, independente da idade. Apesar do artigo que definiu na constituição a educação como​ ​“direto de todos”, chegamos à década de 90 com políticas públicas​ ​educacionais pouco favoráveis a este setor, porque os programas que foram​ ​ofertados após 1988 estiveram longe de atender a demanda populacional.​ ​Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação​ ​Nacional-LDBEN nº 9394/96, promulgou-se a primeira referência sobre a EJA​ ​e o Conselho Nacional de​ ​Educação emite Parecer reconhecendo a dívida social e a necessidade de​ ​investimento pedagógico nesta modalidade de Ensino.​ ​É então, discutida e implementada ​um​a proposta para as​ ​escolas da rede estadual de ensino do Estado do Rio Grande do Sul, e em​ ​particular neste trabalho apresentou-se a realidade de uma escola no interior​ que oferecia ensino noturno e enfrentava muitas dificuldades com​ ​relação ao grande número de evasão, repetência e pouca motivação de alunos​ ​e professores. A Secretaria Estadual de Educação organizou diretrizes​ ​específicas para o ensino estadual e delimita a proposta política pedagógica​ ​para EJA​ afim de tentar uma mudança nesse panorama.​ A identificação com ​a proposta​, e o tema abordado foram fatores​ ​relevantes na escolha dos professores​ para formar a equipe que trabalharia nesta escola. Como estes educadores não haviam trabalhando com adultos era sem dúvidas um grande desafio para eles a EJA, por isso era extremamente importante que os mesmos estivessem abertos e dispostos a pesquisas, à (re)construção de novos paradigmas e talvez o mais importante, não deixar de formar-se e transformar-se como educador, buscando uma formação continuada. ​A Proposta Pedagógica da Educação de​ ​Jovens e Adultos era somente um ideal, que através da construção coletiva​ ​poderia se tornar algo real.​ Outro aspecto importante desse corpo docente que fora formado, é que cada educador deveria ser parte do projeto, e é através do diálogo que se permitem repensar, recriar e (re)elaborar a prática​ ​docente e enfatizar a educação de jovens e adultos​​​.                                                                                                 Desta forma, percebe-se que o ensinar adultos exige dos professores o​ ​domínio de novos saberes docentes ou saberes profissionais, apoiados por​ ​saberes práticos adquiridos pela experiência​,​ o “saber fazer” que trata da sabedoria acumulada​ ​através da prática​ ​pessoal e coletiva, e que são aprendizagens cotidianas​. Portanto, fica bem claro que o professor do EJA deve estar disposto a uma busca constante de novos saberes, afim de chegarmos a uma educação que transforme o educando, tornando-o reflexivo, consciente e critico.​

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