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EXPERIÊNCIA EM CLÍNICA NEURO PSICOPEDAGÓGICA

Por:   •  28/1/2018  •  Artigo  •  3.255 Palavras (14 Páginas)  •  157 Visualizações

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EXPERIÊNCIA EM CLÍNICA

NEUROPSICOPEDAGÓGICA

Zulmar Teresinha Barbosa Corrêa[1] 

Ana Paula Uliana Mason[2] 

Resumo

Este artigo apresenta o resultado do estudo de caso de I.A.G , estudante de uma escola pública estadual, realizado no Instituto Expansão Sistêmica – Clínica de Psicologia Sistêmica – Tubarão-SC. O trabalho discorre em uma sequência de atendimentos, totalizando dezessete sessões neuropsicopedagógicas realizadas através de anamnese, avaliação, diagnóstico e intervenção. Os instrumentos de avaliação neuropsicopedagógicos são padronizados e buscam investigar como se processa a aprendizagem no indivíduo e a origem da dificuldade que ele apresenta. O diagnóstico neuropsicopedagógico servirá para indicar as intervenções facilitadoras para que a criança compreenda e consiga superar os impedimentos para a sua aprendizagem. As famílias que buscam para seus filhos auxílio na neuropsicopedagogia, querem entender os motivos do fracasso escolar na tentativa de solucioná-los. Os pais muitas vezes enxergam a dificuldade de aprendizagem como algo doentio, que pode ser curado, absorvendo um discurso social escolar, conforme aponta Rubinstein (2003). Neste sentido, a neuropsicopedagogia traz sua contribuição desmistificando esse discurso e construindo outro olhar, recusando padrões preestabelecidos, normatizadores de ensino e homogeneização da aprendizagem. A diretriz teórica deste trabalho é inspirada nas pesquisas voltadas à Neurociência aplicada à Educação e a Psicologia Cognitiva, principalmente, os trabalhos de Russo (2015) como referências norteadoras.

Palavras-chave: Avaliação. Aprendizagem. Intervenção Neuropsicopedagógica.

1 INTRODUÇÃO

Os estudos científicos sobre a mente e o cérebro humano, relacionados ao processo de pensamento e aprendizagem, revelam inúmeras descobertas. Essa revolução em relação a esses estudos segundo Bransford, Brown; Cocking (org.) (2007) assinalam que essa ocorrência nas últimas décadas obteve um impacto importante para a educação.

Neste sentido, novos tipos de colaborações científicas tornaram o estudo mais visível, como o importantíssimo estudo das teorias de cientistas cognitivos, que investem em testes que são aplicados por professores em salas de aulas, refinando suas teorias. Os autores apontam ainda, que essa evolução se dá com as pesquisas das variadas áreas, como por exemplo: psicologia cognitiva; aprendizagem e transferência; neurociência; psicologia social; antropologia e tecnologias emergentes.

        Corroborando, Russo (2015) assinala que com os atuais estudos da neuropsicopedagogia novas pesquisas vêm surgindo, somando a essas novas contribuições. A autora ainda aponta que a busca teórica e prática desses profissionais que trabalham em clínicas são sustentadas pela Neurociência e Educação, indicando que, “[...] embora estude o funcionamento do cérebro e o comportamento humano, tem os alicerces de sua prática nas teorias de aprendizagem e nas estratégias para o ensino-aprendizagem” (RUSSO, p.17, 2015).

Parafraseando, Russo (2015) indica ainda que, a abordagem neuropsicopedagógica vem contribuir na compreensão e ampliação do olhar para este sujeito que apresenta dificuldades, transtornos, síndromes ou altas habilidades de aprendizagem, como um sujeito que aprende diferentemente dos outros e que pode aprender com outro estilo de ensinar e apreender.

        As Avaliações da neuropsicopedagogia clínica são validadas através de testes e avaliações padronizadas, com métodos estruturados e instruções específicas. Os resultados são descritos dentro de uma média e desvio-padrão que permitem obter um resultado quantitativo, não impedindo de ser interpretados qualitativamente.

Já, as Intervenções Neuropsicopedagógicas são focadas nos resultados da Avaliação do sujeito, realizadas por esse profissional. São estratégias cognitivas de aprendizagem voltadas às estimulações mentais, para que as dificuldades encontradas na avalição sejam encaradas dentro de um processo possível de aprendizagem.

2 ATENDIMENTO CLÍNICO

        É no atendimento clínico neuropsicopedagógico que o profissional habilitado conhece e atua na dificuldade apresentada do consulente, sempre visando auxiliar na evolução do quadro exibido.

Conhecer esse indivíduo, sua história, suas dificuldades, definir os instrumentos de avaliação e intervenções para estimular a cognição, memória, atenção, percepção, são etapas dos atendimentos que acontecem dentro do contexto de uma clínica.

O consulente, I.A.G, de oito anos de idade, do sexo masculino, nasceu de parto prematuro aos seis meses. Gêmeo de uma menina que acabou falecendo aos dois dias de vida. A mãe apresentou eclampsia em sua gravidez e, em consequência desse fato, o menino apresentou complicações na formação e amadurecimento pulmonar fetal.

Segundo o relato da mãe, o pediatra acompanhou a criança até três anos de idade, por suspeita de possível atraso no desenvolvimento infantil. Foi amamentado até os nove meses com complementação. A criança também adquiriu pneumonia, mais ou menos aos dois anos de idade. O pai teve problemas com alcoolismo durante a gestação. I.A.G apresentou dificuldade de sucção, mas, apesar desse fato foi amamentado até aos nove meses com alimentação complementar.

No que se refere ao Desenvolvimento Psicomotor, fixou a cabeça aos cinco meses; não engatinhou; usou andador até sete meses de idade; ficou em pé aproximadamente aos dez meses e caminhou com um ano e dois meses.

Estudante do segundo ano do ensino fundamental de uma escola de ensino público, da rede estadual de Santa Catarina, o menino trocou de escola duas vezes durante o ano letivo de 2016, havendo troca de professor quatro vezes durante o ano letivo.

O que motivou a mãe a procurar o atendimento foi à busca por orientação e pela possibilidade de ajuda para o problema que enfrentava perante a aprendizagem de seu filho. A dificuldade de leitura, escrita, bem como, demonstrações de agressividade na escola, foram os motivos apresentados e refletidos em anotações na agenda escolar e convocações para a mãe comparecer na escola.

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