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Educação de Jovens e Adultos

Por:   •  24/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.732 Palavras (15 Páginas)  •  210 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA

PÓLO VITÓRIA – ESPÍRITO SANTO

CURSO DE PEDAGOGIA

ALESSANDRA MARIA DA SILVA  RA: 446231

LETYCIA RODRIGUES DOS SANTOS COELHO  RA: 446233

Educação de Jovens e Adultos

TUTOR PRESENCIAL: ENIR LUIZ DE BARROS

VITÓRIA 2015

A importância da Educação de Jovens e Adultos na sociedade atual

A proposta da ATPS é uma atividade muito importante por tratar de uma modalidade de educação tão peculiar: a educação de jovens e adultos, ou simplesmente EJA como é mais conhecida nos meios sociais. Reconhecer a sua importância na sociedade atual é buscar minimizar a distancia de indivíduos jovens e adultos que de certa forma perderam a idade certa para a escolarização.
Entendemos que a EJA é um campo onde residem as práticas e reflexão que busca em termos pedagógicos ultrapassar esses limites da escolarização em sentido estrito, dando autonomia e resgatando a cidadania e dignidade do indivíduo.
Na EJA todo o processo educativo leva em conta que tais processos são diversos, e este precisa fazer a inclusão desses jovens e adultos a fim de trazer-lhes educação profissional, atendendo a demanda de mercado, por isso, buscar oferecer qualificação profissional além de desenvolvimento comunitário.
Não se pode deixar de lado, perceber que o modelo de escola regular definidamente com tempos e espaços tão delimitados, apresenta-se como inviável no sentido de alcançar este tipo de público alvo. Por isso, os processos de escolarização de jovens e adultos, precisa, sobretudo, de planejamento e todo processo educativo que se dirijam efetivamente a esse tipo de aluno. Nesse sentido, deve entender a formulação política e a reflexão pedagógica no EJA:


Assim, por impulsos diversos, a educação de jovens e adultos é convidada a reavaliar sua identidade e tradição, reelaborando os objetivos e conteúdos de formação política para a cidadania democrática que seus currículos sempre souberam explicitar. Cidadania é um conceito histórico, que comporta interpretações mutáveis e diversas. Os debates atuais sobre os objetivos da educação para a cidadania privilegiam a formação de sujeitos livres, autônomos, críticos, abertos à mudança, capazes de intervir em processos de produção cultural que tenham alcance político. (PIETRO; JÓIA; p. 74, 2013).

Atualmente, educadores em geral, especialistas em educação de jovens e adultos têm percebido que referente às necessidades formativas das novas gerações, incluindo aí, os jovens e adultos, dever ser incorporados temas relevantes da cultura contemporânea à base curricular tradicional.
Educadores no EJA têm nos Parâmetros Curriculares Nacionais propostos pelo MEC, orientação e apoio no tocante à interdisciplinaridade e transdisciplinaridade inseridos em alguns conteúdos temáticos que perpassam se não todas, pelo menos em duas ou três as disciplinas e áreas de conhecimento. No sistema de ensino brasileiro, amparado por dispositivo legal, temos guia, entretanto, não se pode deixar de lado, que além da lei em si mesmo, pensadores, educadores em geral, especialistas da EJA devem observar a relação tão direta que a modalidade precisa ter com a sociedade como nos aponta os PCN’s:

Quatro temas relacionados às mudanças societárias operadas nesta transição de milênio parecem-nos muito relevantes para o currículo do ensino fundamental para jovens e adultos: meios de informação e comunicação; diversidade étnico-racial e multiculturalismo; meio ambiente e qualidade de vida; relações sociais de gênero e direitos da mulher. (PCN/EJA, p. 217, 2006.).


Entendendo que a modalidade de ensino EJA é muito peculiar no tratamento no processo educativo de jovens e adultos leva-se em conta a sua peculiaridade no momento do pensar, desde já no Planejamento Pedagógico para essa modalidade. E sobre isso, pensamos o papel/importância do planejamento na Educação de jovens e adultos: 

O papel do plano didático Em inúmeras situações de nossas vidas, mesmo nas mais corriqueiras, como uma ida às compras ou a realização de uma festa de aniversário, temos que planejar, ou seja, estabelecer antecipadamente um plano organizado de ações visando atingir algum objetivo. Temos que considerar que estratégias usaremos, que recursos e que tempo serão necessários, que etapas deverão ser percorridas. (PCN/EJA, p. 217, 2006.).


Portanto, reconhecemos relevância na execução de planos e que podem ocorre imprevistos, mas que poderão se revistos e adaptados; entretanto, isso não se impede de que o papel orientador se planeje. Assim sendo, ao comparar o que se planejou com o que foi realizado, reunimos elementos para melhoria nos planos futuros além de garantir melhor processo educativo.


Características do Educando da Educação de Jovens e Adultos


Quando falamos na educação de jovens e adultos, precisamos observar as entro desse modelo educativo, temos na LDB 9394/96 regulamentação, na seção V no Art. 37º, que não somente legaliza a EJA, mas que também aponta direcionamentos e desdobramentos quando diz:

A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. (LDB, 9394/96, Art. 37).

Assim sendo, segundo a LDB 9394/96, determina que os sistemas de ensino devam manter cursos e exames para realização de suplência de estudos, de acordo a base nacional comum do currículo a fim de habilitar o jovem e adulto a prosseguir nos estudos em caráter regular. 
Por isso, quando nos referimos às características do educando da Educação de Jovens e Adultos, temos de pensar do indivíduo que a no nível de conclusão do ensino fundamental, para aqueles maiores de quinze anos e já no nível de conclusão do ensino médio, os maiores de dezoito anos.
Entendemos que os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educando por meios informais, reconhecendo a educação assistemática e informal serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais dão base e orientação daquilo que a LDB 9394/96 instituiu. E é lá nos PCN’s que encontramos esse amparo, desde o processo da escola do livro didático até o processo de ensino efetivamente realizado em sala de aula.
Dentro das características vistas acima do educando na EJA, educadores entendem que o domínio do sistema alfabético é importante para a compreensão do mecanismo básico da escrita, e conseqüentemente, a efetivação da alfabetização e letramento. Para isso, a ajuda de escritores mais experientes é sempre um recurso útil e o dicionário, um companheiro indispensável para as dúvidas.

Para ter sucesso nessa aprendizagem, é preciso desenvolver atitudes como o interesse pela leitura e pela correção da escrita, perseverança e paciência co-ritmo de realização das tarefas dos companheiros e com seu próprio processo de aprendizagem. O professor deverá propor atividades que favoreçam a troca de informações entre os colegas, em que o desafio seja a escrita significativa e a ampliação de conhecimentos e não a repetição mecânica de exercícios desvinculados do que o aluno já sabe. O domínio da leitura também será favorecido se os educandos tiverem acesso a textos interessantes, que desafiem sua curiosidade (PCN/EJA, p. 28, 2006.).


Pensando nas características sociais e psicológicas desse educando, já compreendido na LDB e nos PCN’s, além de textos e relatórios da UNESCO e outras instituições, o educador na EJA tem uma postura profissional tão distinta quanto à necessidade do seu público alvo.
Por isso na atividade educativa bem como em outras atividades mais complexas, urge estabelecer planos com melhores formalizações e atendendo a requisitos para essa modalidade. Alem de que nesses processos de ensino e aprendizagem exijam uma duração temporal relativamente longa. Por isso, entendemos que tudo começa nos planos didáticos de que os PCN’s dizem:

A elaboração de bons planos didáticos exige uma grande dose de criatividade do professor eum conhecimento razoável de como se realiza o processo de aprendizagem dos conteúdos. Sua primeira tarefa é estabelecer e ordenar os objetivos de sua ação, para o que o currículo é um parâmetro indispensável (PCN/EJA, p. 209, 2006.).

É preciso prever também como se fará a avaliação para se recolher indicadores do grau de alcance dos objetivos por parte de cada um dos alunos nas várias fases do processo, além de se ter em conta que as intervenções do educador, em todo o processo educativo, faça a adequação necessária das atividades.


(...) as possibilidades de estabelecer conexões entre eles são inúmeras. Este é um modo também de evitar uma excessiva dispersão de assuntos, o que poderia dificultar o processo de aprendizagem os educandos nesses estágios iniciais. A escolha de um eixo temático deve ser feita considerando sua relevância para o grupo de educandos e seu potencial didático, ou seja, as possibilidades que oferece para que sejam trabalhados os conteúdos curriculares de modo adequado. (PCN/EJA, p. 209, 2006.).

Enfim no processo de sua elaboração, é imprescindível que se estabeleça o modo a favorecer que os alunos ele estabeleçam as relações entre esses diversos tópicos e divisões dos conteúdos, assim, permitindo que aconteça uma aprendizagem mais significativa.





estratégias para melhorar a qualidade de intervenção do formador em atuação na EJA e contribuições de Paulo Freirepara a Educação de Jovens e Adultos

Quanto às estratégias de melhoria da qualidade na intervenção do formador em atuação na EJA, pode dizer que passa pelas contribuições do educador Paulo Freire. No seu conceito ressalta uma educação humana e inclusiva, vendo o educando como gente no processo ensino-aprendizagem.
Segundo (Josgrilbert, 2013), enfatiza que Paulo Freire traz uma proposta de alfabetização que atende a todos os pressupostos que queremos alcançar, pois no estudo de sua proposta, há reflexões o ponto de partida na vida humana individual, dentro de uma comunidade, de uma cultura, em convivência com o outro; assim sendo, há quem assuma uma postura menos ingênua e mais consciente diante da educação de jovens e adultos que é a importância da vida humana e o valor do outro no processo pedagógico.
Mais do que nunca, a escola precisa rever seu papel na sociedade, e nesse novo papel ela deve mudar o seu método de construção da cidadania àquela proposta pela teoria neoliberal, por outra construção em que exclua a pedagogia de opressão a fim de construir uma pedagogia libertadora. E assim, tanto professores/professoras quanto educandos se sintam participantes de um projeto de transformação desta realidade. Paulo Freire apresenta a ética como o fio condutor de sua postura profissional e de vida:
A ética de que falo é a que se sabe traída e negada nos comportamentos grosseiramente imorais como naperversão hipócrita da pureza em puritanismo. A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por essa ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens, ou com adultos, que devemos lutar. E a melhor maneira de lutar por ela é vive-la em nossa prática, é testemunhá-la, vivaz, aos educandos em nossas relações com eles (Josgrilbert, 2013 apud Freire, p. 17, 1996).


Considerando a dimensão da educação de jovens e adultos, vemos que no método de alfabetização que criou, Paulo Freire ressalta que a leitura é apenas uma parcela de aprendizagem, mas que há outras perspectivas de vida. Viu na alfabetização pelo seu método que o educando a partir da leitura do seu mundo, começa leitura da palavra, assim, inicia-se o processo transformador. E Complementa:

A conscientização é fruto de um compromisso histórico, é ato de ação e reflexão, exigindo que os homens assumam o papel de sujeitos da história, que lutem pela sua existência, não se acomodando às condições em que se encontram; a conscientização convida o homem assumir uma posição frente ao mundo. Sua proposta apresenta um enfoque político, relacionado à identidade cultural do alfabetizando no processo emancipatório de luta, na procura de diminuir o distanciamento cultural e social do analfabeto, vivente de um mundo letrado, na busca de seu espaço por uma vida melhor, que minimize a violência cultural da exclusão, da discriminação, da opressão. (STRECK, 2013.). 



Sendo assim, o educador não pode fingir que não vê a miséria ao seu redor, mas deve sim, buscar minimizar seus preconceitos, aceitar o diferente, não vivendo a mesmice, mas conscientizar-se no ato de educar; isto é, na educação deve procurar desenvolver a tomada de consciência e a atitude crítica, possibilitando ao homem a escolher e a decidir, libertando-o em lugar de submetê-lo.

Na pedagogia do oprimido é o conjunto de práticas educacionais realizadas neste processo de transformação da estrutura que oprime. A revolução tem para Freire (1981, p. 59) "um caráter eminentemente pedagógico". Estão equivocados os líderes que para convencer as massas da necessidade das mudanças usam para isso os métodos que servem para a educação do opressor. O novo na pedagogia de Freire está exatamente em conceber a pedagogia a partir do outro e junto com o outro, que está à margem, e que desde este outro lugar tem a possibilidade de ousar pensar um mundo distinto daquele que existe. 

Como diz Ernani Maria Fiori (in Freire, 1981, p. 3) na apresentação da Pedagogia do oprimido: "Os caminhos da liberação são os do oprimido que se libera: ele não é coisa que se resgata, é sujeito que se deve auto configurar responsavelmente". É uma pedagogia que não está aí, pronta, apenas para ser descoberta. Ela terá de ser criada na práxis, entre educador e educando, na perspectiva do oprimido, por ele mesmo e por aqueles que veem na luta do oprimido a possibilidade de transformação da sociedade. (STRECK, 2013 apud Freire, p. 3, 1981.). 

A expressão "ser gente" aparece nos seus últimos escritos indicando um retorno ao que o ser humano tem de mais básico e que está ligado com a sua dignidade e liberdade. Ele expressa que a exclusão tornou-se algo para referir-se às características das desigualdades sociais no Brasil e no mundo onde determinados grupos e indivíduos estão impedidos do acesso a posições que lhes garantam uma existência autônoma de acordo com os padrões de determinado contexto. No tocante ao alcance da noção de exclusão social no campo da educação, diz que:
O pressuposto nesta discussão é de que conceitos são instrumentos para a leitura de nosso mundo. Se, por um lado, sua criação e uso têm um inescapável grau de arbitrariedade, também é necessária uma legitimação social e pública para a sua eficácia na comunicação. O uso do binômio exclusão social/inclusão social encontra sua pertinência no contexto da denúncia e do pragmatismo, onde paradoxalmente também se revelam os seus limites. (STRECK, 2013).

Por isso, vê-se como o desafio do trânsito da consciência, do ser humano e da sociedade em direção ao ‘ser mais’. Para Streck (2013), a luta pela libertação dos oprimidos não perdeu a sua vigência. Mas ambos os processos são ressignificados em outro contexto sociopolítico a fim de possibilitar aliança entre os campos políticos na promoção da inclusão social e educacional conseqüentemente.
A Andragogia diz respeito ao ensino de adultos, é a arte e a ciência destinada a auxiliar os adultos a aprender e a compreender, isto é, é o processo de aprendizagem de adultos; na andragogia busca-se compreender o adulto considerando os aspectos psicológicos, biológicos e sociais. (Andragogia, 2013 apud Knowles 1976, p. 17).
A andragogia difere da pedagogia se comparada aos modelos pedagógicos conservadores, entretanto, alguns pressupostos da andragogia são semelhantes aos de modelos pedagógicos transformadores, por isso, a educação de adultos está embasada em um modelo andragógico tem com princípios peculiares bem definidos.
No artigo sobre Andragogia (2013) o autor afirma que deve ter um fim específico nos conteúdos e aprendizagens, ter em mente a facilidade dos adultos em aprender pela experiência, reconhecer a sua percepção sobre a aprendizagem como resolução de problemas, incentivar na motivação peculiar pela necessidade individual, e ter a consciência de que e o conteúdo a ser aprendido é de aplicação imediata e prática. Pois os adultos trazem uma bagagem de experiências que podem contribuir para sua própria aprendizagem. Vejamos:
O modelo pedagógico, aplicado também ao aprendiz adulto, persistiu através dos tempos chegandoaté o século presente e foi a base da organização do nosso atual sistema educacional. Esse modelo confere ao professor responsabilidade total para tomar todas as decisões a respeito do que vai ser aprendido, como será aprendido, quando será aprendido e se foi aprendido. É um modelo centrado no professor, deixando ao aprendiz somente o papel submisso de seguir as instruções do professor. (Chotguis, 2013.).


Nesse sentido, considerando os adultos como aquele que no processo educativo, Chotguis (2013), relata que eles têm necessidade de saber por que eles precisam aprender algo, antes de se disporem a aprender, ou seja, eles se envolvem em uma atividade educacional com grande número de experiências, mas diferentes em qualidade daquelas da juventude. 
Assim, os adultos estão prontos para aprender aquelas coisas que precisam saber e capacitar-se para fazer, com o objetivo de resolver efetivamente as situações da vida real.
Sabe-se que há pesquisas de comportamento que mostram que os adultos normais são motivados a continuar crescendo e se desenvolvendo. Portanto, a metodologia na EJA é voltada para a participação ativa dos alunos, e a organização curricular é flexível, visando atender as especificidades de cada adulto. Assim sendo, o professor é considerado um facilitador, e como tal, sua relação com os alunos é horizontal, tendo como principal característica o diálogo, o respeito, a colaboração e a confiança. O clima propício para a aprendizagem, segundo o modelo andragógico, tem como características o conforto, a informalidade e o respeito, garantindo assim, que o aluno se sinta seguro e confiante.

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