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Educação de Jovens e Adultos

Por:   •  2/11/2015  •  Artigo  •  3.569 Palavras (15 Páginas)  •  185 Visualizações

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RELAÇÕES DOS/AS EDUCADORES/AS DO TOPA COM A ESCRITA E O IMPACTO DAS VIVÊNCIAS ESCOLARES E NÃO ESCOLARES NAS PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA

Bianca Bezerra[1]

Érica Silva

Gloriana Fernandes

Josimara Lima

Simone Souza.

Sônia Maria Alves de Oliveira Reis[2]

Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar as relações dos/as educadores/as do TOPA com a escrita e o impacto das vivências escolares e não escolares nas práticas de leitura e escrita. A compreensão dos dados fundamenta-se nos pressupostos da abordagem qualitativa. Do ponto de vista técnico-metodológico, utilizamos diário de campo constituído a partir da observação nos espaços educativos e entrevistas. Analisando os dados relativos ao atendimento de jovens e adultos no TOPA, observamos certa desvinculação entre o que propõe a proposta de EJA e o que educadores/as, gestores, em suas escolas, com suas experiências, realidades, isolamentos, restritos, recursos, entre outras, conseguem programar. Os/as educadores/as apresentam dificuldades em lidar com propostas pedagógicas não-seriadas pela cristalização de concepções tradicionais da educação e pela formação inicial precária. Entendemos que propostas educacionais para EJA somente se tornam legítimas, se expressam aspirações dos diretamente envolvidos, se são exercitadas no cotidiano de cada sala de aula, com clareza de finalidade e objetivos, se os/as educadores/as tem uma formação que contemple as particularidades da EJA, conhecimentos e saberes teórico-metodológicos que contribuam para uma prática educativa emancipatória nos espaços e nos tempos da EJA.

Palavras-chave: EJA. TOPA.  Educadores. Práticas de leitura e escrita.

Introdução

O campo de estudos sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil é recente. Poucas são as pesquisas e poucos são os pesquisadores. Essa é a realidade de um país que, em pleno século XXI, mantém uma dívida social com 30 milhões de jovens e adultos com mais de 14 anos de idade que não sabem ler e escrever ou que apenas deram os primeiros passos nesse processo, não adquirindo ainda habilidades suficientes para enfrentar os desafios cotidianos de uma sociedade como a nossa (HADDAD, 2011).

Mais de 12% do total de analfabetos do Brasil (14,1 milhões) está na Bahia: 1,8 milhões de baianos com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever, o que corresponde a 16,7% da população do Estado nesta faixa etária. A boa notícia é que entre 2004 e 2009, houve queda de 4,24 pontos percentuais nesta taxa.

A diminuição é mais significativa do que no Brasil, onde houve recuo de 1,8 pontos percentual, e do que no Nordeste, onde foi registrada a maior queda regional do País no número de analfabetos, 3,7 pontos, chegando a 18,7% da população. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2009). Os números verificados na Bahia e no Nordeste, no entanto, ainda são bem maiores do que a média nacional (9,6%).

Na Bahia, o analfabetismo ainda é mais preocupante na zona rural, onde estão concentrados pouco mais de 53% (962 mil) dos moradores com incapacidade de realizar leituras ou escrever. Nas áreas urbanas, os números também impressionam: 845 mil pessoas que vivem nas cidades enfrentam o problema.

O IBGE também apurou uma discrepância entre analfabetos homens e mulheres: em 2009, a taxa de analfabetismo entre homens de 15 anos ou mais de idade foi de 9,8% e a das mulheres, para a mesma faixa etária, foi menor, de 9,6%. Ainda segundo o instituto, 92, 6% dos analfabetos em 2009 tinham 25 anos ou mais de idade.

Entre as regiões, o Nordeste é o destaque negativo, com taxa de analfabetismo em 18,7% em 2009, a maior do País. A segunda posição entre as regiões com maior proporção de analfabetos ficou com o Norte, com taxa de 10,6%, seguida por Centro-Oeste (8%), Sudeste (5,7%) e Sul (5,5%).

O instituto também apurou que a taxa de analfabetismo funcional, que é o porcentual de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos de estudos completos, foi duas vezes superior à taxa de analfabetismo, com resultado de 20,3% em 2009. Mas esta taxa foi menor do que a apurada em 2008 para analfabetismo funcional, de 21%.

Todos Pela Alfabetização (TOPA)

Como já foi dito anteriormente, cerca de 1,8 milhões de baianos não sabem ler nem escrever. Esse resultado coloca o Estado em primeiro lugar no ranking de analfabetismo, em termos absolutos, no Brasil. O ministro da Educação (MEC), Fernando Haddad, lançou em 2007, em Salvador, as Novas Diretrizes do Programa Brasil Alfabetizado. Na ocasião, o governador da Bahia, Jaques Wagner, fez o lançamento do Programa de Erradicação do Analfabetismo, Todos pela Alfabetização (Topa), que tinha como meta Alfabetizar, durante o quadriênio 2007-2010, um milhão de pessoas de 15 anos ou mais[3]. No entanto, espera-se mais. Espera-se que, além das ações de alfabetização, jovens e adultos continuem os estudos ou a escolarização em sistemas de ensino, conforme determina a Constituição de 1988, dentro de uma política de educação universal. Sem a garantia de continuidade escolar, o máximo que se conseguirá é aumentar o número de analfabetos funcionais (REIS, 2009).

 A Secretária Estadual de Educação da Bahia informa:

O Programa TOPA buscará sistemática para permanentemente formular políticas de educação de jovens e adultos com vistas à sua escolarização e inclusão social [...]. Para isso, estarão sendo realizados estudos e pesquisas, formação continuada de professores alfabetizadores, desenvolvimento de instrumentos e mecanismos de acompanhamento e avaliação, produção de material didático-pedagógico, dentre outras ações que assegurem a sua efetividade. [4]

O município de Matina, lócus deste estudo, aderiu ao TOPA em 2010 e atualmente atende varias turmas, sendo na zona rural e na zona urbana. Para isso tem uma equipe de coordenadores de turma, alfabetizadores e alfabetizandos cadastrados.

O programa alfabetização de adultos “TOPA”, tem por objetivo promover a educação de jovens, adultos e idosos. Além disso, propõe assegurar o ingresso e permanência na escola e a apropriação da leitura e da escrita. Portanto desde 2007, vem realizando estudos e pesquisas, formação continuada de professores alfabetizadores, desenvolve instrumentos e mecanismos de acompanhamento e avaliação, produz material didático-pedagógico, dentre outras ações que visam assegurar a sua efetividade.

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