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Ensino Colaborativo Como Ferramenta de Apoio ao Ensino Remoto

Por:   •  2/12/2020  •  Artigo  •  4.077 Palavras (17 Páginas)  •  260 Visualizações

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O ensino colaborativo como ferramenta para o desafio da educação em tempos de pandemia.

Giana Friedrich Gomes da Silva¹

Patrícia Santos da Silva²

Vera Regina Vieira Godoi³

Resumo:

        Este relato de experiência tem por objetivo expor a forma de trabalho encontrada por um  grupo de professoras de Pré-escola B e 1° ano em conjunto com a educadora especial da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Gabriel Bolzan frente aos desafios impostos pela pandemia causada pelo surgimento do novo Coronavírus no ano de 2020, interrompendo a forma até então utilizada para o ensino regular, com aulas presenciais e exigindo novos caminhos a serem tomados para assegurar os direitos de aprendizagem das crianças. Neste relato descrevemos como criamos uma rede de ensino colaborativo entre a Educadora Especial da escola e as Professoras regulares de turmas para criar meios de alcançar o acesso e a aprendizagem de todas as crianças, na busca de alcançar um processo inclusivo e que respeitasse o direito de todos à educação e levando em consideração a situação das famílias e as adequações que estas também precisaram fazer para conciliar sua vida cotidiana com a interrupção das atividades escolares presenciais.

Palavras chave: ensino colaborativo; aprendizagem; interação escola/ família

Introdução:

        Quando se inicia um novo ano letivo, os profissionais, familiares e crianças sempre almejam um ano tranquilo, com aprendizagens significativas que auxiliem no desenvolvimento das crianças de maneira integral, e que ao fim do referido ano, os resultados esperados tenham sido alcançados. Para que esses fins aconteçam é necessário que todas as partes envolvidas no processo estejam em consonância, trabalhando juntas pelo objetivo comum.

        Pensando nessa linha, o trabalho desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Gabriel Bolzan, em turmas de 1° ano e pré-escola B, por este grupo de professoras vem caminhando neste sentido desde a formação Programa Municipal de Letramento e Alfabetização (PROMLA) do qual fizemos parte desde 2019. Durante as propostas surgidas nessa formação, elaboramos diversas ações contemplando o coensino entre educadora especial e professoras regentes nas turmas em que desenvolvíamos o nosso trabalho, como a adaptação de propostas pedagógicas para a totalidade da turma, de maneira que todos os alunos pudessem realizar as atividades em conjunto, construção de jogos e materiais pedagógicos a partir de histórias e temas comuns entre as turmas.

        Tendo em vista o surgimento da pandemia causada pelo novo coronavírus, as práticas pedagógicas até então utilizadas foram colocadas à prova. O que propor aos alunos a partir de então? Como alcançar se não a totalidade, a maior parcela possível das crianças realizando as atividades remotas do ensino à distância? Como criar e manter o vínculo escola-família de maneira efetiva, mantendo-os motivados a assumir o papel de guia dos estudos das crianças? De que maneira continuar implementando a inclusão nesse novo paradigma?

        Essas foram questões que surgiram não só para o trabalho desenvolvido por este grupo, mas acreditamos que de maneira geral, elas tenham surgido para a grande maioria dos profissionais de educação, e este relato de experiência tem por objetivo descrever os caminhos que percorremos frente a este novo desafio.  

Desenvolvimento

O ensino colaborativo entre o profissional de educação especial e o professor regular de sala vem sendo apontado como grande saída para um processo inclusivo de alunos com deficiência no sistema regular de ensino, como forma de conseguir melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem. Sabendo dessa premissa, os profissionais envolvidos neste texto já vinham tentando estabelecer esse conceito nas suas práticas de trabalho, desde o ano anterior de maneira formal, mas de certa forma já percorrendo este caminho antes disso. Acreditamos que o ensino colaborativo só tem a somar com as rotinas de aprendizagem, uma vez que as ações advindas desta parceria beneficiam a turma como um todo, pois as propostas educativas e as adaptações curriculares são pensadas para todos da sala, promovendo o verdadeiro processo inclusivo. Conforme nos aponta Mittler (2003)

A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças; diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças nas suas escolas e prepará-los para ensinarem aquelas crianças que estão atual e correntemente excluídas das escolas por qualquer razão. MITTLER, 2003, p. 16.  

        Essa parceria de coensino já vinha se estabelecendo durante o primeiro mês de aulas presenciais, oportunidade em que as professoras e educadora especial das turmas citadas vinham fazendo observações diagnósticas e trocando ideias e possibilidades de trabalhos conjuntos para o decorrer deste ano letivo.  

Logo no início deste processo uma pandemia de escala mundial se estabeleceu na rotina da população, e para atender as exigências que se faziam necessárias para conter o avanço desta epidemia viral, a suspensão das aulas presenciais foi inevitável, diante deste contexto.

        Novos desafios sugerem pensar novas formas de fazer a relação professor-aluno funcionar e ser realmente significativa. Os planejamentos realizados para cada uma das turmas de 1° ano e Pré-escola B procuraram manter o foco nos objetivos mais específicos para as crianças em suas etapas de desenvolvimento, levando em conta os direitos de aprendizagem de cada etapa e as especificidades dos alunos incluídos dessas turmas. Desta forma, sentimos que nesse momento nossos esforços para implementar cada vez mais o coensino na rotina do nosso trabalho se fez necessário. A elaboração das propostas aproximou as professoras e cada uma contribuiu com significativa parcela para transformar as atividades em uma grande diversão educativa, que pudesse manter as crianças motivadas para realizar as propostas enviadas e que contemplasse a realidade educacional de cada criança, mantendo-se assim de forma inclusiva, e também tendo a preocupação de contemplar as possibilidades de tempo e recursos das famílias.

        Desde o começo de abril a escola procurou manter contato com os alunos, através das redes sociais como Facebook  (https://www.facebook.com/emef.gabrielbolzan ) e do BLOG da escola  (https://caixinhadeideiasgabrielbolzan.blogspot.com/ ) que foi criado especialmente para este momento. Ficamos em contato constante com as famílias, dialogando sobre as possibilidades e analisando os contextos que foram surgindo. Assim identificamos que as famílias teriam maior facilidade em interagir com a escola através de grupos no aplicativo de mensagens WhatsApp. Foram criados os grupos das turmas, com desafios, brincadeiras, vídeos de histórias e de mensagens diretas entre professoras e crianças.

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