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O CICLO DE VIDA PROFISSIONAL DOCENTE NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: PERCEPÇÕES E POSSIBILIDADES NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Por:   •  2/5/2022  •  Artigo  •  4.230 Palavras (17 Páginas)  •  68 Visualizações

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O CICLO DE VIDA PROFISSIONAL DOCENTE NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: PERCEPÇÕES E POSSIBILIDADES NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Maria Eneida da Silva – UEG

Resumo

O artigo discute o ciclo de vida profissional docente a partir da teoria do autor francês Huberman (2000) e objetiva, enquanto recorte de uma pesquisa de doutorado, compreender as possíveis fases da carreira em que os docentes do curso de Pedagogia do Campus Luziânia da Universidade Estadual de Goiás (UEG) se encontram. A teoria que sustenta as discussões envolve o tempo, as fases e as percepções da carreira enquanto trajetória construída cotidianamente pelas vivências individuais e também coletivas que desenvolvem sentimentos e posicionamentos distintos ao longo da vida profissional. Com base no problema de pesquisa: “quais as possíveis fases da carreira em que os docentes do curso de Pedagogia do campus Luziânia se encontram?”, foi realizada, em 2019, uma investigação qualitativa teórica, documental e com aplicação de questionário aos docentes efetivos. Para esse artigo, analisamos um campo do questionário que buscou perceber as fases de vivência dos docentes na carreira, com aporte metodológico de Severino (2007); Gil (2008); Ludke e André (2012), bem como com o suporte teórico de Huberman (2000), Marcelo García (1999), Cavaco (1999), Chakur (2000; 2005), Isaia, Bolzan e Giordani (2007), Isaia e Bolzan (2008), Brito (2011). Como resultado, foi possível perceber que a maioria dos docentes se sente parcialmente realizada na profissão e que, de acordo com Huberman (2000), estão nas fases de sobrevivência, estabilização, diversificação e questionamento, etapas estas que, por um lado, divergem da proposta inicial delineada pelo autor francês no que tange ao período da carreira em que se configuram e, por outro, se aproximam de alguns perfis-tipo trazidos por ele à discussão. Para melhor compreensão e determinação de ciclos ou fases da carreira dos docentes do Campus Luziânia da UEG é necessário que realizemos outra pesquisa, cujos resultados serão publicados em próximos trabalhos.

Palavras-chave:

Ciclo de vida profissional docente; Carreira docente; Universidade Estadual de Goiás; Campus Luziânia.

Introdução

A investigação que deu origem a esse artigo foi realizada em 2019 e está no escopo dos estudos de doutorado do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB) sobre o ciclo de vida profissional dos docentes das licenciaturas em Ciências Humanas da Universidade Estadual de Goiás – UEG. O objetivo geral da pesquisa doutoral é compreender a constituição do ciclo de vida profissional desses docentes, considerando as trajetórias da carreira, o tempo e as condições de trabalho. Dessa forma, parte-se de um olhar comparativo dos estudos de Huberman (2000) sobre os ciclos de vida profissional docente para conhecer a carreira dos professores da UEG, seu processo constitutivo e formativo, considerando a totalidade e a historicidade dessa universidade que tem um movimento dialético de perspectivas e desafios constantes.

A pesquisa doutoral e o artigo se fundamentam teoricamente tanto em Huberman (2000) quanto em Cavaco (1999); Marcelo García (1999); Chakur (2000; 2005); Isaia, Bolzan e Giordani (2007); Isaia e Bolzan (2008); Brito (2011); dentre outros que defendem a ideia de uma vida profissional docente com algumas tendências gerais, delimitadas em fases que se agrupam pelo tempo cronológico da carreira e por outras determinações pessoais e coletivas. Assim, para o corpus teórico da investigação, tem-se uma pesquisa bibliográfica, documental e com estado do conhecimento; e para o corpus empírico, a aplicação de questionários aos professores efetivos dos cursos de licenciatura em Ciências Humanas da UEG que tenham, no mínimo, 50% mais um (configurando a maioria) de docentes de carreira, posto que 47% do corpo docente está em situação de contratação temporária. Após a aplicação e análise dos questionários, são levantadas as categorias para a seleção dos docentes a serem entrevistados.

Dessa forma, a partir dos estudos iniciais que indicaram os sujeitos que responderão aos questionários, foi constatado que ficaram fora da pesquisa os docentes do curso de Pedagogia do Campus Luziânia da UEG (além de outros tantos, pois a universidade tem 142 cursos presenciais, sendo 77 licenciaturas e, destas, 55 são da área de Ciências Humanas). Surgiu, então, o questionamento que deu origem a esse artigo enquanto recorte da pesquisa doutoral: quais as possíveis fases da carreira em que os docentes do curso de Pedagogia do campus Luziânia se encontram? Embora esses resultados não sejam levados ao relatório da pesquisa de doutorado e precisem de aprofundamento metodológico com a realização de entrevistas em próxima pesquisa, torna-se importante para a nossa formação (individual e coletiva), considerando ser este o nosso campus de lotação na UEG.

A partir da definição do objetivo de compreender as possíveis fases da carreira em que os docentes do curso de Pedagogia do Campus Luziânia da Universidade Estadual de Goiás, bem como a realização do estudo teórico, procedeu-se com uma análise documental que pudesse subsidiar metodologicamente a definição dos sujeitos e a aplicação de questionário misto[1]. Com o aporte metodológico de Severino (2007); Gil (2008); Ludke e André (2012), trazemos para esse artigo as discussões teóricas fundamentadas principalmente em Huberman (2000), bem como as análises preliminares do questionário sobre o perfil dos docentes, suas percepções e possíveis fases da carreira na universidade.

O ciclo de vida profissional de professores

Embora se encontre delimitado em fases sequenciadas pelo tempo de carreira, conforme Huberman (2000) e também Cavaco (1999), o ciclo de vida profissional docente possui etapas vividas singularmente por cada professor sem que, para tanto, haja uma ordem pré-estabelecida. Os estudos destes e de outros autores sobre o desenvolvimento profissional docente pontuam também a existência de tendências gerais no ciclo de ordem coletiva, mas que se individualizam por conta de condições psicossociais e históricas de cada sujeito.

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