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O Fundamento da Ética

Por:   •  7/11/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.441 Palavras (6 Páginas)  •  22 Visualizações

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Fundamento da ética

Braga Júnior

  1. O período axial e a formação dos primeiro códigos morais (pg 36-38)

O período axial pode referir-se ao período em que a humanidade formou seu eixo histórico (axial = eixo ; aquilo que pertence a um eixo essencial), uma linha divisória fundamental para entendermos o processo de desenvolvimento histórico dos homens.

Fábio Konder em Ética: direito, moral e religião no mundo moderno, explica que esse período corresponde ao momento histórico entre os séc. VI e IV a.C. Naquele período coexistiram alguns dos maiores doutrinadore de todos os tempos em diversas regiões do mundo, sem aparentemente se conhecerem: Zaratustra - Pérsia, Buda - Índia, Lao-Tsé e Confúncio - China, Pitágoras - Grécia e Dêutero - Isaías - Israel. Nesse momento histórico “as explicações mitológicas anteriores são abandonadas e o curso posterior da História passa a constituir um longo desdobramento das ideias e princípios expostos durante esse período.”

Um fato importante do período axial é o surgimento da filosofia no séc, V a.C quando pela primeira vez, o saber mitológico foi perdendo espaço para o saber racional. Isso teve um impacto não somente no campo ético mas também na política - os antigos governantes eram sacerdotes do povo e, com o declínio das crenças, o objetivo da política deixou de ser agradar as divindades, passando a concentra-se em satisfazer os interesses terrenos, do povo.

A partir do período axial, igualmente, no mundo todo, mas de modo mais profundo e em ritmo mais célebre nas civilizações da bacia do mediterrâneo, observa-se uma evolução em sentido inverso: os agrupamentos locais tendem a se aproximar uns dos outros pela difusão dos meios técnicos, a prática das relações do comércio e a ambição política de conquista, enquanto os componentes da vida ética - a religião, a moral e o direito - começam a apresentar, intensamente, uma tendência à desconexão.

Esse momento histórico reconhecido pelos estudioso como um período que serve de eixo para as transformações na forma de organização das sociedades antigas, configura o início da tentativa de criação de códigos morais, válidos universalmente.

A tarefa de um estudioso da ética é buscar os fundamentos  que estão na base da criação desses códigos morais e refletir sobre o porquê desses valores, suas origens e, ainda, se eles têm validade nos tempos atuais.

  1. Sócrates e a fundamentação da ética no Ocidente

        Sócrates buscava com sua filosofia, o fundamento (princípio) que permitia justificar a vida moral. Tal fundamento, para ele estava na própria natureza do home: a alma racional. Em Sócrates, devemos entender que o termo alma (psyché) é a própria consciência humana; trata-se de nossa faculdade intelectual e moral. Ele durante muito tempo procurou compreender qual era a essência do homem, até que chegou a conclusão  de que o homem é a sua alma.  Ela é que permite a virtude (greg = areté) isto é, a realização do melhor que pode ser alcançável pelo ser humano.

        Ao investigarmos a ética socrática, temos de entender um elemento central: há uma só vritude que serve de princípio ao conjunto de ações virtuosas. Essa virtude é o conhecimento, um saber seguro e certo sobre si mesmo. “Conhece a ti mesmo” - quando a pessoa comente um erro ao agir, devemos entender essa ação não virtuosa como fruto da ignorância - a falta de conhecimento nos leva a agir errado.

        Como forma de evitar o erro, devemos entender que o conhecimento das essências seria, então, aquilo que nos possibilita conhecer as coisas como realmente são, e não somente como parecem ser. O conhecimento seguro e certo (epistemè = ciência) é aquele tipo de saber que a alma racional alcança e por meio do qual podemos saber o que é bem e assim escolher sem cair no erro.

        A liberdade “disposição interna” (enkráteia = autocontrole) é aquilo que nossa alma racional nos possibilita escolher racionalmente;

Como resultado das ações para o bem, mediante a virtude, que é o conhecimento alcançado pela alma racional, temos então a felicidade. Para Sócrates ela é o estado de ordem em que a alma se encontra: “ o homem age retamente quando conhece o bem e, conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-se dono de si mesmo, e, por conseguinte, é feliz.” (Vázquez, 2014, p.271-272)

2.1  A ética platônica

        A concepção da filosofia moral de Platão se pauta na sua postulação dos dois planos ontológico, a saber, o mundo sensível (lugar dos sentidos , que por meio dos corpos constituem a realidade aparente de tudo que existe) e o mundo inteligível (mundo das ideias).  

A ética platônica que nos fazer crer que a tarefa do homem virtuoso “aquele que busca agir da melhor forma” consiste em se libertar a alma da cadeia que é o corpo.  A compreensão platônica sobre a alma humana como sendo imortal resulta no entendimento de que nossa conduta moral deve ser guiada por elementos considerados válidos universalmente.

2.2 A ética aristotélica

        Para Aristóteles todo agir humano pretende alcançar ou tem uma finalidade, uma das formas mais simples de entendermos a finalidade de nosso agir diz respeito ao questionamentos que podemos fetuar, indagando sobre o porquê ou o para quê de um ato. Para  o filósofo a felicidade é a finalidade de todas as ações humanas. - Todo agir humano tem uma meta final, a felicidade. -

        A filosofia moral aristotélica é entendida como uma ética eudaimônica ( eudaimonia = palavra grega que define felicidade).

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