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O Papel das Escolas Sem Muro no Brasil do Século XXI

Por:   •  28/8/2018  •  Projeto de pesquisa  •  820 Palavras (4 Páginas)  •  232 Visualizações

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UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro

IELACHS – Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais

Curso de Licenciatura em Geografia

O papel das escolas sem muro no Brasil do século XXI.

Discente: Bárbara Ayres

Introdução

  Nos anos 50, o ensino era elitista, apenas a burguesia tinha acesso a um ensino completo, mas, apesar disso, a escola estimulava a reflexão e o pensamento próprio, pois o objetivo era formar indivíduos intelectualmente superiores à maioria analfabeta. O método de ensino tradicional, juntamente com as condições estruturais das escolas ainda são os mesmos desde o início do processo de industrialização brasileira, com a abertura de novas escolas para a população e projetos de inclusão social. A escola se torna então uma formação de mão de obra em massa. Há uma necessidade de mudanças, pois a sociedade vem mudando mais a cada década, é preciso um estudo de adaptação das escolas para receberem as novas gerações.

Este projeto de pesquisa irá discutir sobre as falhas do sistema educacional atual, tratar a relação aluno-professor e apresentar outros métodos de ensino, com foco nas propostas do projeto Escola sem Muro, tendo como objetivo principal criar uma visão crítica sobre um novo sistema de educação. Ao analisar os dois métodos apresentados deve-se levar em conta a realidade das escolas publicas brasileiras e a evolução tecnológica social, principalmente para a geração Z.

  1. A escola como prisão

      No Brasil o mesmo método pedagógico é aplicado a décadas, sendo as escolas comparadas a presídios e manicômios devido aos regimes de repreensão e disciplina aplicados aos alunos: locais fechados, cercado por grades, os alunos sendo separados em séries ou até mesmo divididos de acordo com o nível de desempenho (fazer tudo o que for pedido perfeitamente, sem recamar). Não é de interesse do sistema que o aluno seja um artista nato, ou tenha habilidades fora da grade disciplinar, desde que obtenha bons resultados em matemática e saiba seguir as regras. Ou seja: obedeça, tire notas boas e, se for o suficiente, você será bem-sucedido(a). O filósofo francês Michel Foucault, em seu estudo sobre o Panóptico trata sobre formas de controle e disciplina através do medo. Mesmo que inicialmente a ideia de aplicar o medo através da sensação de estar sempre sendo observado ter sido pensada apenas para presídios, aos poucos foi adaptada para outros ambientes disciplinares como manicômios e também em escolas, onde a estrutura do prédio já são pensadas para haver uma melhor “observação” do espaço, assim os alunos criam um medo de serem pegos desobedecendo qualquer regra.

   O resultado disso são alunos “engolindo” instruções, despejando informações em um papel, com medo ou ódio pelas autoridades, que saem do ambiente escolar sem saber o básico sobre viver a vida adulta. A escola forma indivíduos esgotados psicologicamente, os que conseguiram entrar nos padrões impostos vão direto para o curso superior, e os que não foram bons o suficiente entram no mercado de trabalho sem estarem preparados para aquela realidade. Como consequência vemos no Brasil que 12,7% dos alunos matriculados no 1ª ano do ensino médio, abandonaram os estudos entre 2014 e 2015.

  1. A escola sem muros

   Justamente contrapondo aos princípios da pedagogia tradicional aparecem outros métodos de ensino com ideais progressistas, como o projeto Escola sem Muro. Nesta seção, o documentário Quando sinto que já sei foi utilizado como base de coleta de informações sobre o projeto. O principal objetivo dessas escolas é expandir o ambiente de estudo para além da sala de aula, aproveitando a curiosidade e criatividade dos alunos para transmitir as informações de forma despojada e ativa.

  A realidade dentro dessas escolas é outra, o foco deixa de ser a relação aluno-professor e passa para um novo conceito, onde o professor é apenas um mediador entre o aluno e o mundo. Assim, os professores apresentam o conteúdo de forma em que desperte o interesse, apresentando materiais didáticos baseados na realidade dos alunos, e preparam o próprio aluno para estudar o conteúdo, apenas auxiliando nas dúvidas. O papel do diretor neste método é descartado, quebrando a ideia das figuras de autoridade e passando a responsabilidade de resolver conflitos, aconselhamentos, etc. para os alunos, contando com a ajuda dos professores mediadores. A intenção por trás dessas mudanças é que, preparando os alunos para resolverem seus próprios conflitos, ao saírem do ambiente escolar estarão preparados para trabalhar em grupo, pois na sociedade capitalista o individualismo e a meritocracia dificultam o trabalho em equipe.

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