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O QUE É PRECISO LEVAR EM CONSIDERAÇÃO PARA ENTENDER A RELAÇÃO QUE OS ALUNOS ESTABELECEM COM OS CONTEÚDOS ESCOLARES?

Por:   •  24/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.057 Palavras (5 Páginas)  •  217 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA

DISCIPLINA: DIDÁTICA GERAL

DOCENTE: LEONARDO SEVERO

DISCENTE:

O que é preciso levar em consideração para entender a relação que os alunos estabelecem com os conteúdos escolares?

PICOS-PI, DEZEMBRO DE 2015.

O processo ensino-aprendizagem é algo complexo e precisa ser pensado para além do papel separadamente desempenhado pela escola, pelo professor e pelo aluno na busca pelo saber, mas sim em seu conjunto e no entrelaçamento destes, observando as relações de interdependência estabelecidas entre os mesmos. Diante disso, se faz importante compreender de que forma se dá a relação dos alunos com o conhecimento, ou seja, como eles se apropriam deste, o que provoca no aluno o desejo de aprender, o que permite que eles aprendam e a função do professor neste processo.  

Para Bernard Charlot, entender o sujeito, enquanto indivíduo singular e que se relaciona com o outro, e o seu lugar social é um dos pressupostos para a compreensão da relação do aluno com o conhecimento/conteúdos escolares. Quando falamos de lugar social, estamos nos referindo ao espaço em que o indivíduo foi/é socializado e este nem sempre se refere ao lugar de classe. Daí podemos evidenciar que a condição financeira, a posição social que sua família ocupa não é mais suficiente para explicar se um aluno vai ser ou não bem sucedido. Isto é uma das variáveis para entender isso, mas não determinante automático. Não é porque um aluno é de família de classe menos favorecida que ele está predestinado a fracassar nos estudos, nem porque ele é de classe de alto poder aquisitivo que ele terá sucesso no quesito escolar. É preciso ir muito além dessa ideia, pois através de seu esforço pessoal, seja ele rico ou pobre, um estudante pode ser bem sucedido. Assim, Charlot defende que, para entender os entrelaçamentos entre a criança e o conhecimento, é preciso pensar o aluno como sujeito, ao mesmo tempo, social e singular/subjetivo, até porque o próprio processo educativo proporciona ao indivíduo essa singularização e socialização.

Logo, os professores não podem supor padrões aos alunos, pois cada sujeito, em particular, se apropria do saber de forma distinta e é preciso respeitar isso. Ao professor, enquanto esse mediador do processo ensino-aprendizagem, cabe criar possibilidades para que os alunos se apropriem do conhecimento de forma significativa. Por exemplo, em uma orquestra cada músico toca instrumentos diferentes e para orientá-los a tocar em uma mesma melodia, surge a figura do maestro. Podemos elencar também que certos alunos tem mais dificuldade para aprender conteúdos de uma disciplina, mas em contra partida, mais facilidade para assimilar os conteúdos de outra, ou vice-versa.
         Podemos ressaltar outra questão proposta por Charlot, “o desejo de saber e o de aprender” é outra questão que deve ser levada em consideração se quisermos entender a apropriação do saber pelo aluno. Esses dois fatores (juntos, e não apartados um do outro) movem o aluno, tiram do lugar-comum. Este desejo parte, em grande medida, das situações ocorridas corriqueiramente na sala de aula, seja por uma aula de uma disciplina em que o aluno goste muito, que corresponda aos seus anseios, ou seja  de como o professor ministra uma aula, levando até mesmo ao aluno, como acontece frequentemente, escolher a carreira docente por influência sua. Todavia, pode ser também como uma imposição externa ao indivíduo; quando muitas vezes vários de seus familiares vem com a ideia de que pela educação, pelo estudo ele conseguirá ter uma vida plena, com boas condições de sobrevivência e bem sucedida.
        Os conhecimentos prévios dos alunos também devem ser algo que devemos levar em consideração no aprendizado destes. Quando o professor vai ministrar um conteúdo escolar na sala de aula é importante que ele parta do que o aluno já tem alguma, ainda que mínima, noção do tema abordado, pois os conhecimentos prévios, como elencado pela ideia de aprendizagem significativa,  servem de “âncora” para que o novo conhecimento se “fixe” e, assim, seja melhor assimilado e até mesmo ampliado e reorganizado pelo aluno, evitando um ensino “decoreba” e uma aprendizagem mecânica. É o que Paulo Freire também propunha elencando que o professor deve partir da realidade do aluno, de sua cultura. Desta forma o aluno irá aprendendo a estabelecer relações e conexões entre o que foi aprendido com o que ele já possui na sua estrutura cognitiva, abrindo seus horizontes e evitando que ele se aproprie de um conhecimento fragmentado que o faça perder a noção de totalidade, pois como na concepção de Edgar Morin, o conhecimento só é pertinente quando associado/situado no seu contexto.                  O aluno enquanto para quem e porque o processo ensino-aprendizagem acontece efetivamente, deve entender que ele não é apenas um receptor passivo, mas sim um sujeito do conhecimento, que pode colaborar para a construção deste. O professor, como peça também muito importante neste empreendimento e mediador da interação aluno-conteúdo, além de proporcionar criticamente o patrimônio histórico-cultural produzido e acumulado pela humanidade, deve possibilitar as condições para que o educando, baseado em suas experiências pessoais, elaborem sua interpretação sobre o estudado, tire suas próprias conclusões e atribua sentido e significado aos conteúdos escolares, participando da construção do saber. Visto que o ensino não se dá de forma unilateral, mas sim compartilhada.                                                                         Por tudo isso, percebemos que os conteúdos escolares não são apropriados pelo aluno de maneira arbitrária. Como explicitado no decorrer da abordagem, faz-se necessária uma série de condições e possibilidades para que o aluno compreenda-os, assimile, vincule a sua estrutura cognitiva e elabore uma interpretação sobre eles – elencando aí também o papel primordial do professor neste processo – de forma que sejam significativos para o mesmo e contribua para a formação de um sujeito crítico e consciente de seu meio social.

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