O Que é Educação

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. 33. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. p. 7-35.

O presente trabalho visa sintetizar as abordagens feitas nos três primeiros capítulos do livro O que é Educação. Desta forma, no capitulo inicial o autor discorre acerca das perspectivas da Educação, e afirma que a mesma está presente em nosso cotidiano, manifestando-se de diversas formas e em diversos ambientes. A partir disso, desmistifica-se a ideia que costuma-se ter, a respeito da educação como sendo algo único e exclusivo do ambiente escolar, onde a mesma é transmitida por professores para os seus alunos.

Partindo desse pressuposto, faz-se necessário destacar que o meio a qual estamos inseridos, diz muito a respeito da educação do individuo, tanto é que o texto nos apresenta o quão é importante à valorização dos saberes e ensinamento dos costumes dos seres, para viver em sociedade. Sendo assim, o autor traz como exemplo uma carta escrita por índios para governantes norte-americanos que almejavam que os jovens indígenas tivessem a mesma educação que os “brancos”. Entretanto, os índios foram sábios o suficiente, para mostrar que não existe um único tipo ou modelo de educação. Bem como, ao argumentarem que tais ensinamentos providos da escola dos “povos brancos”, não seria uma educação preparatória para os jovens indígenas de acordo com o modo de vida de sua comunidade. Desta forma, nota-se que o saber é adquirido através de diferentes vivências e situações de trocas entre pessoas em todos os contextos sociais coletivos e que pessoas possuem costumes, vivencias e ensinamentos/saberes diferentes e que estes, caso fossem provindos da educação dos “brancos” não se encaixariam com o que era necessário para a educação de um jovem indígena, tampouco para a cultura do seu povo.

Por conseguinte, nota-se que a educação não é expressa por apenas um modelo, tampouco, existe uma única forma/maneira de se educar. Visto que, nas variadas sociedades ela existe de formas distintas. Pois, a educação se molda a partir das necessidades e costumes de uma cultura. Logo, a educação de uma sociedade possui identidade própria e é uma fração do modo de vida dos grupos sociais.

No que concerne ao segundo capitulo, denominado de “ Quando a Escola é a Aldeia”, o autor aborda que em lugares onde a educação existe sem que haja a escola como agente central, os seres são educados a partir das transferências de saberes/vivências passadas de geração para geração. Visto que a educação não necessita da escola e realiza-se a todo momento nos mais diversos ambientes. Diante disso, o homem a partir do seu trabalho, consciência e necessidade, transforma partes da natureza que julga como necessária para a sua sobrevivência a partir da sua estrutura cultural.

Brandão, também discorre a respeito do saber das tribos indígenas, sendo este um saber comunitário sem técnicas pedagógicas, que são repassados através dos processos sociais de aprendizagem. Como citado a cima, o homem utiliza-se da natureza para criar invenções, com isso aprende-se com o tempo a transformar as trocas e suas sabedorias em um processo de ensino e aprendizagem, visto que a educação se instala dentro de um domínio de trocas de símbolos, intenções, padrões de cultura e de relações de poder.