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PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

Por:   •  30/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.504 Palavras (7 Páginas)  •  393 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ[pic 1]

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAETETUBA

PÓLO UNIVERSITÁRIO DE TOMÉ-AÇU

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE PEDAGOGIA

JESIMIEL PINHEIRO DOS SANTOS

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

Saberes necessários à prática educativa

Síntese do Livro Pedagogia da Autonomia de autoria de Paulo Freire apresentado à disciplina Prática Pedagógica como requisito para obtenção do conceito sob a orientação da Professora Dra. Joyce Ribeiro.

Quatro Bocas – Pa

Fevereiro/2016

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - Saberes necessários à prática educativa

Capítulo 1

Não há docência sem discência

Paulo Freire inicia este capítulo destacando que o educador em sua prática, e mesmo antes em sua formação, deve estar convencido de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.

Nesse processo o formador não deve ser aquele que dá forma ao objeto que é formado, mas deve se formar, re-formar enquanto o sujeito que é formado forma-se e também forma. Portanto nesse ato, quem ensina aprende e quem aprende ensina. Assim, não há docência sem discência.

O aprendizado desenvolvido de forma crítica aguça uma curiosidade crescente, e Paulo Freire a nomeia de “curiosidade epistemológica”, necessária para o conhecimento pleno, nos levando à recusa ao ensino “bancário” que deforma a criatividade do educando e do educador.

Paulo Freire explica que o ensinar exige rigorosidade metódica, onde o educador além de ensinar o conteúdo, ensina a pensar certo e para isso é necessário não estarmos demasiadamente certos de nossas certezas. Ensinar exige pesquisa como parte da natureza do professor para buscar e conhecer o que ainda é desconhecido num ato de curiosidade, para ser educado e educar.

Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, saberes estes que podem ser considerados e utilizados no ensino, por exemplo, para discutir a razão dos problemas sociais da realidade desses educandos. Exige a criticidade partindo da curiosidade ingênua para a epistemológica. Exige estética e ética necessárias para a prática educativa, trazendo beleza e decência como parte do caráter formador.

Pensar certo e fazer certo constituem a corporeificação das palavras pelo exemplo como exigência do ensino, o testemunho, a vivência do que se ensina. E nessa atitude é necessário estar disposto ao risco, à aceitação do novo e a rejeição a qualquer forma de discriminação tendo humildade e bom senso respeitando, raça, classe, gênero, sendo estas características as de ser humano e ser humano que pensa certo, e é essa compreensão que o educador deve viver e produzir no educando.

A reflexão crítica sobre a prática é uma exigência do ensinar que permite a superação da ingenuidade pela rigorosidade. Desse modo à medida que percebemos a/as razões de sermos e do por que estamos sendo assim tornamo-nos capazes de mudar de nos promover. Seguindo esse pensamento ensinar exige, também, o reconhecimento e a assunção da identidade cultural, que faz com que tanto o educador quanto o educando venha assumir-se como ser social, pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar.

Capítulo 2

Ensinar não é transferir conhecimento

Ensinar é criar as possibilidades de produzir conhecimentos e, por meio da curiosidade, das indagações, das inquietações e, também, viver o conhecimento, ser um exemplo concreto do próprio discurso. Caso contrário torna-se inautêntico, sem eficácia, com razão ideológica e, autoritário. E dessa forma o saber ensinar constitui o pensar certo que é estabelecido com rigorosidade metódica.

Paulo Freire destaca neste capítulo mais exigências da prática de ensinar, começando por indicar que o professor deve reconhecer-se conscientemente como um ser inacabado. Essa consciência do inacabamento o torna predisposto à mudança, à aceitação do diferente. O inacabamento do ser humano é consciente, e essa consciência o torna capaz de ser ético e, também de romper com a ética. Daí homens e mulheres são conscientes que podem contribuir para causar o mal, mas também sabem que é possível intervir e melhorar as coisas.

Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado a barreiras sociais e políticas, econômicas, culturais e ideológicas que são difíceis mas não impossíveis de superar porém, diferente de nos adaptarmos ao mundo nos inserimos nele e lutamos para sermos sujeitos da nossa História. Ainda cabe aqui o conceito de consciência do inacabado e consciência do mundo fazendo o ser consciente estar sempre buscando, no sentido de estar no mundo com o mundo e com os outros se fazendo perceber sua presença fazendo história, com ética.

O respeito à autonomia do ser do educando é outro imperativo ético para o educador no ato de ensinar, dando a possibilidade, a liberdade, o direito ao educando de ser curioso, numa dialogicidade verdadeira. O rompimento dessa atitude ética designa-se transgressão.

O bom senso é outra exigência para ensinar sem imposição, sem autoritarismo, sem confundir este com autoridade, sem confundir licença com liberdade, mas respeitando a autonomia, a dignidade e a identidade do educando.

Não ter o bom senso significa não perceber a situação do educando e sua família, seus vizinhos, suas condições sociais, culturais, econômicas, tornando-se imoral, por exemplo, ao aceitar a fome e a miséria de milhões de brasileiros como uma fatalidade e sem solução.

Humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores são outras exigências do ato de ensinar. E reivindica-se o respeito do poder público aos educadores, por salários melhores, por reconhecimento da atividade docente e da compreensão do papel do professor. Assim também como compete ao educador o respeito ao educando.

O professor deve ter conhecimento da sua realidade, da realidade dos educandos, para nela intervir transformando-a, recriando-a dando sentido ao ato de aprender – construir, reconstruir, constatar para mudar – e para isso é dele exigido a apreensão da realidade.

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