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PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Por:   •  28/5/2013  •  Tese  •  2.024 Palavras (9 Páginas)  •  835 Visualizações

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PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:

MAIS QUE ATIVIDADE, A CRIANÇA EM FOCO

Luciana Esmeralda Ostetto

No âmbito da educação infantil tem crescido a preocupação relacionada a como planejar o trabalho educativo com as crianças de zero a seis anos em geral, e em particular com as menores de três anos. Tal preocupação pode ser relacionada ao fato de que, mais e mais, a educação infantil dirigida às crianças de zero a seis anos ganha estatuto de direito, colocando-se como etapa inicial da educação básica que devem receber as crianças brasileiras, respeitando os preceitos constitucionais. Tanto creches quanto pré-escolas, como instituições educativas, tem responsabilidade para com as crianças pequenas, seu desenvolvimento e sua aprendizagem, o que reclama um trabalho intencional e de qualidade. Na intencionalidade do trabalho reside a preocupação com o planejamento. O que fazer com as crianças, principalmente as bem pequenas? Seria possível? Fazer atividades com crianças do berçário (turmas com até um ano de idade), além de prever-lhes cuidados físicos (alimentação, higiene, sono etc.)? Se possível que tipo de atividade prever? Como planejar?

O panejamento educativo deve ser assumido no cotidiano como um processo de reflexão, pois, mais do que ser um papel preenchido, é atitude e envolve todas as ações e situações do educador no cotidiano do seu trabalho pedagógico.

Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar, elaborar um roteiro pra empreender uma viagem de conhecimento, de interação, de experiências múltiplas e significativas para/com o grupo de crianças. Planejamento pedagógico é atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. Por isso não é uma fôrma! Ao contrário, é flexível e, como tal, permite ao educador repensar, revisando, buscando novos significados para sua prática pedagógica.

O planejamento marca a intencionalidade do processo educativo mas não pode ficar só na intenção, ou melhor, só na imaginação, na concepção... Ninguém diria que não é necessário escrever o planejamento. A intencionalidade traduz-se no traçar, programar, documentar a proposta de trabalho do educador. Documentando o processo, o planejamento é instrumento do trabalho docente.

Não adianta ter um “planejamento bem planejado”, se o educador não constrói uma relação de respeito e afetividade com as acrianças; se ele toma as atividades previstas como momentos didáticos, formais, burocráticos; se ele apenas age/atua mas não interage/partilha da aventura que é a construção do conhecimento para o ser humano.

Elaborar um planejamento bem planejado no espaço da educação infantil significa entrar na relação com as crianças (e não com os alunos), mergulhar na aventura em busca do desconhecido, construir a identidade de grupo junto com as crianças. Assim, mais do que conteúdos da matemática, da língua portuguesa e das ciências o planejamento na educação infantil é essencialmente linguagem, formas de expressão e leitura do mundo que nos rodeia e que nos causa espanto e paixão por desvendá-lo, formulando perguntas e convivendo com a dúvida.

O caráter pedagógico está marcado e envolvendo todo o cotidiano, pois hoje sabemos, “ao atender o bebê, a criança, o adulto não apenas lhe dá cuidado físico mas o insere no mundo simbólico de sua cultura ao interpretar suas expressões, gestos, posturas”. (Oliveira et alii 1992, p.41). Na mesma direção podemos afirmar, como indicou Machado (1996, p.8), que o pedagógico não está na atividade em si, mas na postura do educador, uma vez que “não é a atividade em si que ensina, mas a possibilidade de interagir, de trocar experiências e partilhar significados é que possibilita às crianças o acesso a novos conhecimentos”.

O pedagógico, então, não está relacionado somente àquelas atividades coordenadas ou dirigidas pelo educador, realizadas geralmente na mesa, com todas as crianças, envolvendo materiais específicos – em regra papel, lápis, caneta... -, e que resultam num produto “observável”. O pedagógico também envolve o que se passa nas trocas afetivas, em todos os momentos do cotidiano com as crianças; perpassa todas as ações: limpar, lavar, trocar, alimentar, dormir. De que forma são realizadas essas ações? Isso conta muito na definição do que é pedagógico! Enfim, o pedagógico envolve cuidado e educação, os tais objetivos colocados hoje, claramente, para a instituição de educação infantil (Ostetto 1997, p.11)

Neste contexto, na instituição de educação infantil deve haver espaço para as diversas linguagens e para a brincadeira. Aliás, ao falarmos em planejamento, é bem oportuno perguntar: quanto temos brincado com as nossas crianças? Permitimos que brinquem? Ajudamos ao grupo de crianças a estruturar repertórios que enriqueçam suas brincadeiras? Há, enfim, espaço para a criação de brincadeiras, nas nossas salas, nos diversos ambientes da instituição em que trabalhamos com as crianças?

Concluímos que planejar na educação infantil é planejar um contexto educativo, envolvendo atividades e situações desafiadoras e significativas, que favoreçam a exploração, a descoberta e a apropriação de conhecimento sobre o mundo físico e social. Ou seja, nesta direção o planejamento estaria prevendo situações significativas que viabilizem experiências das crianças com o mundo físico e social, em torno das quais se estruturem interações qualitativas entre adultos e crianças, entre crianças e crianças, e entre crianças e objetos/mundo físico. Nessa perspectiva, outro ponto que passamos a incluir foi a previsão do espaço. Embora se diga que planejar implica pensar também “onde” e “quando” vai se desenvolver uma ação, esse aspecto geralmente não é previsto pelo educador e esse deve ser elemento fundamental do planejamento.

A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO

Organizar o cotidiano das crianças na Escola Infantil pressupõe pensar que o estabelecimento de uma sequência básica de atividades diárias é, antes de mais nada, o resultado da leitura que fazemos do nosso grupo de crianças, a partir, principalmente de sua necessidades. É importante que o educador observe o que as crianças brincam, como estas brincadeiras se desenvolvem, o que mais gostam de fazer, em que espaço preferem ficar, o que lhes chamam mais atenção, em que momento do dia estão mais tranquilos ou mais agitados. (BARBOSA E HORN, 2001, p. 68).

Entendemos que na Educação Infantil a importância da rotina é muito grande e ajuda tanto ao professor quanto a criança. Uma programação estruturada,

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