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Pestalozzi: Educação e Ética

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Por:   •  12/10/2013  •  Relatório de pesquisa  •  4.055 Palavras (17 Páginas)  •  466 Visualizações

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Pestalozzi: Educação e Ética

"O mais bem sucedido fracassado da educação.

Campeão dos fracassos bem sucedidos",escreveu

Frederick Eby . Poucos educadores tiveram tamanha

influência como teve Pestalozzi.Tentou colocar em

prática a teoria pedagógica de Rousseau.Limitações

pessoais e circunstâncias da época fizeram fracassar

as tentativas.Mas vale reler os escritos de Pestalozzi

São de valor inestimável .

Na medida em que ética e educação moral passam -felizmente- a ser temas de extrema atualidade.

Se até recentemente eram menos prezadas por certos setores da in-vestigação universitária, hoje, cada

Vez mais têm seu merecido lugar de destaque no meio acadêmico. De fato desde o inicio da década, observa-se no Brasil, um grande clamor por ética e moralidade, a tendência de renovação de interesse pela ética. Aqui nos referimos à educação moral, algo bem distinto daqueles conteúdos tradicionalmente veiculados pela disciplina Moral e Cívica. Neste contexto, adquire todo seu relevo a extraordinária importância desta pesquisa de Dora Incontri.

Dora Incontri tem o raro dom de unir, harmoniosamente o profundo estudo dos clássicos antigos à discussão de questões da mais extrema atualidade. Seu interesse por educadores antigos como Sócrates, Pla-tão, Agostinho, Comenius e o próprio Pestalozzi,não se dá apenas, co-mo “no sentido de se fazer um estudo arqueológico de idéias envelhe-cidas”. Nesses autores, ela enfatiza a Visão do homem inteiro, identi-ficando aspectos biológicos, sociais e espirituais.

Distantes do relativismo moderno, em que qualquer conceito de moralidade é visto como simples resultado de criações sociais efêmeras e suscetíveis de mudança ao sabor de qualquer “novidade”,autores como Pestalozzi acreditavam que o homem é um ser intrinsecamente moral e que nele residem alguns princípios transcendentes aos modismos históricos e sociais.

É o ser humano inteiro, também entendido, como ser moral, que a e-ducação pestalozziana pretende alcançar.

É verdade que seu discurso fornece infinitos ingredientes ao debate in-telectual, mas por ter alimentado de uma prática intensa, de um fervo-roso idealismo e de uma entrega pessoal pouco observada na história das idéias, dirige-se também ao coração dos homens. Mais ainda: por-que seu discurso pretende resgatar a unidade do homem, rompendo a radicalização racionalista do iluminismo, reatando sentimento e razão e porque propõe a dialética entre pensamento e ação. Por isso, não só pela originalidade ideológica, mas também pela força nela impressa pela personalidade do autor, pelo valor irresistível do exemplo e do engajamento absoluto.

“Pestalozzi é um mundo. Quem entra nele só pode deixá-lo interiormente transformado. Discutir com Pes-talozzi é o mesmo que ser remodelado com ele”.

O desconhecimento em torno das idéias de Pestalozzi é tão grande, que existe a tendência de considerá-lo um autor secundário, um apagado discípulo de Rousseau. Eis uma perspectiva que me parece falsa. Mes-mo no seu mais alto encantamento pela obra de Rousseau, Pestalozzi começa a criticar algumas das posições de seu mestre e demonstra a independência de pensamento que adotaria vida a fora. Pode-se dizer que ele foi, ao mesmo tempo, continuador e opositor de Rousseau.É impossível caracterizá-lo meramente como discípulo, pois ele também alcançou a estatura de mestre. Ao longo de sua obra ficou claro alguns distanciamentos de Pestalozzi em relação a Rousseau.

Uma segunda descaracterização de Pestalozzi ocorre quando há apenas referências à criação de um método. Aliás durante o século XIX, foi assim que ele ficou mais conhecido na Europa( com exceção dos países de língua alemã, onde havia maior divulgação de seus trabalhos filosóficos). É que uma de suas últimas grandes obras foi o famoso Instituto de Iverdon, onde praticava o método pestalozziano. Entretanto conhecer Pestalozzi pelo método é conhecer a casca do seu pensamento, pois é concebê-lo apenas como uma práxis pedagógica, ignorando que ele está intimamente embasado numa filosofia de educação. Esta é a polpa do fruto,

toda a práxis tende naturalmente a estreitar a teoria, porque, para o pensamento, o realidade concreta não impõe limites.

A dificuldade e o fascínio de estudar Pestalozzi estão em grande parte em duas peculiaridades do seu pensar. A primeira delas é o fato de ser um filósofo solitário. Pestalozzi não pensa a partir de uma tradição ante-rior à sua. Não que esteja desenraizado do seu tempo e de sua forma-ção. É possível identificar claramente o pano de fundo de suas idéias. A raiz protestante, mais especificamente pietista, o contraponto iluminista, cujos conceitos são aproveitados ou criticados, a situação política da Suíça, o impacto da revolução Helvética, esses e muitos outros compo-nentes de ordem histórica permeiam Pestalozzi, articulando seu pensa-mento sempre conectando a filosofia com as experiências por ele vividas. Esse caráter assistemático de sua filosofia é antes uma qualidade, pois o afasta do dogmatismo e lhe dá um caráter até científico.

A coerência está nesse princípio, o de permanecer sempre aberto à aprendizagem da vida (segundo ele, a vida educa), sem perder o próprio rumo.

A questão moral

Porque enfocar em Pestalozzi o aspecto da educação moral?

Seria isso de fundamental importância na historiada educação? Sim, de diversos pontos de vista. Dentro da própria obra pestalozziana, assim como em Rousseau, a questão da realização do homem como ser moral deve ser o objetivo básico de toda a operação pedagógica, de toda a crença religiosa e de organização social. Pestalozzi defende a tese de que existem verdades que transcendem o tempo histórico.

Estabelecer um diálogo com alguém de 200, 500 ou 2000 mil anos atrás, que tenha se debruçado sobre o homem para reconhecê-lo como tal, não é apenas

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