TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha do Texto “Educação escolar e transformação social”

Por:   •  31/5/2020  •  Resenha  •  1.730 Palavras (7 Páginas)  •  649 Visualizações

Página 1 de 7

Resenha do texto “Educação escolar e transformação social” de Adriano Moreira, por Sérgio Rodrigo de Souza Brito.

No texto “Educação escolar e transformação social”, o autor Adriano Moreira, chama atenção para a importância da educação e como o indivíduo teve o processo educacional afetado pelo capitalismo. O autor, como o mesmo diz no resumo do texto, se embasa fortemente nos textos de Karl Marx, principalmente para enfatizar como o capitalismo teve interferência direta na evolução do processo de educação no decorrer dos anos, influenciando, inclusive, nas relações de trabalho.

O autor foi extremamente descritivo e foi bastante crítico e usou excelentes argumentos defendidos por autores como Newton Duarte, István Mészáros, Dermeval Saviani, Rudolf Bahro e principalmente de Karl Marx, argumentos que defende fortemente que o capitalismo é um grande vilão das forças de trabalho e influenciou diretamente no desenvolvimento da educação do Brasil. O autor defendeu fortemente o fim do capitalismo como uma solução para o fim da descentralização da educação, baseando nos autores citados acima.

O texto foi dividido em dois tópicos, o primeiro “trabalho e educação” o autor menciona Marx (2001) fazendo a seguinte comparação entre o Homem e os animais, “os animais buscam manter sua existência física, o que requer a satisfação de suas necessidades corporais. Os homens fazem de sua atividade vital objeto da própria vontade e consciência. Encontra-se aqui a diferença essencial entre o homem e os animais: diferentemente da atividade destes, a atividade vital humana é lúcida e, portanto, livre”.

O trecho acima menciona sobre a racionalidade humana e como o mesmo tem a capacidade de discernir a importância de suas necessidades, a capacidade de definir prioridades, consequentemente, colocando o Homem como um ser capaz de raciocinar. Logo o mesmo é o único ser capaz de assimilar conhecimento. O mesmo ainda sugere que o Homem sempre está em busca de satisfação de suas necessidades, ao satisfazer uma, busca novas necessidades, o que se torna um ciclo constante, onde o Homem nunca se dará por satisfeito.

Portanto, para que o Homem tenha que satisfazer cada vez mais necessidades, o mesmo irá precisar trabalhar cada vez mais, eis aí a ideia central desse primeiro tópico. Como o autor nos diz “a essência humana é o trabalho” e essa essência faz com que a relação do Homem com o trabalho seja cada vez mais forte e isso fortalece cada vez mais o capitalismo e fortalece a ideia de existir uma relação entre o ser capitalista, o detentor do trabalho de terceiros e o proletário, aquele que, por sua vez, vive apenas de seu salário e sua força de trabalho serve como forma de apropriação por parte do ser capitalista.

Quando Adriano conclui essa primeira parte do texto ele nos faz refletir bastante quando a importância da produção humana e nos faz refletir sobre como essa produção e desvalorizada, podemos afirmar que as diretrizes comunistas propostas por Karl Marx e defendida pelos outros autores também mencionados no texto, nos fazem refletir sobre como a força de trabalho do homem sempre foi explorada, desrespeitada e extremamente banalizada, quando o detentor do capital passa a usar o proletariado apenas para enriquecimento próprio, essa ideias, defendidas a muitas décadas pelos autores, permanecem presente em nossa sociedade até os dias de hoje, sendo cada vez mais fortalecidas pelos grandes empresários.

O exemplo mais fácil disso é a pandemia que vivemos atualmente, que tem sido de grande reflexão sobre isso, quando a mídia diz “fique em casa”, mas as massas de trabalhadores desfavorecidas não possuem o mesmo privilégio, pois precisa sair de casa para ficar no caixa do supermercado, da farmácia, da padaria, pois precisa se dirigir ao posto da obra onde trabalha, como vi muitos operários fazerem, pois alguns precisam dirigir o ônibus que esses profissionais pegam para se deslocar ao seu trabalho, enquanto os grandes empresários “ficam em casa” seguros e protegidos, sabendo que sua renda não será afetada, pois seus “empregados” estão se encarregando de sua operação, muitos inclusive tiveram sua jornada de trabalho reduzida a metade para “ficarem em casa” e se protegerem, porém, também tiveram seu salário reduzido  metade por esse benefício. Vemos nesse cenário uma imagem clássica do que Karl Marx, muito bem exposto por Adriano, chama de stock.

No segundo tópico do texto, chamado de “Natureza e especificidade da educação”, Adriano Moreira critica a maneira como as classes dominantes exercem influencia sobre as camadas populares e como a educação no Brasil teve queda no desempenho ao longo dos anos, o mesmo ainda faz comparações com o rendimentos de alunos de outros países para mostrar o quanto a educação no nosso país é extremamente deficiente.

O autor inicia o tópico com a citação de Saviani (1997) que diz que “a educação é um fenômeno próprio dos seres humanos” e menciona ainda que a educação é um “trabalho não material” sendo que a educação pode ser considerada como uma “produção humana”, o autor cita ainda “que as classes dominantes têm negado o saber sistematizado às camadas populares, como forma de perpetuar sua condição e privilégios”.

Acho muito válido a colocação e mais uma vez trago para a contextualização dos dias atuais, o tema crítico que o ensino vem sofrendo com a questão do isolamento social frente o ensino via internet, em um pais onde 25% da população não possuí acesso a internet, inclusive uma boa parte desse percentual não possuí sem computador em casa. Essa parcela da população nunca terá a mesma condição de ensino que uma pessoa que possuí esses recursos de forma fácil, muito menos poderá disputar em iguais condições a uma vaga no ensino superior, por exemplo.

Outro ponto muito interessante apontado foi o trecho de Duarte (2008) citado no texto sobre a “pedagogia do aprender a aprender” que diz que “aprender sozinho situa-se em um nível mais elevado de aprendizagem que o resultante da transmissão de conhecimentos por alguém”.

Algo que defendo muito é que precisamos de pessoas críticas, pessoas que questionem uma informação que recebem e que saibam contestar algo que discordem, que tenham argumentos sólidos para defender suas ideias. Hoje a escola produz livros em massa para os alunos, com o mesmo nível de informação, como se todos tivessem o mesmo nível de entendimento e raciocínio. Um exemplo básico disso, qual o objetivo de um estudante ter que decorar a tabela periódica? Não seria mais fácil o mesmo conhecer propriedades químicas dos elementos e saber como o mesmo poderia usar esses elementos e aplicar suas propriedades químicas, escolas deveriam ter laboratórios de pesquisa, de música, bibliotecas com livros de português, matemática, ciências, mas também de filosofia, artes e sociologia, por exemplo. Não só ter tudo isso, como incentivar os alunos a utilizarem.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (11 Kb)   pdf (90.8 Kb)   docx (11 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com