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Síntese comentada Becker

Por:   •  7/8/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.017 Palavras (5 Páginas)  •  414 Visualizações

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Síntese comentada de: BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento.

O filósofo Fernando Becker, em sua obra "Educação e construção do conhecimento" apresenta três modelos pedagógicos e pressupostos epistemológicos que permeiam o ensino e a aprendizagem da relação professor-aluno, especialmente no contexto do ensino público da realidade brasileira.

O primeiro modelo tratado por Becker é a Pedagogia Diretiva - Epistemologia Empirista. Considerada a pedagogia tradicional por se tratar do modelo vigente nas escolas, o aluno representa o pólo passivo, o qual somente recebe as informações, cujo centro dessa relação se concentra no papel que o professor exerce. Funcionando como uma via de mão única, na pedagogia diretiva o professor não tem a possibilidade de aprender com o aluno.

A epistemologia empirista legitima a situação em que o aluno apenas absorve as informações ao seu redor uma vez que submetido aos ensinamentos do doutrinador, sendo assim, deteminado pelo mundo. Contudo, esse modelo apresenta diversas críticas, sobretudo do pedagogo Paulo Freire, haja vista que há exclusiva reprodução de ideologias, incluindo práticas autoritárias e de silêncio por parte do aluno, o que implica ausência de crítica reflexiva necessária ao processo educacional, bem como a mitigação da criatividade humana, não havendo espaço para criação e para o questionamento. O efeito dessa prática é extremamente nocivo para sociedade, pois não há evolução e nem renovação intelectual, apenas reprodução de conceitos passados.

O segundo modelo retratado por Becker é a Pedagogia Não-Diretiva - Epistemologia Apriorista. Opondo-se à pedagogia supracitada, essa aduz que o sujeitos são dotados de conhecimentos a priori; tais aptidões e habilidades advindos hereditariamente fazem com que o professor assuma um papel secundário no ensino ao aluno, devendo apenas ampara-lo para que possa ser capaz de trazer esses conhecimentos à consciência. Assim, a interferência do professor deverá ser mínima, uma vez que o aluno já é detentor do conhecimento, cabendo àquele apenas facilitar o aprendizado, fazendo despertar as informações anteriormente existentes. A dificuldade prática de tal modelo está na renúncia do professor em intervir construtivamente do aprendizado do aluno, o que leva à crítica da pedagogia não-diretiva; considerando o pré concebimento de informações de que o sujeito é dotado, ignora-se as condições externas a que parte dos alunos possam ter sido submetidos ao longo de sua história familiar e que tenham impedido-os de desenvolver e florescer o conhecimento prévio em detrimento de outros.

Destarte, os alunos são tratados igualmente pelo professor que apenas dá auxilio, uma vez que supõem-se que já tenham conhecimento anterior, entretanto, os alunos que sofreram de qualquer tipo de dificuldade externa causados por constantes problemas socioeconômicos que assolam parte da população brasileira, como mal nutrição e marginalização, não são relevados perante o professor que atua distante da realidade dos alunos. Essa forma de ensinar, portanto, aumenta a desvantagem entre classes e preserva a desigualdade socioeconômica e intelectual.

O último modelo de que trata o autor é a Pedagogia Relacional - Epistemologia Construtiva, a qual se concentra na relação firmada em sala de aula entre professor e aluno. Diferentemente das demais pedagogias, a pedagogia relacional infere que o professor deverá atentar ao ensinamento proporcionado ao aluno e aprender o que o aluno foi capaz de absorver, acreditando no potencial que possui em apreender informações, problematizando as ações da relação estabelecida. De modo paralelo, o aluno deverá aprender o que o professor lhe ensina, construindo seu conhecimento no conteúdo e na forma. Esse novo paradigma visa levar o ensino ao nível além do mero conteúdo, incluindo também a capacidade constitutiva e criadora do aluno. Assim, o ensino ultrapassará a simples reprodução de

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