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Todo conhecimento é auto conhecimento

Por:   •  26/3/2017  •  Resenha  •  1.016 Palavras (5 Páginas)  •  2.179 Visualizações

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Todo conhecimento é autoconhecimento.

Com o surgimento da ciência moderna, o homem enquanto sujeito epistêmico, cujo conhecimento é real e cognitivo, ganha força frente ao empírico alegando que um conhecimento rigoroso não deveria ser influenciado por crenças ou concepções morais da sociedade.

A separação entre sujeito e objeto surge após o desmembramento das concepções de homem posto que os instrumentos estudados eram os próprios seres humanos. Dessa forma, a distância epistemológica entre sujeito e objeto estava diretamente relacionada com a distância empírica entre ambos.

A distinção entre métodos e objetos de estudo das ciências naturais e sociais demonstram de forma clara essa dicotomização quando é perceptível o atraso de uma em relação à outra.

Para que ocorra uma melhor compreensão disso basta analisar os métodos de estudo das ciências sociais – Antropologia e Sociologia - que demonstram as diferentes formas de compreender e trabalhar o objeto científico ao qual pretendem desnudar.

A Antropologia Social estabeleceu o homem primitivo como o seu objeto de estudo e o antropólogo era o sujeito que investigava o instrumento de pesquisa através de uma considerável distância entre o sujeito e objeto, no entanto, devido à necessidade metodológica de uma observação participante passa a ocorrer uma maior proximidade entre sujeito e objeto que ocasiona na redução do espaço entre eles.  

Na Sociologia ocorre o processo inverso já que essa distância era naturalmente reduzida pelo fato do objeto de estudo dos cientistas sociais serem os seus concidadãos europeus, o que ocasionou na busca de metodologias sociológicas para que esse sujeito e objeto fossem distanciados no intuito de obter melhores resultados nas suas pesquisas.

 Com a passagem dos anos e com o aprofundamento da visão do homem enquanto ser social dentro destas ciências ocorreu uma brusca transformação através da qual o selvagem passou a ser visto como parte contexto social e por isto deveriam ser investigados como tais enquanto os concidadãos dos cientistas europeus passaram a ser estudados utilizando metodologias antropológicas, a exemplo da observação participante. Ou seja, à medida que o contexto vai sendo modificado e olhar do homem enquanto ser social vai sendo apurado, os métodos de pesquisa das ciências sociais se cruzam entre si.

Por outro lado, nas ciências naturais houve uma reapropriação da natureza enquanto produto da exploração do homem e o consequente afastamento entre ambos, devido o desordenado desenvolvimento tecnológico que traz à baia a ideia de que o conhecimento materialista se torna também um conhecimento idealista através do qual o ato de conhecer e o produto obtido pelo conhecimento eram indissociáveis.

Ao analisar a produção do conhecimento nas ciências sociais e naturais é possível perceber que o objeto é um sujeito continuado o que o torna fruto do autoconhecimento. Pois, não existem na ciência descobertas, mas, criações resultantes das experiências que levam o cientista a encontrar um conhecimento íntimo para que assim ele possa compreender o que é utilizando os princípios morais as crenças e os juízos de valor que fazem parte da sua formação cognitiva intelectual.

A ciência moderna não é, portanto, a única forma de explicar a realidade e não é superior a nenhuma outra fonte de conhecimento, bem como, a explicação científica dos fenômenos nada mais é do que uma autojustificativa da ciência.

Com a difusão da ciência moderna, os seres humanos não se consideram mais capazes de explicar a realidade sem que tenham embasamento nos conceitos científicos. Para que esse lento de naturalização passado pela ciência ocorresse foi necessário que os cientistas começassem a perceber que eram as suas convicções sociais que davam corpo às experiências por eles desenvolvidas.

Na atualidade, os cientistas compreendem que são as suas trajetórias sociais e individuais, além, dos seus conceitos de moralidade e crenças que norteiam o conhecimento científico produzido, ainda que isso seja dado de maneira subjetiva. A ciência do paradigma emergente traz à tona a contemplação que falta a limitação técnica científica no que tange o conhecimento. A ciência norteada pelo paradigma emergente é menos ativa e mais contemplativa, ou seja, o controle científico que o cientista tem do mundo é sucumbida pelo prazer de quem o compartilha e o compreende de forma íntima e segura.

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