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UM OLHAR SOBRE O AUTISMO

Por:   •  27/8/2015  •  Artigo  •  3.799 Palavras (16 Páginas)  •  421 Visualizações

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UM OLHAR SOBRE O AUTISMO

Resumo:

Nesse artigo abordaremos o autismo em seu modo geral, suas características globais e específicas, levando-se em conta seu processo de desenvolvimento histórico, a generalização da doença, o diagnóstico, o tratamento desumano baseado em critérios de diagnósticos precoces e limitado, como também o conceito da psicanálise e da psicologia comportamental que possibilitaram uma intervenção no tratamento da população autista. Sua forma de trabalho e análise possibilitou um amplo campo de trabalho tanto para o autista quanto para os familiares. Este trabalho mostra-nos a importância do diagnóstico precoce e quanto esse aspecto pode diferenciar no desenvolvimento neurológico e social do autista. As considerações e resultados foram obtidos por meio de pesquisas bibliográficas e artigos que complementaram o trabalho para melhor contribuição do leitor.

Palavras-chave: Autismo, Asperger, Definições, Manifestações.

1.INTRODUÇÃO

O autismo, também chamado de Transtorno do Espectro Autista, é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) que tem influência genética e é causado por defeitos em partes do cérebro, por exemplo. Caracteriza-se por dificuldades na interação social, além de alterações de comportamento, expressas principalmente na repetição de movimentos, como balançar o corpo, rodar a caneta, apegar-se a objetos ou enfileira-los de maneira estereotipada. Todas essas alterações costumam aparecer antes mesmo dos 3 anos de idade, em sua maioria, em crianças do sexo masculino.

Para o autista, o relacionamento com outras pessoas costuma não despertar interesse. O contato visual com outro é ausente ou pouco frequente e a fala, usada com dificuldade. Ao falar algumas frases sempre são repetidas e a comunicação se dá por gestos, elas evitam pronunciar palavras.

O contato físico no relacionamento com o autista parece ameaçador para ele, insistir nesse tipo de contato ou promover mudanças bruscas na rotina dessas crianças pode desencadear crises de agressividade.

Para diminuir essa dificuldade de convívio social, deve-se criar situações de interação. As pessoas que convivem com a criança autista deve respeitá-la, deve ser clara ao falar com ela e aumentar o tempo para que a criança possa realizar suas atividades. Outro fator importante é comunicar as mudanças a criança antecipadamente, é fundamental ter paciência para lidar com a criança respeitando seus limites. A paciência se faz necessário, pois pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual, embora muito também apresentam alto desempenho e desenvolvem habilidades específicas como ter muita facilidade para memorizar números ou deter um conhecimento muito específico sobre informática, por exemplo. explorar as eficiências do autista é um bom caminho para o seu desenvolvimento.

2. Fundamentação Teórica

A definição do Autismo teve início na primeira descrição dada por Leo Kanner, em 1943, no artigo intitulado: Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo (Autistic disturbances of affective contact), na revsta Nervous Children, número 2, páginas 217-250. Nessa primeira publicação, Kanner (1943) ressalta que o sintoma fundamental, “o isolamento autístico”, estava presente na criança desde o início da vida sugerindo que se tratava então de um distúrbio inato. Nela, descreveu os casos de onze crianças que tinham em comum um isolamento extremo desde o início da vida e um anseio obsessivo pela preservação da rotina, denominando-as de "autistas". Segundo Bosa (2002), são chamadas Autistas as crianças que tem inadaptação para estabelecer relações normais com o outro, um atraso na aquisição da linguagem e, quando ela se desenvolve, uma incapacitação de lhe dar um valor de comunicação. Essas crianças apresentam igualmente estereótipos gestuais, uma necessidade de manter imutável seu ambiente material, ainda que dêem provas de uma memória freqüentemente notável. Contrastando com este quadro, elas têm, a julgar por seu aspecto exterior, um rosto inteligente e uma aparência física normal.

A autora ainda aponta a grande originalidade de Kanner, que foi a de individualizar, em um grupo de crianças que lhe foram encaminhadas, seja por debilidade mental ou esquizofrenia, uma síndrome nova reunindo sinais clínicos específicos, formando um quadro clínico totalmente à parte e diferenciado das síndromes psiquiátricas pré-existentes.

A descrição de Kanner organizava-se em torno do distúrbio central que é “a inaptidão das crianças em estabelecer relações normais com as pessoas e em reagir normalmente às situações desde o início da vida”. Para descrevê-lo escolhe o termo Autismo, que já existia,segundo Bosa:

Esse termo na verdade, deriva do grego (autos = si mesmo + ismo = disposição/orientação) e foi tomado emprestado de Bleuler (o qual, por sua vez, subtraiu o “eros” da expressão autoerotismus, cunhada por Ellis, para descrever os sintomas fundamentais da esquizofrenia.(BOSA,2002,p.26) Kanner mostrava a importância que queria atribuir à noção de afastamento social. Infelizmente, o conceito de autismo atribuído a Bleuler foi a fonte de confusão, como o fez notar Rutter (1979): segundo o conceito de Bleuler, o Autismo nos esquizofrênicos se refere a um retraimento ativo de imaginário. Na realidade sugere, primeiramente, ”um retraimento” fora das relações sociais enquanto Kanner descreve uma incapacidade de desenvolver o relacionamento social; em segundo lugar, ele implica uma vida imaginária rica, enquanto que

as observações de Kanner sugerem uma falta de imaginação; em terceiro lugar, ele postula uma ligação com a esquizofrenia dos adultos. São esses conflitos que explicam o fato de os psiquiatras terem algumas vezes, utilizado de forma permutável os diagnósticos de esquizofrenia infantil, psicose infantil e de Autismo. autismo em 1943, caracterizado por Leo Kanner tornou-se um dos desvios comportamentais mais estudados, debatidos e disputados, que teve o mérito

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