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A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO INSTRUMENTO NO DIAGNÓSTICO DA DISLEXIA

Por:   •  13/10/2022  •  Artigo  •  6.136 Palavras (25 Páginas)  •  63 Visualizações

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  AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO INSTRUMENTO NO DIAGNÓSTICO DA DISLEXIA[1] 

   Daniella Carla dos Santos Nunes[2]

 Pauzanes de Carvalho Filho[3]

RESUMO: O presente estudo abordou sobre avaliação neuropsicológica como instrumento no diagnóstico da dislexia. Verificou-se com a pesquisa que existem vários instrumentos neuropsicológicos e psicológicos que auxiliam os profissionais de saúde mental no diagnóstico de disturbios de aprendizagem, incluindo a dislexia. A avaliação Neuropsicológica é um processo de investigação que visa identificar a extensão, os impactos e as consequências cognitivas, comportamentais e a adaptação emocional e social que lesões ou disfunções cerebrais podem promover nas pessoas. Nesse sentido os instrumentos disponíveis para o diagnóstico tem grande importância, pois através da aplicação e checagem dos resultados de forma criteriosa e com o auxilio de outros profissionais é possivel um parecer fidedigno e mais seguro, podendo a partir daí desenvolver um programa de reabilitação ou “reeducação”.

PALAVRAS CHAVES: Avaliação Neuropsicológica, Testes, Dislexia e Aprendizagem.

ABSTRACT: This study addressed on neuropsychological evaluation tool in the diagnosis of dyslexia. It has been found through research that there are several neuropsychological and psychological tools that assist mental health professionals in the diagnosis of learning disorders, dyslexia especificamento more. Neuropsychological Assessment is a process of research that aims to identify the extent of the impact and consequences of cognitive, behavioral, and emotional and social adaptation that injury or brain dysfunctions can promote people. In this sense the instruments available for the diagnosis of great importance, because through careful application and checking the results and with the help of other professionals is possible a reliable and safest advice, and may thereafter develop a rehabilitation program or "reeducation".

KEYWORDS: Neuropsychological Assessment, Testing, Dyslexia and Learning.

INTRODUÇÃO

O tema abordado no presente estudo tem como objetivo realizar uma pesquisa sobre a avaliação neuropsicólogica como instrumento no diagnóstico do disléxico. A Dislexia é a inabilidade de leitura mais comum com suas complexidades e talvez a menos compreendida. Sendo hoje ainda mais estudada por especialistas de cada área como a educação, neurologia, psicologia, neurociências, neuropsicologia dentre outras.

De acordo com Eleanor Boder (1973) apud Nunes T e cols (2000) a primeira psicóloga a tentar estabelecer a existência de diferenças entre as crianças disléxicas e outras crianças, distinguiu três tipos de disléxicos (disfonéticos, diseidéticos e mistos) baseando-se nos tipos de erros produzidos nas diversas condições de leitura (palavras familiares ou não familiares, longas ou curtas, de alta ou baixa freqüência) . Que foram assim classificados:

Disfonética (auditiva) – dificuldade de percepção auditiva na análise e síntese  de fonemas (consciência fonológica);

Diseidética (visual) - dificuldade na percepção visual e mais para a leitura do que para a escrita;

Mista – Apresenta os dois tipos de dificuldades citadas acima.

  Acredita-se que sua origem é neurobiológica, pois de acordo com a pesquisa do neurologista francês Joseph Jules Dejerine  em 1881  onde sugeriu que a parte posterior do lado esquerdo do cérebro era crítica para leitura, por outro lado onde observou outra região posterior do cérebro que é mais ventral na área occipto-temporal (LYON, 2003).

 Dando ênfase a Neuropsicologia que é a ciência que estuda as habilidades cognitivas e comunicativas e sua relação com o comportamento e com o funcionamento cerebral - relaciona-se também a demais áreas afins tanto da saúde quanto da educação para compreender o desenvolvimento do funcionamento cognitivo em condições normais ou em disfunções neurológicas.

De acordo com o DSM-V a Dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, caracterizada por baixo desempenho escolar na leitura/escrita do esperado para a idade cronológica. Dificuldade de leitura ocasiona prejuízos significativos no rendimento escolar e até em atividades simples do cotidiano.

 Segundo Baroja, 1989; González, 1996; Rueda, 1995; Sabater, 1989  a dislexia começou a a ser estudada no final do século XIX com Hinshelwood e Morgan, oftalmologistas ingleses  que estudaram casos de crianças com sérias dificuldades de aprendizagem de leitura, categorizando este problema como cegueira verbal. 

Em 1887 Rudolf Berlin um oftalmologista de Sttutgart, Alemanha usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita e mesmo assim apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos. No século XX, Samuel Orton (apud BRYANT & BRADLEY, 1987), um neurologista americano que teve grande influência na divulgação da dislexia infantil dedicando-se aos erros de inversão de letras nas crianças disléxicas.

 No Brasil as pesquisas em dislexia chegaram na década de 80 com o empresário Jorge Simeira Jacob, devido ao seu filho ter sido diagnosticado com um tipo de distúrbio de aprendizagem. Sem conhecimento no Brasil ele foi em busca de informações onde conheceu a BDA- Associação Britânica de Dislexia. Criou no Brasil especificamente em São Paulo e divulgou conhecimentos sobre a ABD- Associação Brasileira de Dislexia que preocupa-se em diagnosticar o distúrbio. Hoje há várias outras associações nos outros Estados Brasileiros (NUNES,2012 p.4).  

Do ponto de vista neuropsicológico é considerada uma disfunção do cérebro que compromete a aquisição e o desenvolvimento das habilidades escolares, tendo como critérios de exclusão o rebaixamento intelectual, déficits sensoriais (visual, auditivo), déficits motores significativos, com condições supostamente adequadas de aprendizagem e ausência de problemas psicossociais. Indivíduos com dislexia podem apresentar déficits específicos nas funções neuropsicológicas, como no processamento visual e auditivo, sistema fonológico da linguagem; atenção e funções executivas.

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