A Analise Filme Homem Dos Ratos

ANÁLISE DA PRODUÇÃO FILME, NA PERSPECTIVA DA TEORIA PSICANALÍTICA

ANÁLISE DA PRODUÇÃO FILME, NA PERSPECTIVA DA TEORIA PSICANALÍTICA.

Trabalho de análise de obra cinematográfica, a partir dos conteúdos programáticos da disciplina Teoria Psicanalítica do curso de Psicologia da UNIP, ministrado pelo Prof. Espec. Flávio Rossi.

Campus Paraíso – São Paulo

2022

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

1.2DESENVOLVIMENTO/ANÁLISE.....................................................................................8

2.CONSIDERAÇÕES FINAIS 33

3.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho consiste em uma análise psicanalítica acerca do filme-documentário “O Homem dos Ratos”, obra cinematográfica que foi lançada no ano de 1972, dirigida por Bruce Norman e produzida pela companhia televisiva BBC para a série “Horizon”. O episódio faz relato a um dos casos mais clássicos da psicanálise.

A Neurose Obsessiva será discorrida pelo viés do Manual de Técnica Psicanalítica de David Zimerman (1930-2014), também nomeada de Transtorno Obsessivo Compulsivo segundo as normas do DSM IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (1994).

Os fatos apresentados por Sigmund Freud (1856-1939) a respeito do caso clínico foram introduzidos pela primeira vez no Congresso de Salzburg, em 1908, posteriormente impresso como “Duas Histórias Clínicas (O Pequeno Hans e o Homem dos Ratos)”, volume X, em 1909. Por sua vez, Freud comprovou a existência da sexualidade na infância a partir de experiências precoces.

Seu paciente é um jovem advogado que se queixa de pensamentos corriqueiros que o atormentam e dizem respeito a seu pai e a sua namorada. Ele acredita que algo de ruim pode acontecer a eles a qualquer momento e, para livrá-los de um possível evento catastrófico, passa a realizar determinados rituais obsessivos e desconexos.

Conforme relata, o paciente sente um forte impulso em cortar a garganta com uma navalha e luta, principalmente nos últimos quatro anos, contra esse mal que o atinge, o que lhe causou a perda de autonomia necessária para conduzir a vida normalmente. Deste modo, Freud dá início ao tratamento com a principal premissa de “dizer tudo o que lhe vier à mente, ainda que lhe seja desagradável, ainda que lhe pareça insignificante, impertinente e sem sentido” (FREUD, 1909, p. 09).

Dentro do contexto, o paciente traz à tona a lembrança de que a procura pelo Dr. Freud se deu graças a uma narração de tortura feita com ratos pelo seu capitão durante a manobra militar, o que originou o pseudônimo “o homem dos ratos”, dado por Sigmund Freud. Ele relata, ainda, que perdeu seus óculos na ocasião e que posteriormente foram enviados e pagos via correio pelo tenente “A” – que no mais tardar disse a ele que deveria, na verdade, reembolsar pelo pagamento o tenente “B”.

No entanto, o homem dos ratos descobriu que o emissário e pagador do pacote era, na realidade, uma dama que trabalhava no correio em Viena, fato que lhe gerou muita angústia, pois ficaria impossibilitado de cumprir o juramento de quitar devidamente a pessoa responsável pelo pagamento.

Tal conflito teria correlação com o fato de o seu pai ter sido um acumulador de dívidas em jogos e que, além disso, teria implicado, junto à sua mãe, um casamento a negócios. Surgiria, então, a dúvida entre casar-se por amor com uma mulher pobre e casar-se por dinheiro com uma mulher rica. Conforme teoriza Freud acerca do caso clínico: “A criação da incerteza é um dos métodos utilizados pela neurose a fim de atrair o paciente para fora da realidade e isolá-lo do mundo” (FREUD, 1909, p. 85).

Desta forma, o conteúdo será dividido em 1) sinopse, contendo uma breve resenha a respeito do filme; 2) desenvolvimento, com conceitos retirados de fontes acadêmicas reconhecidas e relativas ao conteúdo programático; 3) considerações finais, com conclusões comparando a produção artística às teorias psicanalíticas; 4) referências bibliográficas, com autores e obras mencionadas durante o trabalho acadêmico.

1.1 SINOPSE DO FILME

O filme “O Homem dos Ratos” faz relato à história de um rapaz que luta contra uma ordem que julga vir de dentro e que sugere que corte a própria garganta com uma navalha, fato este que lhe atrasou em seus estudos, pois fez com que realizasse determinados rituais para livrar seu pai e sua namorada de um possível mal.

Conforme relembra, ele é atormentado pela ideia de ser um criminoso e que, para seus amigos, desde pequeno encara a vida de modo negativo. Anos depois, lhe vem à mente o desejo de infância de contemplar o corpo feminino, mais precisamente o de sua governanta, pois lhe permitiu que a tocasse deliberadamente na cama.

Aos 6 anos, relata que já lhe ocorria as ereções e que estas estavam ligadas à curiosidade de ver a mais nova e jovem governanta que se admirava seminua em frente ao espelho. Diante disto, surge o pressentimento de que algo de terrível iria acontecer e que deveria fazer de tudo para evitar que acontecesse, embora não conseguisse evitar de desejar a morte do pai.

Durante as manobras militares, teve uma longa conversa com o capitão a respeito de castigos físicos e afirmou sentir medo dele, pois ele era favor de uma tortura praticada cujo prisioneiro teria seus braços e pernas atados e, com um balde virado para baixo, o capitão introduziria ratos, um por um, que por sua vez forçariam a saída através do ânus. Subitamente ligou