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A Carta a John Stuart Mill

Por:   •  10/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.222 Palavras (5 Páginas)  •  603 Visualizações

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Prezado John Stuart Mill,

Como tem passado? Espero que essa carta o encontre bem e feliz, ou seja, com prazer e ausência de dor.

Estou bastante entusiasmado com seus escritos. Lendo seu livro Autobiography (1873) na edição em português, Autobiografia (2007), onde você escreve nos seus últimos anos, apresentando uma descrição vívida e comovente da sua vida, em especial da sua extraordinária educação. Não sei se extraordinária é como você adjetivaria, mas, vamos combinar: Nascido no início do século XIX, portanto em plena fase de industrialização da Inglaterra, logo aos 3 anos de idade, iniciou seus estudos de grego, seguindo-se depois latim, matemática e filosofia. Aos 11 anos auxiliou seu pai na revisão da obra dele mais importante sobre a história da Índia e aos 13, por recomendação do seu pai, deu início a seus estudos de economia, através da leitura das obras de Smith e Ricardo. Passou seu décimo quarto ano de vida na França, onde prosseguiu seus estudos, incluindo química, biologia, cálculos diferenciais e botânica. Isso não é de fato uma infância e adolescência tão comum. Logo aos 15 anos, ao voltar à Inglaterra, começou a estudar direito, quando entrou em contato mais estreito com as ideias de Jeremy Bentham. Agora no século XXI não vejo como fazer isso acontecer com a grande maioria das nossas crianças e adolescentes, não por falta de potencial, mas por ficar totalmente fora do contexto do homem hoje.

Você tem importantes contribuições para a humanidade em várias áreas do conhecimento. Elas distribuem-se pelos campos da Lógica, da Psicologia, do Direito, da Economia e da Política. Tamanha diversidade explica em boa parte a descontinuidade que caracteriza a sua obra e a controvérsia que existe em torno de sua figura. Você é considerado um dos principais expoentes da Economia por alguns autores e historiadores em razão de sua criatividade e de suas contribuições inovadoras e, ao mesmo tempo, é ignorado por outros, por não ter conseguido “amarrar” bem suas ideias, que tiveram que ser aperfeiçoadas por diversos economistas e pensadores de gerações posteriores. Porém, eu quero me ater mesmo é na sua contribuição à Psicologia. O que tratarei em breve.

Dentre as suas contribuições, é interessante como procurou combinar o utilitarismo que, com certeza, você absorveu de Jeremy Bentham, com o socialismo, em que ressaltou o valor do altruísmo que é tão a gosto de Saint-Simon e Comte, como forma de superação do egoísmo. Em seu livro Utilitarismo no capítulo II, você enfatizava, no princípio da utilidade, a busca da felicidade, dizendo assim: Felicidade entendida como prazer e ausência de dor. […] Prazer e ausência de dor são as únicas coisas desejáveis como fins […] seja pelo prazer inerente a elas, seja como meio de promoção do prazer e prevenção da dor. Pudéssemos ter um colóquio pessoalmente, gostaria muito que falasse mais sobre isso.

Pouco depois do término de sua jornada nessa terra, a Psicologia tornou-se uma nova ciência. E você foi um dos grandes contribuintes para o arcabouço base dessa nova ciência. Combater a posição mecanicista de seu pai, James Mill, o que eu não esperava, visto que ele teve muito maior influência na sua educação que sua própria mãe foi algo muito corajoso e muito importante. Sua a visão da mente passiva que reage mediante o estímulo externo e mente ativa na associação das ideias foi um pensamento ousado e evoluiu verdadeiramente dentro da Psicologia.

Sua postulação de que as ideias complexas não são apenas o somatório de ideias simples por meio da associação, mas, elas acabam adquirindo novas qualidades antes não encontradas nos elementos simples. Esse exemplo das cores é muito que bom: a mistura de azul, vermelho e verde nas proporções corretas resulta no branco, uma qualidade completamente nova. De acordo com essa perspectiva, conhecida como a síntese criativa ou química mental, a combinação correta de elementos mentais sempre produz alguma qualidade distinta que não estava presente nos próprios elementos.

O seu pensamento foi influenciado pelas pesquisas em andamento na química do século XIX, que lhe proporcionaram modelos diferentes das suas ideias da física e da mecânica, que formavam o contexto de ideias do seu pai e dos precursores empiristas e associacionistas, não estou correto?

Além disso, outra contribuição à psicologia foi sua alegação sobre ser possível a realização de um estudo científico da mente. A “etologia”, campo de estudo que você recomendou e que seria dedicado aos fatores que influenciam o desenvolvimento da personalidade humana desenvolveu-se e Alysson Massote Carvalho, afirma nas páginas 81 a 92 de seu livro “O Lugar do Biólogico na Psicologia:

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