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A ENTREVISTA INICIAL COM OS PAIS

Por:   •  6/7/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.142 Palavras (5 Páginas)  •  636 Visualizações

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A ENTREVISTA INICIAL COM OS PAIS

O filho não deve estar presente, mas deve ser informado da consulta.

A ausência ou presença dos pais, em si mesma, é reveladora do funcionamento do grupo familiar na relação com o filho.

Devemos assumir desde o primeiro momento o papel de terapeuta do filho, interessando-nos pelo problema ou sintoma.

Não consideramos conveniente finalizar essa entrevista sem ter conseguido os seguintes dados básicos que necessitamos conhecer antes de ver a criança: a) motivo da consulta; b) história da criança; c) como transcorre um dia de sua vida atual, um domingo ou feriado e o dia do aniversário; d) como é a relação dos pais entre si, com os filhos e com o meio familiar imediato.

É necessário que essa entrevista seja dirigida e limitada de acordo com um plano previamente estabelecido. A entrevista tem o objetivo de que nos falem sobre a criança e da relação com ela; não devemos abandonar este critério durante todo o tratamento.

a) MOTIVO DA CONSULTA

Se resolvi interrogar primeiro sobre o motivo da consulta é porque o mas fácil para os pais, no início, é falar sobre o que não está bem no/e com o filho.

Para ajudá-los, temos que tratar de diminuir a angústia inicial, e é o que se consegue ao enfrentarmos e encarregarmo-nos da enfermidade ou do conflito, posicionando-nos como analistas do filho.

Devem sentir que tudo o que recordam sobre o motivo da consulta é importante para nós.

Apesar dessa inevitável limitação, o material obtido é valioso, não só para o estudo do caso, como também para a compreensão da etiologia das neuroses infantis, capacitando-nos para uma tarefa de profilaxia.

b) HISTÓRIA DA CRIANÇA

Interessa-me saber a resposta emocional ao anúncio da gravidez. Também se foi desejada ou acidental, se houve rechaço aberto com desejos de abortar ou se a acertaram com alegria.

Também indaga-se sobre os sentimentos sobre a gravidez, sua evolução, o parto. Primeiros dias de vida, período de amamentação, desmame, quando andou pela primeira vez, doenças infantis, enfim, tudo que possa ter ocorrido desde o nascimento até o momento presente.

É de grande utilidade, para compreender a relação mãe-filho, perguntando sobre a forma como costumava acalmá-lo quando chorava e como reagia quando pretendia alimentá-lo e ele rechaçava.

As relações de dependência e independência entre mãe e filho refletem-se também nas atitudes e expressões dos dois quando o bebê começa a sentir necessidades de movimenta-se por conta própria.

Deve-se também verificar a idade e de que forma se realizou o controle de esfíncteres.

É necessário indagar sobre a sexualidade da criança, quais foram as reações dos pais a esse respeito.

Também deve-se perguntar como seu o ingresso na escola, e como a criança assumiu esta responsabilidade

c) DIA DE VIDA

A reconstrução de um dia de vida da criança deve ser feita mediante perguntas concretas, que nos orientam sobre experiências básicas de dependência e independência, liberdade ou coação externas, instabilidades ou estabilidades das normas educativas, do dar e do recebedor. Sabe-se assim se as exigências são adequadas ou não a sua idade, se há precocidade ou atraso no desenvolvimento, as formas de castigo e prêmio, quais são suas capacidades e fontes de gozo e suas reações frente às proibições.

A descrição de domingos, dias de festas e aniversários ilustra sobre o tipo e o grau de neurose familiar, o que permite estimar melhor a da criança, orientando no diagnóstico e no prognóstico do caso.

d) RELAÇÕES FAMILIARES

Deve-se analisar a relação afetiva da criança com os familiares e do que a criança significa para eles.

Compreende-se que muito pouco podemos saber sobre as verdadeiras relações entre eles e nos limitaremos por isso a consignar a idade, a localização dentro da constelação familiar, saber se os pais vivem ou não, profissão ou trabalho que realizam, horas que estão fora de casa, condições gerais de vida, sociabilidade deles e de seus filhos.

ENTREVISTAS POSTERIORES COM OS PAIS

A investigação cuidadosa das possibilidades reais para cumprir o tratamento ou a orientação é imprescindível, pois não convém criar-lhes uma nova ansiedade ao oferecer uma solução que seja inacessível para eles. Devemos partir da base de que o pai normalmente não sabe o que é um tratamento psicanalítico e portanto pode pensar que em poucas horas, ou em poucas semanas, tudo estará solucionado.

Muitas vezes o sintoma de um menino é criado pela mãe ou, pelo menos, mantido ou agravado por ela.

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