A HISTÓRICO DO HTP

1. HISTÓRICO DO HTP

O desenho é considerado a forma de comunicação mais antiga entre os seres humanos (Hammer, 1991; Wechsler,2003). Foi apenas no século XX que o desenho passou a ser utilizado como técnica de avaliação psicológica, para investigar habilidades cognitivas e personalidade humana (Bandeira, Costa & Arteche,2008).

Esse tipo de técnicas possui como principal estimulo o desenho, dá-se o nome de técnicas  ou testes gráficos.

Conforme a resolução n° 02/2003 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que define e regulamenta o uso , a elaboração e a comercialização de testes psicológicos no Brasil, o HTP é o único teste gráfico projetivo para uso no contexto profissional  da avaliação psicológica. Este instrumento foi aprovado pelo Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI), em janeiro de 2004 (CFP, 2009)

O HTP foi criado por John N. Buck, em 1948, e tem como objetivo  compreender aspectos de personalidade do individuo, como também a forma como esse individuo interage com as pessoas e com o meio ambiente. O HTP estimula a projeção de elementos da personalidade e de áreas de conflito dentro da terapêutica proporcionando uma compreensão dinâmica das características e funcionamento do individuo (Buck,2003).

O instrumento é destinado a indivíduos maiores de oito anos e propõe a realização de três desenhos sequenciais, uma casa, uma arvore e uma pessoa, nas quais devem ser desenhadas em folhas separadas, utilizando lápis e borracha. A aplicação propõe que se realize um inquérito acerca de características e descrição de cada desenho realizado.

O HTP é uma das técnicas mais utilizadas por psicólogos brasileiros, sendo um dos testes mais ensinados nos cursos de formação de Psicologia. A popularidade do HTP pode estar relacionada ao baixo custo  e à facilidade de sua aplicação.

Trata-se de uma técnica mais questionada no que se refere em validade fidedignidade, por se tratar de uma técnica projetiva, em que aspectos pessoais são projetados sobre o estimulo do desenho, o HTP permite que o avaliador realize interpretação frente ao conteúdo trazido, as respostas são determinadas pelo conteúdo idiossicratico trazido pelo individuo.

O HTP foi apresentado por diferentes autores ao longo dos anos, orientados pela teoria psicodinâmica da personalidade. Diferentes contribuições trazem diversidades quanto à interpretação e dificuldade de estabelecer critérios para o teste. Por isso o HTP é entendido, como um instrumento baseado no senso comum e em conclusões arbitrarias e subjetivas.

Na sua versão atual o HTP possui um manual contendo padronização de aplicação e de registro das respostas oriundas do inquérito posterior a cada desenho. Oferece protocolo com uma lista de conceitos interpretativos de cada desenho, associado a possíveis características psicopatológicas da personalidade. Em relação a aplicação, exija que sejam considerados alguns critérios relevantes, como conhecimento técnico e teórico do aplicador, como se refere de técnicas projetivas, será adequado um ambiente facilitador para aplicação e administração do rapport, a aplicação é individual, especificamente no contexto clinico. Na interpretação o HTP avalia o desenho através dos seguintes aspectos: proporção, perspectiva, detalhes, qualidade de linha e uso adequado de core, no caso de desenhos cromáticos (Buck,2033).

A proposta do HTP sugere uma avaliação menos detalhada e mais global, tende a evitar interpretações pouco consistentes. A analise global dos elementos dos desenhos apresenta-se apropriado para compreensão dos aspectos psicopatológicos e das características gerais da personalidade, quando comparada as analises de itens específicos dos desenhos.

No protocolo de interpretação é uma tentativa de sistematizar a aplicação e criar critérios para interpretação dos desenhos. O protocolo é um recurso útil para a apreensão das características relevantes, visando à interpretação adequada dos desenhos. o que se observa é a característica patológica e reduzida do protocolo, na medica que vincula as características do desenhos a indicadores psicopatológicos específicos, sem considerar outras a variáveis que não podem ser apreendidas através da aplicação de um único instrumento.

O HTP não devera ser considerado um instrumento único para o processo de diagnostico para avaliar os aspectos de personalidade do individuo, e assim servindo como complemento para uma melhor avaliação.

O HTP no contexto clinico tem como finalidade de psicodiagnóstico infantil e também no contexto de perícia psicológica de trânsito, com a finalidade de obter informações sobre os aspectos da personalidade do sujeito, onde tendem a expressar nos desenhos de um modo inconsciente áreas de conflito e modo de perceber  a si próprio ou como gostariam de ser e como vivenciam sua individualidade em relação ao ambiente familiar e aos outros.

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