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A INFLUÊNCIA DA COGNIÇÃO NO BEM-ESTAR SUBJETIVO NA VISÃO DA TEORIA COGNITIVA

Por:   •  9/9/2015  •  Artigo  •  5.446 Palavras (22 Páginas)  •  285 Visualizações

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A INFLUÊNCIA DA COGNIÇÃO NO BEM-ESTAR SUBJETIVO NA VISÃO DA TEORIA COGNITIVA

Maria Angélica Comis

Daiane Domiquile Pinto

Centro Universitário Padre Anchieta

Resumo

O objetivo desse artigo foi o de analisar a correlação entre o bem-estar subjetivo e o processamento cognitivo baseado na Teoria Cognitiva, assim colaborando na aquisição e manutenção do bem-estar subjetivo. Levou-se em consideração esta necessidade, a partir da lacuna literária existente. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de livros relacionados ao tema, e em artigos científicos e teses, publicados nas bases: Scielo e Biblioteca Digital da USP, onde propôs-se primeiramente, a realização de uma revisão conceitual sobre o tema, e a descrição de resultados de pesquisas já publicadas por outros autores. Estes resultados foram apresentados em uma tabela, contendo as seguintes informações: Autor, ano de publicação, a característica influenciadora do sentimento de felicidade e explicitando a correlação: positiva, negativa ou não identificada. Em segundo e principal plano, apontar-se-á a correlação entre a cognição, numa visão da Teoria Cognitiva, como determinante na relação de influencia das variáveis encontradas e o bem-estar subjetivo. Resultados

Palavras-chaves: felicidade, bem-estar subjetivo, cognição, processamento cognitivo e terapia cognitiva.  

Abstract

Porventura não seja exagero imaginar que a busca pela felicidade tenha sido a grande mola propulsora a conduzir a espécie humana em sua trajetória. “Como ganhar, manter e recuperar a felicidade é de fato o motivo secreto pelo qual a maior parte dos homens faz o que faz” (JAMES, 1902, p.76 apud MYERS, 2006, p. 379). De acordo com DSM IV( ) os dados estatísticos revelam que o transtorno depressivo maior está associado com uma alta mortalidade, onde a taxa de suicídio desses indivíduos que são acometidos pelo nível severo  chega a 15%. E ainda as técnicas indicadas em literaturas de auto-ajuda possuem pequeno fundamento científico e nenhuma confirmação empírica de sua eficácia (RODRIGUES, 2007). No campo da ciência, uma variedade de pesquisas citam características de indivíduos felizes, mas a grande maioria se limita apenas a esta caracterização, deixando uma lacuna na literatura, no que se refere a entender o determinante das variáveis que influenciam a aquisição e manutenção da felicidade. A partir do entendimento destes fatores, os profissionais da Psicologia podem oferecer meios para auxiliar os seus pacientes a conquistarem uma vida mais feliz e com maior qualidade de vida.

Analisando por uma perspectiva histórica, observa-se que a concepção humana de felicidade esteve sempre baseada em dois tipos de premissas extremistas: uma de natureza extrínseca e outra intrínseca. A premissa que se baseia na natureza extrínseca da felicidade leva o indivíduo a buscá-la para além de si mesmo, na expectativa de encontrá-la em eventos ou conquistas externas a sua própria pessoa (DELUMEAU, 1997). Como exemplo dessa concepção, Giannetti (2002) cita o Iluminismo por tê-la como consequência do progresso, ou o próprio hedonismo, por acreditar que o segredo da felicidade consiste no aumento dos bons e diminuição dos maus momentos da vida. Para os que se baseiam neste tipo de premissa, a sociedade contemporânea não parece ter muito a oferecer: terrorismo, guerras, crises econômicas, violência urbana, desemprego, são apenas alguns exemplos daquilo que temos que conviver, de modo que vincular nossa felicidade a sua eliminação, ou mesmo diminuição destes fatores, seria o mesmo que abrir mão de uma vida feliz.

Partindo de uma concepção da felicidade de uma natureza intrínseca, Seligman (2009) discorre sobre a Psicologia Positiva, onde embora não negue a influência de eventos externos, trabalha com o conceito de bem-estar subjetivo que corresponde à avaliação, tanto cognitiva quanto afetiva, que uma pessoa faz acerca de sua própria vida.

Vale salientar que os termos felicidade e bem-estar subjetivo (BES) serão tratados neste artigo, como sinônimos, assim como se faz menção nas literaturas pesquisadas.

Primeiramente é de grande importância nomear o que se entende por felicidade. Para Giannetti (2002) quando alguém se declara feliz, o acontecimento pode ser descrito de diversas maneiras: O indivíduo pode estar feliz com algo específico; pode ser uma felicidade momentânea, somente em um espaço de tempo; ou pode-se dizer que é feliz porque ao avaliar a vida como um todo, sente que no geral, é satisfatória. É neste último caso que este artigo foi baseado, onde a felicidade não é apenas uma sensação passageira e local (estar feliz), mas inclui um componente reflexivo, ou seja, ela é um sentimento calcaldo em uma avaliação global da vida (ser feliz).

Pesquisas realizadas por teóricos desta área demonstram que determinadas características predispõem o indivíduo ao sentimento de felicidade, onde uma delas é a personalidade humana. Diener (2002) relata que o bem-estar subjetivo, pode ser também chamado de extroversão estável, parecendo o afeto positivo na felicidade estar relacionado à fácil sociabilidade, o que propicia uma interação natural e agradável com outras pessoas. Faz sentido, assim, comparar a felicidade com a extroversão. Segundo Giacomoni (2002), no entanto, são as habilidades sociais que possuem o efeito mais forte quando comparadas com as outras variáveis.

Seligman (2009) afirmou que as pessoas felizes possuem mais amigos, tanto amigos casuais quanto íntimos, permanecem casadas por um maior período e participam de mais atividades em grupo. Todos esses fatores indicam uma facilitação de contatos sociais. O autor investigou ainda as relações existentes entre medidas de felicidade e personalidade, através da participação de 95 estudantes voluntários. Seus resultados indicaram que a estrutura básica de personalidade tenciona uma pessoa a ser caracteristicamente feliz ou não. O neuroticismo mostrou-se negativamente associado a medidas de felicidade, enquanto a extroversão mostrou-se positivamente relacionada a elas.

Resultados experimentais indicam que as pessoas tendem a apresentar sofrimento quando não fazem parte de nenhum tipo de grupo ou quando têm relações pobres dentro dos grupos a que pertencem (DIENER e SELIGMAN, 2004 apud PASSARELI, 2007). Lundin (1979) cita que para o teórico Maslow, a necessidade de pertencimento é a segunda necessidade básica que o indivíduo experiencia, para que conquiste a auto-realização.

Muitos estudos têm indicado que, comparadas às pessoas solteiras, as casadas possuem melhor saúde física e psicológica, além de viverem mais e serem mais satisfeitas (COMIN e SANTOS, 2009). Segundo Watson (2000) entre as pessoas muito felizes, há uma maior representação de pessoas casadas, sugerindo que a felicidade cause o casamento, e não o contrário. Segundo Argyle e Martin (1991 apud RODRIGUES, 2007) mais importante do que propriamente o estado civil de casado, é a qualidade do casamento. As pessoas que dizem que seus casamentos são satisfatórios e que se descobrem ainda apaixonadas por seus parceiros quase nunca informam serem infelizes, descontentes com a vida ou em depressão.

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