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A Interpretação dos Sonhos

Por:   •  12/7/2023  •  Resenha  •  1.583 Palavras (7 Páginas)  •  52 Visualizações

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Interpretação dos Sonhos l:

        

Para os psicanalistas Freudianos, creio este ser o mais importante módulo. Como este e o próximo módulo se complementam, a fim de não deixar lacunas no trabalho, neste módulo falarei um pouco sobre a teoria e o trabalho da interpretação de sonhos, bem como do processo do sono, que protege o sonhar. No trabalho do próximo módulo, apresentarei, então, a obra de Freud em seus dois volumes.

Na Teoria Psicanalítica de Freud, o sonho é de grande importância, quando o terapeuta visa a compreensão do inconsciente, pois o sonho apresenta uma função psíquica, a qual é encarregada de compensar, suavizar, substituir uma realidade hostil por outra mais agradável, onde, segundo módulos do curso, um novo mundo se descortina diante da alma. Nossas ações, as mais censuráveis na vida de vigília, neste mundo dos sonhos, ela se torna passíveis de serem vividas e gozadas. É uma espécie de liberdade condicional.

Freud, em sua descoberta de que os sonhos possuem um conteúdo psicológico fundamental, revoluciona o estudo da mente, demonstrando que estes são a realização de desejos, muitas vezes disfarçados. Antes deste marco, os sonhos eram tidos como um trabalho desconexo, os quais eram provocados por estímulos fisiológicos. Mais anterior ainda, os sonhos eram tidos, em algumas culturas, como mensagens dos Deuses.

Podemos, então, sintetizar a teoria psicanalítica das composições oníricas, da seguinte forma, conforme apresentado no módulo 1 deste curso, o qual cito na íntegra: “a experiência subjetiva que aparece na consciência durante o sono e que, após o despertar, chamamos de sonho é, apenas, o resultado final de uma atividade mental inconsciente durante este processo fisiológico que, por sua natureza ou intensidade, ameaça interferir com o próprio sono. Chama-se sonho manifesto a experiência consciente, durante o sono, que a pessoa pode ou não recordar depois de despertar. Seus vários elementos são designados como conteúdo manifesto do sonho. Os pensamentos e desejos inconscientes que ameaçam acordar a pessoa são denominados conteúdo latente do sonho. As operações mentais inconscientes por meio das quais o conteúdo latente do sonho se transforma em sonho manifesto, chamamos de elaboração do sonho”.

        Quando falamos em sonhos, estamos estes fazem jus ao sonho manifesto. Este sonho manifesto é o relato que o indivíduo faz, logo após acordar, sobre o que fora sonhado e o que conseguiu lembrar. No entanto, ao nos referirmos ao significado de um sonho, desta vez estamos especificando o conteúdo latente do sonho. Tais distinções, para a psicanálise, são imprescindíveis.

        Mas como se deu este processo de descoberta de que os conteúdos oníricos são tão importantes no processo psicanalítico?

        A fim de compreendermos tal indagação, vamos conhecer a trajetória de Freud, até a publicação deste trabalho, em 1900.

        No ano de 1878, Freud conheceu o Dr. Joseph Breuer, o qual se torna seu amigo e incentivador, inspirando suas primeiras pesquisas no campo da Psicanálise. Dois anos depois, o Dr. Breuer inicia o tratamento da paciente mais famosa da Psicanálise, Anna O. Neste tratamento, Breuer utilizava estratégias terapêuticas inovadoras para o tratamento da histeria. Entre estas estratégias, podemos destacar a hipnose. Com aproximadamente dois anos de tratamento, o Dr. Breuer abandona o caso de Anna O., bem como, abandona suas pesquisas sobre a histeria. Freud, então, assume, tanto o caso de Anna O, como as pesquisas do Dr. Breuer, uma vez que se interessava profundamente pela histeria com toda a riqueza de sintomas que apresentava ao final do século XIX.

        Assim, Freud parte da clínica das relações que eram estabelecidas entre ele e os pacientes, para elaborar modelos interpretativos e teorizar.

        No ano de 1885, aprende hipnose com o neurologista francês Charcot. Após algum tempo, Freud passou a acreditar que, para além da hipnose, deveria haver certos processos mentais que permaneciam escondidos da consciência humana. Fazia uso da hipnose e indagava às pacientes sobre a origem de seus sintomas. Por outro lado, acrescentou, também, em colaboração com o Dr. Breuer, que os sintomas são dotados de significados e são resíduos ou reminiscências de situações emocionais, contudo, na maioria das vezes, tais sintomas não eram oriundos de uma única cena traumática, mas da significativa soma de situações similares.

        Em 1892, Freud abandona a técnica da hipnose e da pressão e resolve deixar o paciente falar, levando em consideração que o paciente pode ou não aceitar a sugestão. A partir de então, surge a Técnica da Associação Livre, que consiste em solicitar ao paciente que fale, livremente, tudo aquilo que vier à sua cabeça. Com isso, Freud prova que a hipnose se torna obsoleta no processo de condução ao sintoma histérico.

        Em 1895, Freud publica “Estudos sobre a Histeria”, obra em que é relatado diversos casos, inclusive o caso de Anna O. Neste momento, passa-se a falar em cura pela fala ou limpeza pela chaminé – método catártico. Freud considera que há uma questão sexual na histeria. Contudo, a evolução foi além do campo da histeria, quando Freud observa que não era qualquer espécie de excitação emocional que estava por detrás dos fenômenos da neurose, mas sim uma excitação de natureza sexual. Naquele mesmo ano, Freud analisa seu próprio sonho, o que, para alguns estudiosos, este é o momento do nascimento da Psicanálise.

No ano de 1900, Freud publica o livro “A interpretação dos Sonhos”, o qual deixa marcas profundas na cultura ocidental e representa a revolução de pensamentos produzidas por Freud, a qual tira o homem do centro de sua própria consciência, assim como Copérnico tirou a Terra do centro do Universo, Darwin tirou o homem do centro da criação e Marx tirou o homem do centro de sua própria história, afirmando que o homem é o resultado desta história e não o centro. Assim, a noção de inconsciente apresentado por Freud, configura sua ruptura com a epistemologia hegemônica do século XX.

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