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A PSICANÁLISE DOS CONTOS DE FADAS

Por:   •  26/4/2021  •  Trabalho acadêmico  •  5.307 Palavras (22 Páginas)  •  165 Visualizações

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PSICANÁLISE DOS CONTOS DE FADAS

Humanas

Amanda Romanzini, Victoria Franco, Beatriz Fonseca, Leo Gustavo, Tiago Mendes

Viviane Acioly, Sara Bandeira

Resumo: Este trabalho tem como objetivo informar a importância psicológica da apresentação dos Contos de Fadas originais às crianças, já que estas estórias estão repletas de simbologias que facilitam o entendimento de lições importantes. O trabalho inclui a origem e o contexto histórico dos contos, também de fundamental importância, e a análise de alguns contos originais, explicando o que cada personagem e suas ações representam. A problemática, na verdade, é a adaptação exagerada dos contos de fadas, já que, procurando distanciar as crianças da obscuridade que esteve presente na vida dos seres humanos desde os primórdios da humanidade, estes adaptadores acabam esquecendo o objetivo original dessas estórias. Este objetivo não relaciona-se com entreter crianças ou mostrar a elas que tudo dará certo no final, mas sim mostrar a elas a realidade de uma época através da simbologia e trazer a elas ensinamentos fundamentais para suas vidas de forma simples e compreensível.

Palavra chave: Contos de fadas; crianças; psicanálise.

Abstract: This paper’s main goal is to give information about the psychological importance of showing the original Fairy Tales to the children, since these stories are full of symbolism that make it easy for them to understand important lessons. The paper includes the origin and the historic context of the tales, also fundamentally important, and the analysis of some of the original tales, explaining what each of the characters and their actions represent. The real problem is the exaggerate adaptation of the fairy tales, since while the ones responsible for this are trying to keep away from children the obscurity that is present on the human being’s life since the origins of humanity, they forget the original objective of these stories. This objective is not related to entertaining children or showing them everything is going to be okay, but rather showing them the reality of an era through symbolism and bringing them fundamental teachings in a simple and understandable way.

Keywords: Children; fairy tales; psychoanalysis.

01. INTRODUÇÃO

  • O que é Psicanálise

Considerado o pai da Psicanálise, o neurologista austríaco Sigmund Freud (1886 – 1939) fundamentou a teoria cujo objetivo fundamental é explicar o funcionamento da mente humana. A teoria é dividida em duas partes, uma delas dizendo que os processos psíquicos são em sua imensa maioria inconscientes, que a consciência não é mais do que uma fração da vida psíquica total do ser humano. Em seu livro, O Ego e o Id (1923), Freud divide a mente humana em três partes: o Id, o Ego e o Superego, que trabalham juntos para formar o complexo comportamento humano.

Sendo o único componente da personalidade presente desde o nascimento, o Id permanece inteiramente no subconsciente humano e inclui os comportamentos instintivos e primitivos. É baseado no princípio do prazer, que pede a satisfação imediata de todos os desejos e necessidades, que nem sempre é possível. A partir da necessidade de se lidar com a realidade, o Ego entra em ação. De acordo com Freud, o Ego desenvolve-se a partir do Id e faz com que os impulsos dele sejam expressos de forma aceitável no mundo real. O terceiro e último aspecto da personalidade, chamado de Superego, é aquele que guarda todos os ideais e modelos a seguir adquiridos de ambos pais e a sociedade.

É fácil ver como conflitos podem aparecer entre o Id, o Ego e o Superego. De acordo com Freud, a chave para uma personalidade saudável é o equilíbrio entre os três aspectos. A teoria de Freud, desde que foi criada, é usada para explicar doenças psicológicas e o comportamento humano.

  • A origem dos Contos de Fadas

Por milhares de anos, os Contos de Fadas têm sido contados como histórias e ninar de pais para seus filhos, mas a origem desses contos é mais sombria e remota do que se imagina. Existem muitas teorias sobre isso; um estudo feito por antropólogos explorou a origem dos contos e traçou, a partir a técnica usada por biólogos para a taxonomia, a relação a partir das variantes das estórias recontadas por diversas culturas ao redor do mundo.

O Dr. Jamie Tehrani, um antropólogo cultural da Universidade de Durham, estudou 35 versões do conto Chapeuzinho Vermelho de ao redor do mundo; ele diz:

“Nós não sabemos muito sobre os processos de transmissão dessas histórias de cultura para cultura, mas é possível que eles podem ser passados ao longo das rotas de comércio ou com a circulação de pessoas.” (TEHRANI, 2015)

Isso mostra que o mesmo conto pode ser ter sido inspiração para A Bela Adormecida, de Perrault, e também para um mito grego ou um velho conto de plebeus analfabetos.

Possivelmente, os contos são de origem céltico-bretã, cultura em cujos mitos as fadas exercem papel importante. “Surgiram como poemas, que revelavam amores estranhos, fatais e eternos, além de serem expressões narrativas de conflitos entre o homem e a natureza.” (CURY et. al.)

  • A influência dos Contos de Fadas na sociedade através do tempo

A transmissão oral foi, durante muito tempo, o único método de aprendizagem, ou seja, eram usadas apenas formas de comunicação oral e corporal para se transmitirem regras, conceitos e valores. Com a introdução da leitura como forma de transmissão de aprendizagem, por volta do século XV, com a invenção da prensa tipográfica, os livros passaram a ser uma ferramenta importante para a aprendizagem, mas segundo a autora Glória Radino, a leitura voltada às crianças não deve ser restringida apenas aos livros. Para ela, deve-se permitir às crianças uma leitura ampla do mundo por meio de todas as suas formas de expressão, ou seja, não se pode dispensar como ferramenta os contos e mitos transmitidos oralmente e que permanecem vivos até os dias de hoje.

O professor de alemão e especialista em contos de fadas e suas origens, Jack Zipes, aposentado da Universidade de Minessota, acredita que os contos podem ter ajudado as pessoas a passar dicas de sobrevivência para as novas gerações. Ele disse:

“Chapeuzinho Vermelho é sobre violação ou estupro, e eu suspeito que os seres humanos eram tão violentos em 600 a.C. quanto são hoje, e teriam trocado contos sobre todos os tipos de atos violentos.

“Eu tenho tentado mostrar que contos relevantes para nossa adaptação ao ambiente e sobrevivência estão guardados em nosso cérebro e nós constantemente os usamos para todos os tipos de pontos de referência.” (ZIPES, 1994)

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