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A PSICOLOGIA DAS MASSAS

Por:   •  28/6/2022  •  Resenha  •  895 Palavras (4 Páginas)  •  105 Visualizações

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        Nathalia Martins Lopes

        A obra “Psicologia   das   Massas   e   Análise   do   Eu” escrita por Sigmund Freud em 1921, é organizada em 12 capítulos e aborda o comportamento do indivíduo inserido em grupos. O presente trabalho discorrerá sobre o entendimento de 4 capítulos dessa obra, porém não será discutido na sua individualidade, visto que, eles se complementam. Os capítulos abordados são: A alma coletiva segundo Le Bon, Outras abordagens da vida anímica coletiva, Sugestão e libido e Duas massas artificiais: igreja e exército.

        Como mencionado anteriormente a obra versa sobre o comportamento dos indivíduos na massa/grupos e, para tanto Freud estabelece diálogos com outros autores, particularmente Le Bon, McDougall e Trotter. Contudo, Freud busca resignificar alguns elementos do pensamento desses autores, partindo da premissa que, a rigor, não há uma separação, entre psicologia individual e social, ao se analisar o comportamento das massas. Outro aspecto que vale salientar é que Freud não se dispõe a esquadrinhar esse fenômeno, qual seja, das massas, multidões, mas, pensar o psiquismo individual presente na coletividade.

        Embora essa obra tenha sido escrita no século passado, a temática abordada continua sendo atual, pois o indivíduo em sociedade naturalmente acaba pertencendo a um ou mais grupos. Freud faz um resgate sobre o pensamento do antropólogo, sociólogo e psicólogo Gustave Le Bon, que tem uma opinião negativa das massas, pois, afirma que o indivíduo quando está na massa perde suas idiossincrasias, sendo facilmente sugestionados e contagiados pela coletividade. Esse comportamento irracional, passional, desprovido de decoro o faz comparar esses indivíduos a quadrúpedes acéfalos. Nesse sentido, o conceito de sugestão se operaria necessariamente pela persuasão de um líder e o de contágio, se manifestaria na repetição/imitação de comportamento. Todavia, creio que Le Bon tenha uma visão generalizada que não necessariamente condiz com a realidade.

        O psicólogo anglo – americano William McDougall com sua divisão do que seria multidão e grupo de certa forma reafirma a tese de Freud de que a supressão pulsional se daria na passagem entre croud e group (multidão e grupo), onde para McDougall, a primeira está vinculada a desorganização e a segunda à organização. No primeiro caso, essa multidão se comporta de forma passional, altamente influenciável, inconsequente, irresponsável, que “se assemelha a bichos selvagens do que a seres humanos”. No segundo caso, a massa se comporta de forma ordeira, comedida, no entanto, necessita estar sob severo controle de uma autoridade. Procura reprimir ou regular suas pulsões, numa promessa de deleite a posteriori. Desse modo, a atenuação das pulsões se daria na passagem da multidão à organização. Entretanto, como observa Freud, em essência a interpretação do comportamento das massas não há grandes divergências entre Le Bon e McDougall.

        Freud, com base nos apontamentos de McDougall e na tese de Le Bon, observa que mesmo na multidão, a subjetividade não foi aniquilada. Em outros termos, o que faria as pessoas renunciarem suas particularidades. Freud entende que a resposta para essa questão está encoberta nos conceitos lebonianos de sugestão e contágio. Partindo desse pressuposto, ele identifica no conceito de libido, o elemento que justificaria essa renúncia. A libido seria essa energia fundamental impulsionada pelo sentimento de amor que faria o indivíduo abdicar de sua individualidade, mas não deixar de ser quem realmente é, mas sim agir para o bem coletivo.

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