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Resenha Critica da Obra Freudiana Psicologia das Massas e Analise do Eu

Por:   •  17/1/2017  •  Resenha  •  1.462 Palavras (6 Páginas)  •  3.356 Visualizações

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Resenha critica da obra freudiana Psicologia das Massas e Analise do Eu

Caroline Alves dos Santos,

Teresina, Janeiro de 2017.

Concluída em 1921, Psicologia das Massas e Analise do Eu, do psicanalista alemão, Sigmon Freud, consiste de uma obra com pouco mais de 100 paginas, é organizada em doze capítulos num discurso predominantemente expositivo, onde o autor opta por uma linguagem objetiva e clara mas bem elaborada e suficientemente passível de compreensão, através da qual Freud consegue oferecer um texto em uma organização ampla de argumentos e conceitos pertinentes e plausíveis a cerca das ideias sobre as quais pretende discorrer.

Na obra aqui resenhada, encontramos argumentos expositivos que nos permitem pensar os aspectos da psicologia de grupo, ou seja, como funcionam os laços sociais. Em seu estudo, o psicanalista adota uma analise descritiva da obra do psicologo francês, Gustave Le Bon, Psicologia das Multidões, a qual foi escrita em 1895, portanto, 26 anos antes da obra aqui descrita e também tece valiosas considerações sobre a obra A Mente Grupal, de William McDougall (1920), professor de Psicologia Social, em Harvard.

Com efeito, não seria errôneo considerar como palavras-chave do texto os termos psicanalíticos amor/enamoramento, hipnose, sugestão, idealização, identificação, substituição e libido; termos os quais são utilizados pelo autor no intuito fundamentar as ideias variáveis sobre a psicologia dos grupos.

Dentre os principais objetivos alcançados nesta obra, Freud dedica-se a explicar como a psicologia individual e a psicologia social correspondem intimamente uma com a outra e demonstrar que a identificação e o ideal do ego permitem entender o modo de constituição e mantimento do laço social.

O contraste entre psicologia individual e psicologia social ou de grupo, que à primeira vista pode parecer pleno de significação, perde grande parte de sua nitidez quando examinado mais de perto (…) a psicologia individual (…) é, ao meso tempo, também psicologia social. (FREUD, )

Na obra Psicologia das Massas e Analise do Eu, Freud discorre sobre sua teoria da psicologia de grupo. Ele nos fornece elementos que nos permitem descrever e entender os mecanismos identificatórios a partir da perspectiva do ideal do ego, que amplia o alcance da libido—em seus aspectos de imitação e sugestão de estados emocionais—tornando-se um instrumento que permite pensar as bases da organização social a partir da ideia de que a identificação funcione como a primeira expressão de um laço emocional com outra pessoa para se chegar a formação do grupo social.

Libido é expressão extraída da teoria das emoções. Damos esse nome à energia, considerada como uma magnitude quantitativa (embora na realidade não seja presentemente mensurável), daqueles instintos que têm a ver com tudo o que pode ser abrangido sob a palavra ‘amor’. O núcleo do que queremos significar por amor consiste naturalmente (e é isso que comumente é chamado de amor e que os poetas cantam) no amor sexual, com a união sexual como objetivo. Mas não isolamos disso — que, em qualquer caso, tem sua parte no nome ‘amor’ —, por um lado, o amor próprio, e, por outro, o amor pelos pais e pelos filhos, a amizade e o amor pela humanidade em geral, bem como a devoção a objetos concretos e a idéias abstratas. (FREUD, 1921, p 43)

A libido, por sua vez, é expressão da teoria das emoções, a qual abrange a concepção da palavra amor, a qual sempre se encontra envolvida com a questão da pulsão sexual. Assim, as relações amorosas constituem também a essência da mente grupal. Este laço emocional da constituição de grupos, explica o psicanalista, é diretamente ligado ao investimento no objeto e a identificação entre os pares que compartilham esse investimento. O amor corresponde a um fator civilizador que transforma o egoismo em altruísmo. Assim, o laço social é pensado sob o aspecto radical da pulsão de morte; em outras palavras, seu fundamento seria então, a libido; a essência da mente grupal seria as relações amorosas, ligadas à moral social—a identificação, ao ego, ao narcisismo—e não à habilidade de discernir o certo e o errado.

As relações de um indivíduo com os pais, com os irmãos e irmãs, com o objeto de seu amor e com seu professor e médico, na realidade, todas as relações que até o presente constituíram o principal tema da pesquisa psicanalítica, podem reivindicar serem consideradas como fenômenos sociais, e, com respeito a isso, podem ser postas em contraste com certos outros processos, por nós descritos como ‘narcisistas’, nos quais a satisfação dos instintos escapa à influência de outras pessoas ou a elas renuncia. (FREUD, 1921, p.14)

Neste contexto, o estado amoroso surge como uma personificação do ego e a supervalorização do objeto atua como um empobrecimento do ego e de suas funções criticas; alem disso, inicia-se a partir de uma extensão do complexo de Édipo, do menino para a menina, ou do complexo de Electra, da menina para o pai.

Freud busca demonstrar como a concepção de ideal do ego permite um primeiro exame da estrutura social de onde se retira que o ideal moral da civilização é constituído com base no narcisismo.

Em sua obra, o psicanalista se fundamenta no pensamento do psicologo francês Gustave Le Bon e expõe sua teoria apresentando trechos onde este expõe sua própria abordagem acerca da mente grupal, que para o francês, refere-se à tendencia de o indivíduo, inserido em um grupo, assumir pensamentos e comportamentos diferentes

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