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A Prática do Psicólogo Social na Saúde Coletiva

Por:   •  27/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.327 Palavras (10 Páginas)  •  87 Visualizações

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A Prática do Psicólogo Social na Saúde Coletiva

A temática do estudo se desenvolve em torno da atuação do psicólogo social na saúde coletiva em contextos regionais, onde se apresenta maior dificuldade na disseminação em âmbitos gerais, nas questões da saúde mental, bem como seus tratamentos mediante as crises e as deficiências nos acompanhamentos posteriores ao início do tratamento, onde falta locais e incentivos públicos.

A obra escrita por Silvia Gomes Aguiar e Telmo Mota Ronzani, com o título: “Psicologia Social e Saúde Coletiva: reconstruindo identidades”, apresenta algumas propostas para a psicologia na saúde coletiva como, a prevenção de doenças e promoção da saúde, tendo como base teórica a psicologia social, enquanto o texto escrito por Magda do Canto Zurba, com o respectivo título: “Contribuições da Psicologia Social para o Psicólogo na Saúde Coletiva”, apresenta possibilidades de atuação do psicólogo nos âmbitos da saúde, a partir de uma concepção de homem sócio-histórico, propondo um modelo de intervenção adequado, procurando enfatizar estratégias de atuação no SUS, nos três níveis de atenção à saúde.

No início do século XX, a psicologia utilizava o método clínico (aquele usado pelos médicos) como intervenção psicológica, porém, foi observado que esse método não era eficaz para a psicologia, já que os “sintomas psicológicos” que se repetiam em diferentes pessoas, não respondia da mesma forma as respectivas intervenções (ZURBA, 2006), sendo necessário um novo modo de compreender os sintomas.

De acordo com Zurba (2006), a promoção de saúde na psicologia não pode ser neutra ou indiferente a vida cotidiana, sendo necessário considerar diferentes aspectos das relações humanas como a sociedade, a economia, a família, o ambiente onde a pessoa vive e outras variáveis.

A psicologia foi regulamentada como profissão no Brasil apenas em 1962, com a regulamentação o profissional passou a atuar na área clínica, escolar, industrial e magistério, porém, com o aumento da demanda por seus serviços os psicólogos foram impulsionados para outras áreas de atuação. Dentre estas novas áreas, a assistência pública foi para onde dirigiu-se uma grande parte dos psicólogos (AGUIAR; RONZANI, 2007).

      Em São Paulo no ano de 1982,  a secretaria da saúde inseriu a psicologia  a contextos onde se fez necessário ampliar o número de pessoas tratadas, dentro de instituições da área da saúde, que há grande circulação de pessoas, aumentando assim, a demanda por atenção a diversos níveis de intervenção dos profissionais, a dita reprogramação e reflexão crítica acerca dos métodos clínicos em UBS, CAPS e Hospitais, trouxe a necessidade da promoção de conhecimento vinculados ao desenvolvimento da saude humana como um todo, deixando menos focado a doença em si, mas nunca tirando seu valor.(Aguiar e Ronzani 2007).

“A psicologia, embora intimamente

relacionada ao conceito de saúde

(definida pela Organização Mundial de Saúde como bem-estar físico, mental e

social), como disciplina, chega

tardiamente à área da saúde. Chega tarde

neste cenário e “chega miúda, tateando,

buscando ainda definir seu campo de

atuação, sua contribuição teórica efetiva e

as formas de incorporação do biológico e

do social ao fator psicológico, procurando

abandonar os enfoques centrados em um

indivíduo abstrato e a-histórico tão

freqüentes na psicologia clínica tradicional” (Spink, 2002, p. 30). Ronzani p. 13)

O desenvolvimento da psicologia da saúde estimula a prevenção e promoção da saúde, assim como a participação em equipes interdisciplinares nas instituições de saúde, bem como em trabalhos comunitários (aguiar e Ranzani p. 13). Todo esse desenvolvimento e demanda por adaptação na psicologia da saúde, propiciou questões comunitárias, serem amplamente discutidas em âmbitos pautados na psicologia social institucionalizada, abrindo novas “perspectivas teóricas(...) com a emergência de um novo saber” (aguia e ronzani pg. 14).

A psicologia social entendendo a interação das esferas sociais e individuais, atua com a interdisciplinaridade. “Cabe à psicologia social recuperar o indivíduo na intersecção de sua história com a sociedade. Abandonar, portanto, a dicotomia indivíduo-sociedade” (spink, 2003, p40 citado em aguiar e ronzani 2007 p. 14).

Como entendido em Zurba (2011 p. 6 e 7), a saúde tem uma história na vida cotidiana das pessoas e das comunidades, sendo assim, os homens produzem e reproduzem a si mesmos e suas condições de sobrevivência, por meio de interações mediante a realidade social que estão inseridos. Esse processo de interação homem-comunidade, tece a construção daquilo que chamamos de saúde coletiva, portanto, a análise psicológica não pode deixar de levar em consideração a história do ambiente e do indivíduo em suas relações.

         Zurba (2011) aborda como exemplo, doenças individuais comuns na sociedade, como uma dificuldade respiratória, que se faz recorrente a ida em UBS para seu tratamento, pode ser além do que se vê, referindo-se a contextos de ambientes desajustados do paciente ou dificuldade na socialização, que se externalizam em doenças ou sintomas físicos. Após 1988, quando houve reformulações drásticas e incentivo nos modelos de estudos e aplicações voltados a saúde no brasil, foi explicito a gradativa mudança no olhar para o paciente, haja vista suas particularidades como regiões de habitação, história de vida, da família e cotidiano passado, presente e futuro.

        A partir da separação em níveis que se faz necessário a atenção dos profissionais. Sendo o primeiro nível, atenção básica nos postos de saúde, havendo nesse nível uma maior profilaxia dos sintomas graves, “a atenção básica tem conquistado espaço privilegiado nas intervenções em saúde mental devido a possibilidade que oferece de superar o modelo psiquiátrico, ainda hegemônico” (Zurba 2011 p. 8 e 9). O modelo psicoterapêutico aplicado no espaço de atenção básico se difere dos modelos tradicionais, levando em consideração o foco no fortalecimento da autonomia, de modo rápido e curto em muitas vezes num único contato de diálogo, trazendo complexidade e desafios na aplicação metodológica de acolhimento inicial do paciente (zurba p. 9).[a]

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