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A SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DO PROFISSIONAL GARI

Por:   •  7/11/2018  •  Artigo  •  2.029 Palavras (9 Páginas)  •  117 Visualizações

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SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DO PROFISSIONAL GARI

Health and quality of life of the worker Gari

ARAÚJO S. F, OLIVEIRA L. S, PIRES N. L, RAMONY C.

RESUMO

A profissão de GARI é uma atividade imprescindível para a sociedade, esses profissionais atuam na limpeza das vias públicas, são contratados por órgãos municipais, para exercerem os serviços de coleta de lixo. O objetivo dessa pesquisa é analisar como a atividade laboral de Gari interfere na saúde e qualidade de vida desses trabalhadores, além de fatores psicossociais envolvidos nessa atividade, estão expostos ainda um fenômeno conhecido como invisibilidade social. O método de pesquisa utilizado, foi um questionário SF36 que tem como proposito avaliar a saúde e qualidade de vida de forma geral e possui 36 itens, afim de mensurar, as limitações físicas, dor, fadiga limitações sociais, aspectos do bem-estar psicológico e saúde mental. Acompanhado também por entrevista semiestruturada e um questionário socioeconômico. Através dos instrumentos utilizados foi possível perceber de forma qualitativa e quantitativa que as atividades exercidas pelos garis causam mudanças e impactos tanto na vida social, quanto na física.

PALAVRAS-CHAVE: Gari, Saúde e qualidade de vida, riscos, Invisibilidade.

INTRODUÇÃO

Conforme Medeiros e Macedo (2006) o homem superou sua condição primitiva e se tornou um ser social através de uma relação estruturante homem-trabalho, que além da subsistência interação social e o sentimento de pertença a um grupo. Dessa relação deriva o significado essencial da sociabilidade humana, em que um exercício profissional reflete a identidade de uma pessoa e caracteriza seu modo de vida. Este estudo coloca em evidencia a profissão Gari: trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos, de limpeza e conservação das áreas públicas coletam resíduos domiciliares, resíduos sólidos de serviços de saúde e resíduos coletados nos serviços de limpeza e conservação das áreas públicas, preservam as vias públicas, varrendo calcadas, sarjetas e calçadões, acondicionando o lixo para que seja coletado e encaminham para o aterro sanitário. (BRASIL, Ministério do trabalho 1982). A profissão Gari produz uma serie de representações sócias dentre elas estereótipos, discriminação e preconceitos como afirma Billing (1986), a descriminação e o preconceito estão intrinsicamente interligados, sendo o preconceito considerado o fator q desencadeia a descriminação. Fernando Braga (2002) em sua dissertação descreve fenômenos psicossociais e interpreta, estima traços sociais e psicológicos assumidos por uma forma de trabalho não qualificado e subalterno: o trabalho dos garis.  Discuti problemas de Humilhação social e o fenômeno da Invisibilidade publica (FB COSTA 2002). Em um estudo que buscou traçar um perfil de bem estar psicológico em profissionais de limpeza urbana na cidade de Campina Grande avaliando cinco demissões da saúde recomendadas no modelo ecológico de War (1987) teve em seus resultados conjuntos que foi possível identificar o bem estar psicológico está preservado para a maioria, mas 31% da amostra já inicia um desgaste de mental, sendo que as mulheres apresentaram maior preocupação por estarem mais tentas, mais negativas, e com maior dificuldade de exercer suas atividades. (Barbosa, Melo et al 2010). Outros relatos na literatura apontam as situações de vulnerabilidade em relação às condições de saúde nos quais esses os profissionais Garis estão submetidos, como o estudo de caso realizado em Ribeirão Preto (SP) que teve como objetivo verificar o número de trabalhadores acidentados e de acidentes no período de 1993 a 1994, alertam que o trabalho dos varredores de rua é insalubre, em decorrência de agentes biológicos presentes nos lixos recolhidos, os trabalhadores se submetem a variações climatológicas, ruídos poeira e outros agentes agressores que lhe podem favorecer a ocorrência de enfermidades e acidentes de trabalho (Silveira, Robazzi, Luís, 1998).

O objetivo dessa pesquisa foi analisar como a atividade laboral de Gari interferi na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores além de fatores psicossociais envolvida nessa atividade laboral.

MÉTODO

Trata-se de um estudo de caso com dois profissionais Garis, sexo masculino, que trabalham na coleta diária de lixo no Bairro Imbuí em Salvador Bahia, G. Feliciano 31 anos, A. dos Santos 43 anos, atuam na profissão há dois anos e sete meses, e mais de trinta anos respectivamente segundo relato dos mesmos. Foram elaboradas perguntas para compor uma entrevista semiestruturada, na tentativa de avaliar a percepção dos profissionais acerca da sua atividade laboral, como a exercício da profissão em longo prazo interferi na saúde e qualidade de vida, além de percepções sobre o papel social da profissão na sociedade. Foi utilizado também o questionário SF36 que teve como proposito avaliar a qualidade de vida e possui 36 itens a fim de avaliar a saúde de uma forma geral, as limitações físicas, dor, fadiga limitações sociais, aspectos do bem-estar psicológico e saúde mental. Os participantes foram informados que estavam participando de uma pesquisa, sendo fornecido o termo de livre esclarecimento, esta pesquisa seguiu os rigores da resolução 466/2012.

RESULTADOS

Com os dados coletados na entrevista semiestruturada dos Garis será feita a análise, dividindo as perguntas em categorias para que assim seja feita uma avaliação precisa de acordo com cada Categoria escolhida. São elas: Satisfação; Segurança no Trabalho; e Saúde e Qualidade de Vida.  

ENTREVISTA

   

Satisfação                                

 Na entrevista com os profissionais garis, foi percebido alguns pontos onde os discursos se pareciam, foi questionado se os profissionais estavam satisfeitos com suas condições de trabalho: A. Neres: - “No momento não tenho que reclamar, porque querendo ou não é daqui que sai o meu sustento, sai o pão como diz o ditado.” e G. Santos: - “No momento eu “tô” né? Eu não posso reclamar do meu trabalho, pois só tenho esse, eu ganho o pão de cada dia, aí né…”  G. acrescenta, que caso venha reclamar poderá ficar sem o emprego, e não tem outro trabalho.

Segurança no Trabalho

    E as queixas são praticamente as mesmas, quando as perguntas são feitas sobre o uso dos equipamentos de proteção e quais são eles. A. Neres: - “Temos luva, bota mas ao invés, por exemplo, meu colega aqui está com a bota lascada, vamos dizer que ele pegue uma chuva aqui.  E se entrar um "mijo" de rato? A troca não é feita constante, que o certo é dar uma qualidade, uma proteção maior, no caso luvas, máscaras porque querendo ou não a gente respira essa poluição, esse ar.  Eles não dão as máscaras”. Já na fala de G. Santos: - “Nenhum equipamento de segurança, a luva mesmo que é obrigação a gente ter, não temos, só temos mesmo a bota. A gente as vezes tem que meter a mão para pegar.”

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