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A história social da criança e da família - Descoberta da Infância

Por:   •  8/10/2019  •  Resenha  •  1.121 Palavras (5 Páginas)  •  301 Visualizações

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A DESCOBERTA DA INFÂNCIA

No capítulo “A Descoberta da Infância" do livro “A História Social da Criança e da Família” de Philippe Ariès, apresenta diversas formas de concepções de crianças durante o percurso histórico do decorrer dos séculos. Em conformidade com Ariès (1986), a arte medieval, aproximadamente até o século XII, não tentava representar ou não conhecia a infância.

Diante disso, percebe-se que as crianças antes do século XII, apresentavam-se de um modo diferente e distante da visão que se há atualmente de infância e criança. As crianças eram consideradas muitas das vezes como miniaturas adultas quando projetadas pelos artistas, demonstrando, igualmente, uma grande falta de expressões infantis destas. Assim, o pintor quando realizava a pintura, as faziam como se fosse um adulto com peitorais e músculos abdominais (ARIÈS, 1986). Dessa forma, nota-se explicitamente que não há a concepção de infância nesse período.

No século XIII permanece da mesma forma o conceito de criança, na qual a criança era aludida constantemente, porém, o que faz com que a represente é apenas pelo seu tamanho menor, nada além disso (ARIÉS, 1986). Assim, compreende-se que até o final do século XIII, as crianças não são reconhecidas e caracterizadas por alguma manifestação singular, e sim como pequenos homens, dessa forma, estas se vestiam como adultos. O motivo de não dar muita importância a infância é pelo fato de ser considerada uma passagem rápida, da qual não era muito recordada.

Segundo Ariès (1986), ainda no século XIII, manifestam-se algumas imagens e pinturas de crianças mais próximas das afecções modernas. A ocorrência desse fato foi devido ao aparecimento da imagem de anjos. E, posteriormente, no século XIV, surgiram as crianças pequenas da história da arte, como: Nossa Senhora ou o menino Jesus, assim, a infância interligou-se com o enigma da maternidade da virgem e ao culto de Maria, sendo portanto, iniciada uma outra visão de ver e pensar na criança, dando maior ênfase a esta.

De acordo com Ariès (1986), apareceu um outro tipo de criança que surgiu na fase gótica, com a aparição de crianças nuas. Contudo, nessas aparições, o menino Jesus praticamente nunca era apresentado despido, pois a alma era caracterizada por uma criança nua e assexuada na arte medieval francesa. Com isso, durante o século XIV

e XV avançaram-se, ampliaram-se e diversificaram-se esses modelos medievais no que tange a temática infância.

Nos séculos citados anteriormente, XIV e XV, as crianças tornaram-se personagem muito frequentes em pinturas, no qual as mostram interagindo com família e com outras pessoas em contextos cotidianos da época. Tais demonstrações nas pinturas ocorreram devido elas estarem constantemente no meio dos adultos, diante disso, os pintores apreciavam retratar as crianças por sua graça (ARIÈS, 1986).

No século XVI, houve um aparecimento que foi muito marcante e significativo na história, direcionado ao âmbito dos sentimentos, no qual emergiu um retrato de uma criança morta. Nesse período não era comum a aparição de crianças sozinhas, e sim sobre o túmulo dos pais. As crianças que costumeiramente apareciam nem sempre estavam mortas, estavam apenas reunidas como se estivem no momento de recolher o último suspiro do familiar (ARIÈS, 1986).

Nesse sentido, Ariès (1986) destaca que a presença do retrato da criança morta evidencia e desperta-se a percepção de cuidado, carinho e respeito para com as crianças nos quadros e túmulos, pois as crianças agora não eram mais consideradas como uma perda inevitável. Nota-se, portanto, que as crianças começam a sair do anonimato, mesmo tendo pouca possibilidade de sobrevivência. Dessa forma, nota-se que começa e deixá-las com mais traços que as retratem, deixando de lado as feições de miniatura adulta que era demonstrado antigamente. Essa mudança foi ocasionada também porque os familiares tinham o desejo de ter os traços da criança com o intuito de conservá-la em sua lembrança.

No século XVII, os retratos de crianças têm aumentos significativos, Ariès (1986) afirma que torna-se comum preservar por meio da arte as perspectivas cotidianas e momentâneas da infância, de modo que estas fossem representadas como são e por elas próprias, com isso, as famílias queriam ter retratos de seus filhos quando eram crianças.

Diante disso, mesmo com o alto

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