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ANÁLISE CRÍTICA DO FILME HOLOCAUSTO BRASILEIRO

Por:   •  5/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  716 Palavras (3 Páginas)  •  284 Visualizações

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RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA

As residências terapêuticas foram criadas para reintegrar na sociedade os ex-pacientes com transtornos mentais que sobreviveram de longas internações em hospitais psiquiátricos, mais conhecidos como ''manicômios'' ou aos que perderam os vínculos com os familiares. Para Michel Foucault residências terapêuticas é chamada de desinstitucionalização, que significa o processo de descaracterização de uma instituição pela ruptura dos seus valores éticos e morais.

O Ministério da Saúde, pela portaria n°106/2000 introduziu os Serviços de Residenciais Terapêuticas no SUS para egressos de longas internações. A Residência Terapêutica deve estar vinculada ao CAPS ou outro dispositivo ambulatorial especializado em saúde mental. Há também a Lei Federal n.º10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental e a Lei 10.708/2003 que institui o auxílio de reabilitação para pacientes egressos de internações psiquiátricas, como o programa de volta para casa.

As residências contém no máximo 8 pessoas, que deverão contar com o suporte de profissionais visando as necessidades de cada um e ajudando a reconstruir a identidade social e os direitos humanos que foram perdidos. A reinserção social dos ex-pacientes para as residenciais terapêuticas é significativamente complexa, pois os sujeitos devem aprender a experimentar a liberdade de ser autônomos novamente. Sentir-se inserido na sociedade não é tarefa fácil, mas algumas situações como escolher as próprias roupas, escolher a comida, arrumar a casa, sair na rua, ter dinheiro, possuir a própria cama, ou seja, ter as suas próprias ''coisinhas'' e principalmente quando conseguem o documento de identidade já pode se dizer que estão se adaptando à realidade mais humanizada. Há um enorme e difícil processo para readaptação na cidadania, como exemplo, mesmo depois de meses morando na residência terapêutica ainda se recusam a vestir roupa, comer com talheres, dormir na cama, fazer as necessidades na privada, pois foram assim que se acostumaram a fazer. Como diz Foucault - ''tal isolamento pleno traz em si a perda do referencial tido por normalidade.''

No hospital psiquiátrico, como no Hospital Colônia de Barbacena, os pacientes não tinham autonomia nenhuma, deviam apenas obedecer ordens, ou seja havia uma homogeneização dos sujeitos, no qual a uma desapropriação do próprio, o que contribui negativamente para a manutenção da identidade do paciente dentro do hospital. Há também um grande conjunto de lembranças e de marcas físicas da violência da internação que muitas vezes não dá para esquecer.

Muitos pacientes apresentado no documentário ''A terapia da liberdade'' relataram que não queriam ir para as residências terapêuticas e que era melhor morrer logo ou que só estavam esperando a hora de morrer. Neste caso Michel Foucault considera o conceito de auto exclusão, no qual constitucionalmente a pessoa se sente rebaixado a outras, não se sente portadora do direito que lhe convém e tendem a introjetar um sentimento de inferioridade que as faz crer não serem efetivamente titulares de direito, acreditando que estes ''bens'' são reservados a pessoas integrantes de uma suposta classe superior.

No livro ''Holocausto Brasileiro'' pg.110 relata o preconceito social

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