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Holocausto brasileiro e a psicologia

Por:   •  17/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  428 Palavras (2 Páginas)  •  1.605 Visualizações

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O livro-reportagem Holocausto Brasileiro da jornalista Daniela Arbex traz à tona várias questões sobre o tratamento dado aos pacientes psiquiátricos no país. Ele conta de forma bastante objetiva histórias vivenciadas na “Colônia”, o maior hospício do país, durante quase todo o século XX. Pode ser considerado um dos capítulos mais tristes da nossa história, pois trata-se de um verdadeiro genocídio praticado pelo Estado, que teve pelo menos 60 mil vítimas fatais.

Das pessoas internadas na Colônia, cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. O livro foi muito bem nomeado. “Holocausto” nos remete ao nazismo, e a Colônia era um verdadeiro campo de concentração, e o que ocorria lá pode ser muito bem visto como uma forma de “limpeza social”, já que as pessoas que de alguma forma fugiam do “padrão” ou eram vistas como indesejáveis eram levadas pra lá, muitas vezes pela própria família.

Só o caminho que os pacientes faziam pra chegam na Colônia já era desumano. Eram levados amontoados em vagões de trem (mais uma grande semelhança ao holocausto nazista). Aqui já podemos observar a violação da individualidade das pessoas, do “eu” de cada um. Ao chegarem lá, os pacientes tinham sua humanidade confiscada. Eram despidos das suas roupas, do passado e até mesmo da própria identidade. É muito fácil perceber que aqui não se tinha nenhuma noção e não era dada a mínima importância a subjetividade privada, questão que foi uma das bases do surgimento da psicologia. Impossível completar essa leitura sem nos mobilizarmos emocionalmente com a crueldade em que pessoas foram expostas pela busca da normatização e padronização do ser humano e de uma sociedade livre da desordem e de desvios.

A psiquiatria se constituiu no Brasil somente no início do século XIX, e a psicologia só foi reconhecida como profissão na década de 60. Por isso, apesar de se tratar de um hospital, a colônia era carente de profissionais, psiquiatras e clínicos eram uma raridade por lá, pelo menos até o final da década de 50. Essa leitura apenas nos mostra um pouco do quanto a psicologia é importante em nossa sociedade, como é importante essa concepção de subjetividade. Nossa sociedade ainda é marcada pelo egoísmo, controle, capitalismo, segregação e muito preconceito. A psicologia é uma ciência fundamental no processo de proporcionar ao indivíduo tão marginalizado e destituído de sua identidade, aos sobreviventes da Colônia, sua redescoberta, para que ele possa pertencer ao mundo de sua forma singular e única.

UNIVERSIDADE PAULISTA

ANA CAROLINA DE BARROS CRUZ

HOLOCAUSTO BRASILEIRO

Visão de homem, mundo e sociedade e como a psicologia contribuiu para o que é apresentado no livro

SOROCABA

2015

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