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AS FASES ADOLESCÊNCIA, ADULTA E VELHICE A PARTIR DE PESQUISAS EM CAMPO E TEÓRICA

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Por:   •  12/11/2013  •  3.137 Palavras (13 Páginas)  •  553 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

CCH – CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE PSICOLOGIA

PSICOLOGIA ADOLESCÊNCIA, ADULTO E VELHICE

PROFESSORA: TEREZINHA TEIXEIRA JOCA

TEXTO PRODUZIDO SOBRE AS FASES ADOLESCÊNCIA, ADULTA E VELHICE A PARTIR DE PESQUISAS EM CAMPO E TEÓRICA

Ana Patrícia da Silva Gaspar

Andréia Maria de Lira

Cízia Maria Ferreira Vieira

Ítalo Siqueira de Castro Teixeira

Lirna de Sousa Salgado

Maria Deyla Silveira

Sthephanie Assaia Carvalho Barbosa

Thalita Castelo Branco Fontenele

NOVEMBRO/2010

FORTALEZA/CE

1 Adolescente

A adolescência foi – e de certa forma continua sendo – bastante negligenciada e marcada por muitos estigmas. Revolta, conturbação e intransigência, por exemplo, são algumas das características comumente ligadas a ela, como se todas as pessoas que atravessam essa fase passassem pela mesma situação sempre; ou seja, a adolescência foi naturalizada e universalizada. Isso se deu não apenas pelas ciências, como a Psicologia e Medicina, mas também pelo “senso comum” (OZELLA, 2002).

A fim de entender o que as pessoas pensam sobre a adolescência hoje, entrevistamos jovens, adultos e idosos, e perguntamos quais eram os pontos positivos e negativos desta fase da vida. Os próprios adolescentes definiram-na como uma época transitória e em que a liberdade e as dúvidas convivem lado a lado. Os adultos relataram que a vulnerabilidade e a irresponsabilidade próprias desta fase existem junto com o período propício ao aprendizado. Já os idosos se referiram sabiamente a ela como uma fase ambivalente, a época do “desabrochar”, da evolução, a qual acontece ao mesmo tempo em que a dependência e a insegurança imperam.

Como foi dito, os adultos entrevistados relacionaram “irresponsabilidade” aos adolescentes. De fato, normalmente vemos o senso comum falar da adolescência como uma fase estabelecida por conceitos taxativos e depreciativos. Isso pode se dar por uma atitude “cristalizada” de descrença dos adultos no poder positivo, criativo e construtivo que pode haver no adolescente. Em contrapartida, a percepção por parte deste na aparente descrença do mundo adulto, pode gerar no adolescente uma posição de parecer buscar uma constante reivindicação social, como se não estivesse sendo ouvido e atendido em suas necessidades (CAMPOS, 2001).

Segundo Knobel (apud CAMPOS, 2001), há uma “síndrome da adolescência normal”, e ela se reflete na busca por uma identidade e uma tendência grupal. Também característica desse momento da vida é a desorientação temporal, quando as prioridades do sujeito adolescente parecem ser invertidas. Ele, por exemplo, pode valorizar em demasia uma roupa, mas o estudo para a prova de amanhã pode esperar.

Psicanalistas falam da intensificação dos impulsos sexuais repercutindo diretamente nesta fase, resultando num processo conflituoso. Aberastury (apud Ozella, 2002) pensa a adolescência como momento crucial da vida do homem, constituindo processo de desprendimento. Erikson (apud PEREIRA, 2005) fora o responsável por tornar a adolescência uma fase em que é característica a confusão de papéis, os conflitos de identidade etc. Ter tais entendimentos parece banal pra quem possui o mínimo de vivência ou por esse momento da vida tenha passado, uma vez que se trata também de experiências e de situações que marcaram nossa história.

Talvez seja também por esse motivo que a enormidade de estudos e pesquisas estejam sempre vinculados à universalização dos efeitos que esse período da vida tem como característica. Também parece claro o quanto o pensamento lógico e a tendência para generalizar eventos estão imbricados nessa forma de perceber a adolescência. Se o pensamento específico da ciência orienta-se logicamente na probabilidade, perceber a adolescência então é também enxergar o jovem entre os períodos de várias gerações.

Debesse (apud OZELLA, 2002), por exemplo, confirma a proposição naturalista/universal dos fenômenos da adolescência, ao pensá-la enquanto essência, e não como momento transacional. Com isso, é negada a possibilidade de reinvenção da juventude, trazendo um sentido estático para determinados aspectos formadores desse processo. Alguns autores, como Abestury (apud OZELLA, 2002) e Knobel (apud OZELLA, 2002), mesmo propondo a noção de adolescência como cruzamento entre o sujeito e a cultura, afirmam também que existe um processo de crise essencial da vivência humana que caracteriza o momento da adolescência.

O que se está tentando fazer hoje é olhar para esse ser – que antes de adolescente é humano – de uma forma mais cautelosa, compreendendo que ele é um ser sócio-histórico e se constitui no ritmo de sua cultura e do seu ambiente. A adolescência, portanto, segundo Sérgio Ozella (2002), assim como a infância, não pode ser vista como um estado, e sim como uma condição social. Ela é um produto das relações sociais.

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