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Adolescencia

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Por:   •  27/3/2015  •  4.930 Palavras (20 Páginas)  •  1.530 Visualizações

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Adolescência

Introdução

Tempos atrás, a adolescência não passava de uma sala de espera do mundo adulto. Hoje a incorporação ao mundo de trabalho e a atribuição das responsabilidades adultas costumam ser mais precoces no meio rural e nos níveis socioeconômicos mais baixos do que nos níveis mais altos e nas zonas urbanas desenvolvidas. Portanto, a duração da fase adolescente varia não só com as épocas, os países e as culturas, mas também dentro de uma mesma comunidade.

A palavra “puberdade” deriva do latim pubertate, isto é, “idade viril”, e do verbo pubescere, que significa “cobrir-se de pelos na região púbica”. A palavra “puberdade” é usada, em geral para assinalar o inicio da adolescência, referindo-se especificamente às mudanças corporais.

“Adolescência” vem de adolescentia que significa tempo de crescer, de desenvolver-se. Que é um período conflitivo ou de crise, um processo de mudança.

Segundo Moragas, ser adolescente é estar no mundo de outra maneira. A atitude do adolescente diante da família, dos estudos, dos amigos é diferente.

A adolescência não pode ser descrita como uma simples adaptação às mudanças corporais, mas sim como um período decisivo do ciclo vital, no qual a pessoa atinge a autonomia psicológica e insere-se no mundo social sem a mediação da família.

Contribuições teóricas para a compreensão da adolescência

W. Staniey Hall foi um dos primeiros pesquisadores da adolescência que chama esse período de “segundo nascimento”, pois é nesse período que se manifestam os traços mais desenvolvidos e essencialmente humanos. Freud considera a adolescência uma período de recapitulação de reativação do complexo de édipo e de experiência anteriores nos quais os resíduos deveriam ter sido resolvidos. Na perspectiva Freudiana, as transformações somáticas da puberdade constituem a origem das mudanças psicológicas da adolescência, há um aumento da pressão pulsional que rompe o equilíbrio do período de latência. A filha de Freud, Anna, afirma que os adolescentes são excessivamente egoístas, consideram-se o centro do universo e o único objeto de interesse, essa é a fase na qual o ser humano é capaz de grande generosidade, auto-sacrifício e devoção. Ana Freud mostra com clareza a vida flutuante do adolescente, caracterizada pelos opostos e oscilando entre tendências que se contrapõem:

• Exaltação – indiferença;

• Atividade – passividade;

• Egoísmo – generosidade e altruísmo;

• Apego ao material – espiritualismo desprendido;

• Solidão e isolamento – agrupamento;

• Submissão cega – rebeldia;

• Otimismo – pessimismo;

• Ascetismo – descontrole afetivo, hedonismo.

Anna Freud descreve os mecanismos defensivos da intelectualização e o ascetismo como os principais meios utilizados pelos adolescentes para controlar o aumento da atividade pulsional na puberdade.

O adolescente “ascético” opõe-se a qualquer tipo de prazer sexual, de gozo pulsional, para controlar na origem suas pulsações e a consequente descarga motora, evitando assim as dificuldades que essas lhe trariam.

Para Arminda Aberastury o sinal característico desse período é a necessidade de entrar no mundo adulto. O crescimento corporal e o desenvolvimento dos órgãos sexuais e da capacidade de reprodução são percebidos pelo adolescente como o surgimento de um novo papel, que modifica sua posição diante do mundo e compromete-o em todos os seus planos de convivência.

As mudanças físicas representam uma verdadeira metamorfose, atemorizando o púbere, que se sente impulsionado por forças desconhecidas atuando em seu interior. A mobilização provocada por essas mudanças leva-o a uma fuga progressiva do mundo exterior, refugiando em seu mundo interno, ou a busca desesperada de planos e reformas do mundo externo.

Além do medo do que é novo, o adolescente deve elaborar a perda do mundo infantil, no qual se refugia de forma nostálgica nos momentos de dificuldade.

A tese da autora sobre o triplo luto do adolescente:

• O luto pelo corpo infantil;

• Luto pela identidade e pelo papel infantil;

• Luto pelos pais de infância.

O adolescente vive a perda de seu corpo infantil com a transformação brusca que sofreu na puberdade, mas sem ter ainda uma personalidade adulta. A transformação do corpo coloca o adolescente diante da inevitabilidade das mudanças e da perda de sua condição de criança. Deve também abandonar sua identidade e papeis infantis. Deseja por exemplo, ser considerado adulto para ter mais liberdade, mas espera ser considerado adulto para ter mais liberdade, mas espera ser considerado criança diante de determinadas dificuldades ou responsabilidades.

Mauricio Knobel diz que os adolescentes representam uma população vulnerável porque são depositários de uma grande quantidade de fenômenos sociais patológicos, especialmente os do mundo adulto, o qual determina os destinos da sociedade. Os fenômenos sociais da delinquência, do vicio da prostituição e da promiscuidade sexual estão associados à fase adolescente. Esses fenômenos aumentam na adolescência e ocorrem em todas as sociedades, pois essa população é vulnerável. As características psicológicas de rebeldia e inconformismo tornam o adolescente um fácil depositário desses fenômenos patológicos de organização social.

A tese de Knobel sobre síndrome normal da adolescência defende que, como os adolescentes atravessam normalmente desequilíbrios e instabilidade extremos que obrigam a recorrer as uso de defesas e comportamentos também extremos, é possível falar de uma verdadeira “patologia normal” do adolescente, cujos sintomas são:

• Procura de si mesmo.

• Tendência grupal. Super-identificação maciça entre os membros; fuga da uniformização.

• Necessidade de fantasiar e intelectualizar.

• Crise religiosa, preocupação metafisica e ética.

• Desorientação temporal: o tempo é transformado em presente, as urgências são enormes e os adiamentos são considerados irracionais.

• Evolução

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