Adolescência Na Contemporaneidade

ADOLESCÊNCIA NA CONTEMPORANEIDADE

Os desafios enfrentados na sociedade para acolher e orientar o adolescente de hoje já começa na própria família que participa da passagem da infância para a puberdade. Uma transição do estado de proteção para esse mundo desconhecido que gera insegurança e irritabilidade justamente, por não se saber como lidar com essa transformação até então, desconhecida.

A lei que é ditada pelos pais, que regulamenta o que cada filho pode ou não, é o que vai complementar a construção desse sujeito juntamente com a cultura vigente onde é impossível construir um padrão que se enquadre todos os adolescentes, pois cada um carrega consigo uma lei simbólica da infância. Porém, o meio social funciona como um manual de instruções onde dita o que se precisa conquistar materialmente para ter uma satisfação pessoal, um incentivo ao consumismo. Nesse momento é que a dialética entre o que foi ensinado pela família e o que a sociedade impõe entra para formar um olhar crítico do que se pode absorver para si nessa construção do sujeito.

Na falta de uma base familiar, ocorre a banalização de valores onde os laços de amizades e o momento de se reunir com a família passam despercebidos, pois é preciso estar competindo no mundo contemporâneo, produzindo capital e cavando sua individualidade, em contra ponto, para saciar essa falta de afeto no decorrer dos dias se consome cada vez mais para preencher esse vazio, onde a satisfação momentânea é valorizada, sem se preocupar em fazer história e sem deixar alguma referência para a próxima geração. Essa evolução na sociedade atual nos faz refletir que da mesma forma que esse adolescente busca uma realização pessoal, ele acaba se perdendo no caminho, fugindo de responsabilidades pois, acredita que a culpa é da sociedade e dos outros.

Consequentemente, essa aceleração do mundo contemporâneo, deixa perdido no caminho muitos valores que são ignorados mas essenciais para a construção do sujeito, que irá refletir na vida adulta. Aquele celular, o tênis de marca que está sendo consumido, logo perderá a graça e outro produto o substituirá, tudo se torna descartável em pouco tempo, inclusive as relações sociais, que são fragilizadas pela falta de cultivo da mesma.

Esse declínio dos valores, se percebe na educação, onde a criança vai para a escola e não aceita mais as regras impostas, o professor antigamente, era visto como o segundo pai, se respeitava e escutava atentamente tudo que por ele era transmitido, da mesma forma, a família se sentia segura em deixar seu filho na instituição, pois sabia que ali se daria a continuidade de aprendizado e valores de uma maneira mais formal; prevalecia o respeito na relação e por tudo que era transmitido pelo professor, visto como uma autoridade. Hoje, o adolescente já chega à escola com muitas informações, e com uma independência que desvaloriza a posição dos professores na construção de sua subjetividade, tudo é aprendido via internet, assim como a absorção de outras culturas que se confundem com a nossa, uma absorção superficial de tudo, que deixa de lado o livro e as relações entre aluno e professor. Assim se constrói um adolescente superficial também, pois ele é montado pelo que a mídia dita, mas sua construção interior é precária de valores sólidos que se percebe no momento que o

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