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Analise do Filme Capitaes de Areia

Por:   •  8/11/2016  •  Resenha  •  615 Palavras (3 Páginas)  •  2.252 Visualizações

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Analise do Filme Capitães da Areia

Autor Jorge Amado

        O filme provoca uma reflexão critica a cerca das questões sociais presentes na obra, retratando a realidade no tocante as dificuldades sofridas e suportadas pelas crianças, marginalizadas pela sociedade e por instituições publicas. Os meninos de rua assim nominados perdiam suas identidades e se divorciavam de suas lembranças do  passado, de seus familiares e muitas vezes ate de si mesmo, pois naquele momento a única importância de suas vidas era  lutar pela sua sobrevivência através da criminalidade. Apesar da liberdade, ser o maior bem deles, naquele momento, os  conflitos afetivos eram como fantasmas e apesar da curta idade os garotos tentavam preencher essas lacunas de diferentes formas. Uns com a religião, outros com a paixão pela leitura e a arte, outros com relacionamentos afetivos.

        O drama dessas crianças era evidenciado pelo desprezo de suas famílias e da sociedade que os considerava sem qualquer valor humano. Apesar da curta idade e tamanha marginalização os garotos aparentavam comportamento maduro, mostravam-se responsáveis uns pelos outros e encaravam a dura realidade com desafio e rigidez.

        Apesar das responsabilidades que sobre eles recaíam, a docilidade infantil jamais se despregou do bando, que por vezes se viam divertindo-se em um carrossel ou brincando junto às ondas do mar nordestino.

        Os capitães da areia, como eram conhecidos, apesar de suas austeridades em seus atos criminosos, não se libertavam dos seus desejos infantis em serem felizes e realizarem seus sonhos.

        Muitas eram as dores, que por vezes foram minimizadas pelo acolhimento de Pe. José Pedro, do Capoeirista Querido de Deus e da Mãe de Santo, que os visitava com frequência no galpão onde moravam, denominado de Trapiche e lhes contemplavam com o que eles mais necessitavam: atenção e respeito.

O desrespeito neste momento histórico, não era só  o descompromisso do Poder Publico e da sociedade com a preservação da vida e da identidade desses menores abandonados mas a forma como a mídia veiculava as  imagens desses meninos em suas reportagens. Noticias essas muitas vezes manipuladas, para atender os interesses de algumas classes sociais.

A figura materna em sua ausência reflete com grande clareza a carência afetiva que eles sofriam e era muito bem representada pelo personagem “Sem Pernas” e com a chegada de Dora no Grupo, onde alguns até a intitularam de “Dora Mãe”.

Chamamos atenção para o abandono desses garotos em buscar as suas realizações pessoais, seus sonhos, pois acreditavam cabalmente serem indignos de conquistas e obter o respeito da sociedade.

Embora em outras proporções, a batalha dos capitães da areia pode assemelhar-se com outras lutas que guiaram e marcaram a nossa historia da humanidade. Mencionamos a conquista e reconhecimento das mulheres, a libertação dos escravos, a luta dos trabalhadores em busca de seus direitos assim o fizeram as crianças abandonadas.

Nesta época o Brasil não contemplava a segurança e proteção dos jovens em situação de risco em seu ordenamento jurídico. Isto porque o Código de Menores de 1927 “in thesis”, dispunha sobre “assistência e proteção aos menores”, inclusive sobre “medidas necessárias à guarda, tutela, vigilância, educação, preservação e reforma dos abandonados ou delinquentes”, em verdade, apenas acentuou ainda mais a segregação destas crianças.

O referido código pouco se preocupava com o interesse da criança abandonada, era claro o proposito de resguardar a sociedade contra esse menores, não existia o processo de adoção e a ideia de autoridade exercida pelo estado era de moralidade e ajustamento repressivo sem preocupar-se com salvaguardar os direitos humanos desses menores.

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