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Artigo Eros e Psiquê, Visão Psicanalítica

Por:   •  2/12/2019  •  Artigo  •  1.293 Palavras (6 Páginas)  •  160 Visualizações

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EROS E PSIQUÊ SOB UM OLHAR PSICANALÍTICO

Lorena Lopes de Freitas Dias1

1Discente do Curso de Psicologia - UFR. Aluna pesquisadora de iniciação científica. E-mail: lorenalopesf99@gmail.com.

RESUMO: O presente artigo visa realizar uma análise interpretativa do mito Eros e Psiquê, com o olhar psicanalista, a partir de Freud. Buscando no mito, possíveis elementos que se enquadrem em alguns conceitos psicanalíticos, além da tentativa de se explicar certos comportamentos observados no conto, com esta teoria. Ressaltando a importância que os mitos possuem para explicar a realidade humana e seus pontos de convergência com a psicologia.

Palavras–chave: Psicanálise, Eros, Psiquê, Mito.

EROS AND PSYCHE UNDER A PSYCHANALYTIC LOOK

ABSTRACT: This article aims to perform an interpretative analysis of the myth Eros and Psyche, with the psychoanalyst look, from Freud. Searching in the myth, possible elements that fit some psychoanalytical concepts, besides the attempt to explain certain behaviors observed in the tale, with this theory. Highlighting the importance that myths have in explaining human reality and its points of convergence with psychology.

Keywords: Psychoanalysis, Eros, Psyche, Myth.

INTRODUÇÃO

Os mitos são muito importantes para a história da humanidade, para a psicologia principalmente, pois ela utiliza deles para explicar fenômenos humanos e da psiquê humana, visto que eles podem ilustrar sentimentos e atitudes mundanas. Sabe-se que muitas são as relações feitas dos mitos com a psicologia, uma delas é de que eles se assemelham devido a seu caráter analítico de interpretação, pois nos mitos, é preciso empregar uma análise a fim de compreendê-los. Assim também se faz na clínica psicológica, em que é necessário fazer-se uma análise e interpretação da sessão analítica com o paciente. Além disso, os mitos fornecem apoio para o entendimento da teoria psicanalítca, pois eles dão suporte na tentativa de se explicar a psiquê (alma) humana.

Eles possuem características fundamentais, como significação atemporal, haja vista que desde os primórdios dos povos gregos, seus relatos são difundidos por gerações e seu valor ainda permanece. De acordo com Maria Rita Kehl e Eugênio Bucci, no livro videologias:

Não há sociedade que se sustente sem formular sua própria mitologia. O mito, no sentido tradicional, é o sistema criador de significações indiscutíveis, que mascara o desamparo humano no reino da linguagem. A linguagem é a morada do homem, morada insegura. Sem o mito, ela não seria suportável (BUCCI; KEHL. 2004, pág.16).

Com isso, nota-se que os mitos ajudam a compreender o que se encontra além das palavras, o que transcende a linguagem, sendo utilizado como norteador de interpretações simbólicas no cotidiano e principalmente na psicologia.

MATERIAL E MÉTODOS

        Para a elaboração deste artigo, o estudo pautou-se na leitura do mito grego Eros e Psique. Inicialmente, foi realizada a leitura do mito e observado seus personagens e suas relações. Em seguida, foi feita a interpretação das partes principais à luz da teoria psicanalítica de Freud e também uma interpretação reflexiva/crítica a cerca do mito. Com as relações encontradas, foi elaborada esta presente análise do mito.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para início de discussão, considera-se imprescindível a análise acerca da temática do amor no mito. Efetivamente, Segundo Freud, o amor é um dos caminhos de se encontrar satisfação na vida, a carência disso pode causar dor e desamparo, ainda segundo Freud:

 

Nunca estamos mais desprotegidos ante o sofrimento do que quando amamos, nunca mais desamparadamente infelizes do que quando perdemos o objeto amado ou seu amor (FREUD, 2010, p. 39).

No mito, quando Eros se sente traído por Psiquê, ele a deixa, e isso faz com que ela fique em um estado psíquico de desespero, infelicidade e dor. Isso projeta em Psiquê um desejo de busca de todas as formas possíveis de reconquistar o amor de Eros, para que ela pudesse retomar o seu caminho rumo à felicidade e completude.

Ainda, pode-se observar no mito uma espécie de Complexo de Édipo, partindo de Eros, visto que o seu primeiro objeto de amor, sua mãe, era Afrodite, a Deusa da beleza. E posteriormente, ele investe libidinalmente em Psiquê, seu segundo objeto de amor, que possuía em comum com a sua mãe, uma beleza tão rara que provocava inveja e ciúmes em Afrodite. Logo, é feita a interpretação de que Eros busca, de certa forma, uma substituta para sua mãe e vê esta, em Psiquê.

Por menor, também há a relação de ódio de Afrodite por Psiquê, pois ela sabia que perderia seu filho para a jovem, e diante disso, tenta com todas as suas forças destruir essa possibilidade, torturando Psiquê. Efetivamente, analisa-se que durante o decorrer do conto, Psiquê se torna cada vez mais angustiada, o que pode ser entendido com as palavras de Nasio:

Existe ainda na mulher um outro afeto edipiano diferente da inveja, o da angústia de perder esse outro “falo” inestimável que é o amor vindo do amado. A angústia de castração na mulher não é outra coisa, portanto, senão a angústia de perder o amor do ser amado (NASIO,1999, pág.65).

Portanto, vê-se que a personagem se apresenta de forma angustiada no mito, devido a esse medo. Logo, ela é incitada a um desejo de fazer o que for necessário para que não perca o amor de Eros e essa angústia cesse. Indubitavelmente, esse fator pode ser relacionado à falta estrutural da mulher, segundo a psicanálise. Em que os homens respondem por apenas uma falta, que é derivada do desamparo; já as mulheres lidam com duas, uma consequente do desamparo e outra da ausência do falo. Isso faz com as mulheres adentrem na relação amorosa de maneira distinta, almejando ser desejada e não perder esse amor do amado.

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