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As Considerações Éticas no Uso das Técnicas de Grupo

Por:   •  16/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.756 Palavras (8 Páginas)  •  281 Visualizações

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Capítulo 2

Considerações Éticas no Uso das Técnicas de Grupo

Serão discutidas nesse capítulo algumas preocupações sobre o uso de técnicas no trabalho de grupo. As técnicas são instrumentos poderosos. O abuso delas nem sempre se deve a uma falta de interesse pelos membros; pode ocorrer também de uma falta de conhecimento dos efeitos potenciais das técnicas no trabalho de grupo.

As técnicas apropriadas para um grupo dependem dos objetivos e das qualificações do líder. Os membros em potencial e os órgãos de encaminhamento devem ser informados sobre esses objetivos e qualificações. O tema ou a modalidade de aconselhamento a que se destina o grupo deverá ser esclarecida. Todos os objetivos precisam ser antecipadamente esclarecidos.

Os clientes em potencial também devem ser informados acerca das qualificações profissionais dos líderes.

As técnicas devem ser compatíveis com o nível de formação e experiência dos líderes. Os líderes não devem supor que a mera posse dos diplomas e registros acadêmicos pertinentes garante que eles estejam pessoal ou vivencialmente qualificados para o emprego de qualquer técnica, e não devem supor que a menção de tais diplomas seja suficiente para informar integralmente os clientes em potencial sobre suas qualificações.

Ao estabelecerem os objetivos do grupo e identificarem as técnicas propostas, os líderes devem estar cientes de que o material que desejam explorar deve estar ligado com questões por eles examinadas em suas próprias vidas. E, embora possam não ter experimentado pessoalmente cada técnica específica que pretendem usar, devem ter experimentado pessoalmente os tipos gerais de técnicas que desejam empregar, ou tê-las aprendido sob a supervisão ou em colaboração com alguém familiarizado com elas.

Os membros do grupo podem ser informados sobre o estilo geral do líder. Certamente, se o líder pretender empregar técnicas extravagantes, tais como o nudismo, técnicas altamente catárticas, como a respiração intensiva, procedimentos de descarga emocional ou técnicas agressivas destinadas a romper as resistências, o cliente deve estar inteiramente ciente dessas intenções. É preciso ter alguma sensibilidade para que os clientes tenham o direito de saber ao decidirem se irão ou não entrar num grupo.

Um dos melhores momentos para informar os membros potenciais sobre as metas do grupo e a formação do líder é durante a triagem e a entrevista.

Os dispositivos de gravação são comumente usados para fins de formação e também para realimentação de informações (feedback) aos membros do grupo. Nenhuma gravação deverá ser feita sem o conhecimento e consentimento dos membros do grupo. Os membros devem saber por que a sessão está sendo gravada, o que será feito do material e como ele será usado.

Os líderes frequentemente consideram útil gravar uma sessão de grupo em vídeo e permitir que os membros vejam a gravação em algum momento antes da sessão seguinte; esse é um excelente recurso de realimentação (feedback).

Alguns líderes sustentam que os membros devem ter sempre o direito de sair de um grupo, enquanto outros acreditam firmemente que, uma vez que os membros se tenham comprometido com um grupo, têm obrigação de permanecer nele. As atitudes e procedimentos do líder sobre esse tópico devem ser explicitados no início de grupo ou, melhor ainda, numa sessão preliminar. Ao fazer com que a pessoa que está saindo apresente as razões ao grupo como um todo, damos aos membros a oportunidade de verificarem quaisquer preocupações que possam ter acerca de sua responsabilidade pela decisão daquela pessoa.

Preocupa-se com os líderes que usam as técnicas para se proteger, ou para atender a suas próprias necessidades de poder ou prestígio, ou ainda para controlar os membros de seus grupos. Os líderes de grupo que não têm consciência de suas motivações podem usar mal as técnicas de diversas maneiras.

Existe o potencial de que os líderes se escondam por trás de sua posição. Pode camuflar sua incompetência, medo ou insegurança, procurando criar a impressão de que são oniscientes e onipotentes.

Caso os líderes não tenham supervisores ou co-líderes devem formar o hábito de rever as sessões de grupo e estar atentos para o modo como suas próprias necessidades e motivações podem interferir no processo.

Os membros do grupo frequentemente atribuem um poder e sabedoria exagerados aos líderes, e existe a tentação de que os líderes motivados por uma necessidade de poder reforcem, contrariando a ética, essa falsa concepção.

Os líderes nem sempre podem prever o resultado exato das técnicas, mas podem ter em mente alguns resultados esperados e ter alguma ideia de como uma técnica se liga ao material do momento. Caso um supervisor, um colega ou um membro do grupo pergunte ao líder: “Por que você usou esta técnica? O que esperava conseguir com ela? ”, o líder deve ser capaz de justificar seu uso. Ter conhecimento da finalidade de uma técnica é algo que pode tornar-se quase instintivo e que não tem que ser incompatível com a capacidade de seguir espontaneamente uma intuição.

Alguns líderes introduzem técnicas para encobrir seus próprios temores ou sua relutância em explorar os temas que se apresentam no grupo. Tal desvio frequentemente ocorre com temas relacionados com a falta de proximidade e com a hostilidade.

Quando existe conflito num grupo, acreditamos que ele dever ser diretamente reconhecido e tratado abertamente. Se o conflito não for trazido à tona, permanecerá latente e proliferará, e o trabalho produtivo do grupo acabará por ser interrompido.

Uma das coisas mais importantes que um grupo de e deve ensinar é que podemos aprender a encarar e expressar o que pensamos e sentimos. Se os líderes de grupo introduzirem técnicas que depreciem ou encubram a dinâmica do grupo, estarão modelando a ideia de que nossos sentimentos são algo a ser evitado.

Quando uma técnica é introduzida, deve servir, em geral, para destacar material emocional, cognitivo e comportamental presente no grupo. E não para depreciá-lo em função do mal-estar do líder.

Os líderes não podem simplesmente afirmar, ao início de um grupo, que os membros têm o direito de não participar, casa optem por isso, pois alguns membros podem sentir-se pressionados a fazer o que todos os demais estiverem fazendo. Os líderes devem tornar genuinamente aceitável que os membros não participem, mencionando essa opção periodicamente, sempre que for apropriado.

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