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As Divergências Á Psicanalise Caracterizam-Se Por Dois Aspectos

Por:   •  16/5/2023  •  Resenha  •  1.611 Palavras (7 Páginas)  •  33 Visualizações

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RESUMO DO CAPÍTULO DISSENSÕES

As divergências á Psicanalise caracterizam-se por dois aspectos:

  • Repúdio das descobertas essenciais feitas através da Psicanálise
  • Exposição de uma outra teoria sobre a psique, ou seja, sobre a mente.

A primeira caracteriza-se por evidenciar diferenças de opiniões e interpretação as reações pessoais de Freud. É comum ouvirmos que tal discípulo deixou de segui-lo não por causa das distintas ideias, mas sim por causa de sua personalidade autoritária e de sua insistência dogmática de que seus seguidores deveriam aceitar somente o seu ponto de vista. No entanto, aqueles que permaneceram ao lado de Freud mesmo quando discordavam de suas conclusões foram considerados pessoas receosas, pelos dissidentes, que afirmavam ser este o motivo para submeterem-se a sua autoridade. Alguns psicanalistas que divergiram e abandonaram o movimento psicanalítico acabaram criando inverdades sobre Freud transmitindo uma impressão absolutamente equivocada de sua personalidade.

Já a segunda característica, diz respeito, ao ramo da psicologia que apresentava diversas escolas cada uma com uma particularidade investigativa sobre a mente e o comportamento humano.

Contudo, as diversas divergências acometidas a psicanálise, foram rotuladas de “escolas de psicanálise diferente” era o que os leigos, oponentes e discordantes espalhavam com o objetivo de enfraquecer o movimento psicanalítico e fazer com que suas ideias não fossem levadas a sério. Dois seguidores de Freud se destacaram ao deixá-lo. Alfred Adler e Jung, mas aqui será abordado um terceiro; Stekel.

Alfred Adler

Nasceu em Viena no ano 1870 e passou lá grande parte de sua vida. Um clínico geral, tornou-se um dos quatro membros originais do círculo de Freud em 1902. Foi o discipulo mais tempestuoso, foi ele que provocou a primeira cisão dentro do movimento psicanalítico. Após os dois primeiros Congressos um em Viena o outro em Zurique Freud deixou perceptível aos participantes sua preferência pelas ideias de Jung. Esta atitude despertou em Adler ciúmes pelo trabalho cientifico do suiço e gerou também um descontentamento dos vienenes. Sendo este o motivo para a primeira rebelião dentro do movimento.

Para apaziguar a situação Freud colocou Adler e Stekel a frente do Zentralblatt (uma revista de publicações cientificas) e também nomeou ambos como presidente e vice-presidente da sociedade psicanalítica. No entanto, essa estratégia não resolveu no que futuramente viria a acometer a saída de Adler.

Adler jamais aceitou a primazia da teoria da libido, a origem sexual da neurose ou a importância dos desejos infantis. As diferenças cientificas entre eles eram tão explicitas que foi realizado um debate sobre o assunto. Por fim, Adler afirmaria que o complexo de Edipo era uma invenção. Ao rejeitar os pontos de vista de Adler. Freud comentou: “entendo que os ensinamentos de Adler são incorretos e, por conseguinte, perigosos para o futuro progresso da Psicanalise”

Em 22 de fevereiro de 1911 Adler e Stekel renunciaram ao cargo de presidente e vice-presidente. Freud reassumiu a presidência da sociedade psicanalítica e em seguida foi aprovado uma resolução em que agradecia a ambos pelos serviços prestados, mas que Adler desistisse por incompatibilidade das ideias. No começo ele relutou, porém, acabou aceitando.  Em 24 de maio Adler foi afastado do cargo de diretor do Zentralblatt. Após todo esse episódio ele formou um grupo denominado “Sociedade de Psicanalise Livre” com a pretensão de provar que lutava pela liberdade da ciência. Tal grupo consistia em desenvolver qualquer investigação, por quaisquer meios, forma e conclusões que se desejava e a partir dos resultados, publicá-las para o mundo. Posteriormente muda o nome para “Psicologia Individual”, pois Freud não permitiu usar o termo psicanálise, por conta da discordância de concepções. Portanto, os esforços de Adler nessa direção duraram pouco tempo, entretanto seu nome foi usado numerosas vezes para desacreditar a psicanálise.

Wilhelm Stekel

Natural de Boiane, uma pequena cidade situada a leste do então Império Austro-húngaro, hoje pertencente à Ucrânia, Wilhelm Stekel (1868-1940) realiza seus estudos de medicina na Universidade de Viena entre 1887 e 1893. É bem mais conhecido por seus conflitos dentro da psicanálise do que pelos feitos gloriosos.

A dificuldade de Freud para dar-se bem com Stekel residia não só no campo cientifico, onde produzia muitas especulações, ainda que nenhuma teoria seria de sua responsabilidade, mas também no campo comportamental. Stekel tinha uma séria falha de caráter que o tornava inadequado no campo acadêmico, não tinha qualquer consciência cientifica. Assim ninguém dava muito crédito às experiencias relatadas.

Quando por exemplo foi lhe perguntado. Como podia provar a verdade de alguma afirmativa? Ele respondeu: “estou aqui para descobrir coisas; outras pessoas podem prová-las se o quiserem”

Outro episódio foi quando escreveu um artigo sobre a importância psicológica que os sobrenomes das pessoas têm para elas, mesmo na escolha de uma profissão e outros interesses, Stekel citou grande número de pacientes cujos sobrenomes haviam influenciado suas vidas. Questionado por Freud como poderia ter revelado o nome dos pesquisados. Respondeu em tom irônico “são todos inventados”. Fato que desqualificaria a veracidade de sua pesquisa.

Nas reuniões tinha o hábito de inventar histórias sobre sua vida particular, o qual Freud sabia que eram mentiras, pois havia sido seu analista. O tratamento não foi concluído, no entanto, conseguiu mantê-lo estável e aliviar suas angústias.

Sua ruptura com a sociedade psicanalítica se deu a partir do desentendimento com o colega Tausk. Em 30 de maio de 1912 houve entre eles uma discussão calorosa. Depois do ocorrido Freud quis que Tausk assumisse o setor de resenhas da Zentralblatt, mas, Stekel exaltou-se não concordando com a decisão. Foi orientado que as questões pessoais não deveriam ser trazidas para o órgão oficial da Associação Internacional. Insatisfeito com a decisão comentou “um anão no ombro de um gigante podia ver mais longe que o próprio gigante.  Freud replicou “isso pode ser verdade, mas não no caso de um piolho na cabeça de um astrônomo”

Em 06 de novembro de 1912, foi anunciado o afastamento de Stekel da Sociedade Internacional de Psicanálise.

Jung

Carl Gustav Jung nasceu em Kesswil, na Suíça, no dia 26 de junho de 1875. foi um psiquiatra suíço, fundador da escola da Psicologia Analítica. Desenvolveu os conceitos da personalidade extrovertida e introvertida, de arquétipos e do inconsciente coletivo. De todas as rupturas esta foi a mais importante tanto no campo cientifico quanto no campo pessoal.

Jung começou sua teoria a partir dos conhecimentos da psicanálise. Em 1906 a 1910 era um adepto e um entusiasta do trabalho de Freud. Mas foi em 1908 que os primeiros sinais de futuras brechas ignoradas por Freud despontaram em sua fala. Quando Jung apresentou em abril no Congresso em Salzburg o artigo sobre demência precoce, no qual ignorava as sugestões de Freud sobre o assunto e substituía pela ideia hipotética de que “toxina psíquica” era o que prejudicava o cérebro. Anunciava sutilmente o desfecho de uma parceria.

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