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As Principais contribuições de Sartre para o pensamento psicológico.

Por:   •  4/4/2015  •  Resenha  •  647 Palavras (3 Páginas)  •  334 Visualizações

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  • Identificar, no artigo, quais as principais contribuições de Sartre para o pensamento psicológico.

    Jean-Paul Sartre (1905-1980), buscou seu embasamento na fenomenologia, inspirado em Jaspers, Husserl, Heidegger, e Politzer que era seu amigo pessoal, com isso ele aderiu ao pensamento crítico. Sartre fez da crítica e a elaboração de novos fundamentos da psicologia um dos principais elementos de sua obra, ele buscou a constituição de um novo método e um novo corpo teórico para tal disciplina. Um deles foi o método bibliográfico, como uma forma de compreensão rigorosa do movimento do sujeito no mundo, que o contexto intelectual da época estava a clamar.

Na abordagem biográfica, a vida e a obra de um autor são utilizadas como principal fonte de dados para a reconstrução dos acontecimentos. Segundo Sokal, essa perspectiva é especialmente interessante por permitir a combinação das abordagens internalista e externalista: ao descrever a evolução do pensamento do autor, a ênfase recai sobre o ponto de vista internalista; ao abordar as relações entre o autor e a comunidade ou a época, é possível observar a interação entre atividades cientifica e o contexto social e cultural (CAMPOS, 1998, p. 15).

   Sartre vem produzir em suas obras biográficas uma perspectiva interdisciplinar, buscando uma síntese transcendente entre a psicanálise, o marxismo, e o existencialismo, pois estava ciente da necessidade já assinalada por Bloch (2001, p. 50).: “para melhor entender e apreciar os procedimentos de investigação, seria necessário associá-los ao conjunto das tendências que se manifestam, no mesmo momento, nas outras ordens de disciplina”.

   O estudo do método biográfico desenvolvido por Sartre teve muito a contribuir para a construção de uma metodologia para a psicologia que supera a dicotomia subjetivista/objetivista e possibilite a construção de uma nova disciplina. Sartre foi influenciado pela Historiografia contemporânea que ocorria na franca, e também pelo historicismo marxista. Ele acreditava que o sujeito só poderia ser compreendido levando-se em conta sua história individual, tanto quanto a de sua conjunta familiar ou rede sociológica, e também o contexto social, e sua época cultural, tendo como fundo de sustentação a noção que ele se faz e é feito por esses conjuntos de fatores.  Sartre buscou em fundar uma antropologia estrutural e histórica, que se estabelecia através da filosofia marxista, esses pontos dão força para que o existencialismo ganhe força e junto ao marxismo se torne uma filosofia insuperável.

    A compreensão que se vê das bibliografias de Sartre se dá em moldes totalmente diversos   dos que tinham sido propostos pela psicologia empírica e a psicanalise clássica. Sartre vem propor em primeiro lugar a perspectiva subjetivista, na qual tudo se resolve “no mundo interno do sujeito”, em segundo a ênfase mentalista, que entende esse mundo inteiro como uma estrutura dada, fixa, com uma dinâmica interna própria, que independe da realidade externa, e em terceiro vem a concepção mecanista da influência do ambiente no ser do sujeito, como vemos aparecer no Behaviorismo clássico. Ele traz a dialética definitivamente para o corpo da psicologia, sem perder de vista o contexto, e nem o sujeito. Com isso, a perspectiva empreendida por Sartre em suas biografias, as quais elucidam o indivíduo, com suas peculiaridades, seu projeto de ser, inserido no contexto de sua época, de sua cultura, com seus determinantes socioeconômicos, estabelecendo o vai e vem entre a objetividade e a subjetividade, pode então contribuir substancialmente na consolidação de uma metodologia para a psicologia, conforme Politzer (1965), já planejava consolidar, nos anos de 1920, em sua proposição de sua psicologia concreta (LEGRAND, 1993), bem como outros autores que se destacaram, no início do século XX, principalmente os fenomenólogos. Isso vem ressaltar a influência que a fenomenologia teve na fundação do existencialismo. A psicologia clínica, a história da psicologia, assim como outras áreas encampadas por essa disciplina, têm muito a ganhar se implementarem a metodologia biográfica que Jean Paul Sartre elaborou.

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