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As mentiras cotidianas nas relações interpessoais

Por:   •  26/4/2021  •  Artigo  •  6.180 Palavras (25 Páginas)  •  822 Visualizações

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FACULDADE DOM ALBERTO

CURSO

PSICANÁLISE

           HÉLIO DE SOUZA SANTOS

        

   As mentiras cotidianas nas relações interpessoais

                                       

Barcarena-PA

2020

As mentiras cotidianas nas relações interpessoais

Hélio de Souza Santos[1]

Declaro que sou autor deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO

O artigo trabalhou o tema da mentira na sociedade ocidental, buscando embasamento teórico conceitual em Santo Agostinho. Configura-se como pesquisa bibliográfica numa abordagem qualitativa. Objetivo do trabalho foi mostrar que a mentira que está presente no cotidiano. O trabalho foi estruturado em três tópico: a mentira na filosofia de Santo Agostinho; a psicanálise e a mentira; e a função social da mentira. Concluiu-se que mentira está em todas as relações estabelecidas, perpassando pelas estruturas morais, religiosas e políticas. Configura-se praticamente em uma pandemia, corroendo as relações sociais. Está presente nas obras de filósofos clássicos como Platão e Aristóteles; na filosofia moderna como Kant e Benjamim Constant; além de estar presente no pensamento de psicanalistas e filósofos da atualidade. A mentira é tema controverso, apresentam-se pelo antagonismo de basicamente dois grupos, aqueles que como Agostinho e Kant rejeitaram todo e qualquer tipo de mentira, considerando-a como uma prática imoral, e o daqueles que como Platão e Benjamin Constant que aceitam algum tipo de mentira, ocasionalmente, desde que possa ser justificada. A mentira é um fenômeno/ato que interessa em psicanálise porque, em dado momento, desvenda um processo em curso. Esta pesquisa apresentada como TCC neste artigo não esgota o tema, sendo necessário outros trabalhos de pesquisa para aprofundamento do tema e preenchimento das lacunas deixadas.

PALAVRAS-CHAVE: Mentiras. Relações sociais. Santo Agostinho. Psicanálise. Pecado.

“A veracidade nas declarações é o dever formal (formale Pflicht) do homem com relação a cada um, por mais grave que seja o prejuízo que dela possa resultar”.

(Kant)

  1. Introdução

A mentira parece hoje, mais que nunca uma pandemia, (o uso da palavra pandemia tem a intenção de dar uma dimensão mais homérica a essa discussão, aproveitando também para tornar mais fácil o dimensionamento do fenômeno). A mentira vem sendo praticada em várias dimensões, do particular e privado às esferas pública e política. Logo, a mentira está presente na vida cotidiana como coisa corriqueira e habitual, tornando-se banal pela frequência da sua prática e pela impunidade de quem a pratica.

Cabe ressaltar que banalidade aqui não tem o significado de algo sem importância ou algo que possa ser assumido como normal. Corrobora-se a assertiva de Hannah Arendt quando, em sua obra Eichmann em Jerusalém (1999), afirma que banalidade não significa algo sem importância nem uma coisa que se produza frequentemente. Assim sendo, Arendt apresenta a diferença entre o banal e lugar-comum. Lugar comum diz respeito a um fenômeno que é comum, trivial, cotidiano, que acontece com frequência, com constância, com regularidade. Por sua vez, banal não pressupõe algo que seja comum, mas algo que esteja ocupando o espaço do que é comum. Um ato mau torna-se banal não por ser comum, mas por ser vivenciado como se fosse algo comum. A banalidade não é normalidade, mas passa-se por ela, ocupa indevidamente o lugar da normalidade. Assume-se, portanto, aqui que a mentira - que busca ocupar o lugar da verdade no cotidiano - não é algo bom, assim como outros fenômenos como a violência, por exemplo.

Cabe aqui uma ressalva. O olhar e análise aqui propostos sobre o objeto dessa pesquisa estão sob o prisma da civilização ocidental que se organiza sob a égide da cultura judaico-cristã[2]. Compartilha-se o pensamento de que as sociedades do ocidente se desenvolveram sob a influência dessa tradição. Assim, podemos dizer que mesmo a ciência humanística é uma derivação teológica, logo, a própria ciência pode ser vista como uma prática de redenção, de salvação para o homem, de progresso para a humanidade. É dessa ideia que se alimenta toda cultura ocidental.

Assim, é nessa perspectiva que vamos analisar o fenômeno da mentira nas relações cotidianas interpessoais. O nosso interesse pelo tema está diretamente relacionado à percepção do tsunami de falácias e mentiras que cotidianamente se presencia e se ouve a todo momento e que se torna muito mais evidente nas redes sociais e mídias diversas com as chamadas fake news.

O artigo aqui apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) se configura em pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa.

Objetivo do trabalho é mostrar que a mentira que está presente em nosso cotidiano não deve ser aceita como algo comum e inconsequente.

O trabalho está estruturado em três tópicos a saber: a mentira na filosofia de Santo Agostinho; a psicanálise e a mentira; e a função social da mentira. Por fim, serão apresentadas as aproximações conclusivas.

  1. Desenvolvimento 

Primeiro de abril é conhecido popularmente como o Dia da Mentira. Apesar de ultimamente ter perdido um pouco de sua essência, há algumas décadas crianças, adolescentes e adultos esperavam a chegada desse dia para pregar peças e contar mentiras com intuito de zombar e enganar os outros. A versão mais aceita sobre o Dia da Mentira é que teria surgido no século 16, na França. O Ano Novo era comemorado durante uma semana, do dia 25 de março ao dia 1º de abril. Em 1564, o rei Carlos IX decidiu adotar o calendário gregoriano e, consequentemente, o Ano Novo passou a ser celebrado no dia 1º de janeiro. No entanto, muitas pessoas demoraram para se acostumar com o calendário e outras resistiram à troca da data. Como não aceitaram a mudança, viraram alvo de muitas formas de ridicularização. Essas pessoas passaram a ser chamadas de "bobos de abril". Recebiam convites para festas que não existiam e ganhavam cartões e presentes esquisitos no dia 1º de abril.

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