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Aspectos Psicológicos Cirurgia de Amputação

Por:   •  12/5/2019  •  Resenha  •  1.306 Palavras (6 Páginas)  •  114 Visualizações

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Aspectos psicológicos da cirurgia de amputação

         O paciente submetido a uma cirurgia de amputação geralmente sente-se fragilizado e emocionalmente instável, possui uma falta de controle da situação e muitas dúvidas sobre o pós-cirúrgico. O medo de sentir dor, de se tornar incapacitado, de morrer, da mutilação, de “não voltar” da anestesia e fantasias sobre como ficará seu corpo o assolam dia e noite podendo causar profunda angustia. Esses medos são tidos como esperados por se tratar de algo desconhecido para o paciente.

Alguns fatores são citados como desencadeantes da ansiedade pré-operatoria são elas: o medo da dor pós-operatória, a sensação de incapacitação, a perda da independência, a separação da família, o afastamento do trabalho, a ferida cirúrgica. Porém o texto destaca que a ansiedade e o medo quando em graus elevados podem dificultar a recuperação pós-cirúrgica, afetando seu conforto, qualidade de vida e ate mesmo a medicação utilizada e posteriormente à adesão ao tratamento.

A atuação da psicologia na equipe interdisciplinar é considerada importante para atuar não só com o paciente bem como sua rede de apoio e com a equipe de saúde, visando à minimização de sofrimentos decorrentes da hospitalização, do adoecimento e do procedimento cirúrgico, proporcionando desenvolvimento da autonomia e responsabilização no processo de tratamento, essa atuação pode ocorrer antes, durante e depois da cirurgia; sendo a última dividida em pós-operatório imediato e tardio, a intervenção do psicólogo deve ser pautada nas necessidades individuais de cada paciente.

A atuação do psicólogo com pessoas amputadas tornou-se uma demanda crescente, em virtude das condições de saúde da população. O aumento da perspectiva de vida, advento da modernização da medicina, da biotecnologia e das condições sócias históricas atuais, acarretou a incidência de doenças crônicas e de comorbidades. Neste contexto, as doenças vasculares, o diabetes, o fumo, a hipertensão, entre outros são fatores de risco para a amputação de membros.

Algumas condições podem levar a amputação de membros como: infecções incontroláveis, em geral em situação de emergência; dor crônica em pacientes com doença vascular sem outras possibilidades terapêuticas; ossos e partes moles destruídos de forma irrecuperável devido a doenças vasculares ou traumatismo; tumores malignos ou benignos; deformidades com implicações funcionais que podem melhorar com o uso

de  próteses; deformidades estéticas que podem ser minimizadas com a prótese. O texto relata que amputação em pessoas diabéticas é um procedimento cada vez mais comum e se tornou um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.

A decisão de amputar deve ser definida com cautela pela equipe médica e neste processo decisório a comunicação com o paciente é fundamental. O médico precisa estar aberto para dúvidas e esclarecimentos sobre os quais o paciente queira perguntar, estabelecendo uma comunicação aberta. Neste processo de comunicação médico-paciente, existem alguns pontos fundamentais na postura da equipe médica como: a atenção individualizada do cirurgião com o paciente; ter escuta ativa, com a capacidade de observar os detalhes; abrir espaço para perguntas e responder honestamente, facilitando a aliança terapêutica; o uso de linguagem acessível, ter fotos, vídeo e materiais de leitura sobre a cirurgia e sua reabilitação posterior, para oferecer ao paciente a sensação de controle e estimular a participação ativa no processo de decisão.

        No período pré-operatório a meta da equipe de saúde é conseguir com que o paciente torne-se ativo na descoberta do processo de tratamento, para que participe com autonomia desde a decisão de amputar até a reabilitação posterior. A entrevista pré-operatória é fundamental, tendo como objetivo informar o paciente sobre o que esperar da cirurgia, os benefícios e prejuízos, esclarecer dúvidas sobre temores relacionados à operação, garantir os cuidados realizados para prevenir riscos ou complicações.

A comunicação sobre a amputação desperta no paciente o sentimento de perda e luto, compara-se a perda do membro com a perda de uma pessoa querida. A elaboração do luto se inicia antes da cirurgia ocorrer e pode durar por tempo indeterminado. Após a amputação ocorre o processo de adaptação à perda do membro e adaptações físicas, que incluem nível de habilidade funcional, dor no coto, dor fantasma do membro amputado; e as adaptações psicológicas, relativas às reações emocionais como ansiedade, depressão, irritação, tristeza, desapontamento, sentimento de culpa, autoimagem ansiosa e desconforto social. Os sintomas depressivos são mencionados como frequentes em pessoas com amputação, pois essas apresentam tristeza, pesar, episódios de choro, isolamento social, perda de apetite, dificuldade para dormir, entre outros.

A depressão logo após a perda do membro pode ser considerada uma reação natural. A ansiedade durante a hospitalização mostra-se como uma reação ao adoecimento e as implicações da doença e da internação, os sintomas ansiosos surgem devido à incerteza do diagnóstico e tratamento, bem como sobre a evolução clínica da doença. Os distúrbios de autoimagem corporal, como percepção distorcida e negativa sobre a aparência física, são relacionados com altas taxas de ansiedade. Estes distúrbios podem ser observados em pessoas amputadas, através de comportamentos de evitação por contato visual com o membro amputado, negligência no autocuidado do coto.

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