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Biografia De Adler E Maslow

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Por:   •  18/9/2014  •  5.879 Palavras (24 Páginas)  •  354 Visualizações

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ALFRED ADLER

(1870 – 1937)

Médico e psicólogo austríaco, Alfred Adler notabilizou-me muito mais por sua obra original nas áreas de psicoterapia e pedagogia do que na psicanálise propriamente dita. Porém, por ter convivido diretamente com Sigmund Freud e participado de forma ativa do grupo fundador das reuniões das quartas-feiras, também apresentou suas contribuições à psicanálise e sua história, embora bastante controversas para muitos autores.

Adler nasceu em um subúrbio de Viena em 7 de dezembro de 1870, filho de judeus imigrantes húngaros; seu pai era comerciante de cereais. A infância e vida familiar marcaram significativamente sua personalidade e o desenvolvimento ulterior de sua obra: o segundo de seis filhos, debilitado fisicamente, apresentava acentuado raquitismo infantil (o que o impediu de caminhar antes dos 4 anos) e dispnéias freqüentes; era protegido por seu pai e rejeitado pela mãe. Tinha marcantes ciúme e inveja do irmão mais velho, também de nome Sigmund, tal como Freud (com quem mais tarde competiria acirradamente).

Mais jovem que Freud 14 anos, freqüentou o mesmo liceu do pai da psicanálise e formou-se médico em 1895 na mesma Universidade de Viena; iniciou a carreira como oftalmologista, mas logo passou a exercer clínica geral em consultório privado, já enfocando, desde o princípio, o ambiente sócio-familiar-profissional de seus pacientes.

Nunca se sentiu um verdadeiro judeu e converteu-se ao protestantismo com suas duas filhas em 1904, frutos do casamento com Raissa Timofeyewna Epsteinm, filha de um comerciante judeu que viera da Rússia para estudar em Viena. Tiveram mais dois filhos, que se tornaram psiquiatras. Ela “pertencia aos círculos da intelligentsia e propalava opiniões de esquerda” (Roudinesco e Plon, 1998, p.7), bem distantes da vida burguesa vienense, era uma ativista social. O próprio Adler tornou-se membro adepto do socialismo reformista e um livre-pensador.

Sua primeira publicação foi Manual de higiene para a corporação de alfaiates (1898), onde abordou as conseqüências para a saúde das péssimas condições de vida e de trabalho desses profissionais naquela época.

Morreu em 28 de maio de 1937 após fulminante crise cardíaca, na cidade de Aberdeen, Escócia, durante viagem para uma série de conferências européias.

Adler e a psicanálise

A convite de Freud, juntamente com Stekel, Reitler e Kahane, em 1902, Adler fez parte da fundação das famosas reuniões da Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras, primeiro círculo da história psicanalítica e precursor da Wiener Psychoanalytische Vereinigung, que serviu de modelo para todas as sociedades posteriormente reunidas a partir de março de 1910 na International Psychoanalytical Association (IPA). Em 1911, deixou a organização psicanalítica vienense (era o presidente da Sociedade das Quartas-Feiras desde 1910), juntamente com nove membros, por “divergências sobre concepções teóricas inconciliáveis” (Mijolla, 2005, p. 26). Nunca aceitou a importância do papel do recalque e da libido no funcionamento psíquico. Alternativamente, desenvolveu idéias como o hermafroditismo psíquico, a disposição à neurose em conseqüência de sentimentos de inferioridade existentes desde o primeiro contato da criança com a sexualidade e da luta entre o feminino e o masculino (o protesto masculino), em que os meninos são encorajados desde pequenos a serem ativos e assertivos, e as meninas na direção contrária.

Era criticado por Freud pelo conjunto das suas posições, como “a de se apegar a um ponto de vista biológico, de utilizar a diferença dos sexos em um sentido estritamente social e, enfim, de valorizar excessivamente a noção de inferioridade.” (Roudinesco, 1998, p.7)

Teorias psicológicas

Adler impressionara-se com a história de Theodor Roosevelt, que cresceu franzino e doente até a adolescência (tal como ele próprio), passando então por intensas transformações e chegando a ser o mais jovem presidente dos Estados Unidos, em 1901. Perguntava-se se tal potencialidade para mudança seria característica da personalidade de Roosevelt ou se seria comum à natureza humana.

Também foi influenciado pelas idéias holísticas de Jan Smuts, estadista-militar segregacionista e preconceituoso contra a raça negra e os hindus, botânico e filósofo sul-africano que cunhou o termo holismo para a compreensão do ser humano com seu livro Holism and evolution, de 1926.

Outro conceito que o inspirou foi o da teleologia, que identifica a motivação e metas como motor básico humano, sendo a finalidade o que guia a natureza e a humanidade (Houaiss). Em Hans Vaihinger, autor de The philosophy of “As If”, inspirou-se para criar seu conceito de ficção ou finalismo funcional: aquilo que uma pessoa acredita a respeito de si própria e que a ajuda a conduzir-se pela vida.

Na construção da sua teoria sobre o funcionamento e adoecimento psíquicos e em seu trabalho psicoterapêutico, Adler, não aceitando qualquer determinação pela libido, considerou inicialmente a “busca pela perfeição” como o fator motivacional humano. Essa busca se expressaria por diferentes mecanismos: a relação e a adaptação sociais; a preocupação do indivíduo em alcançar objetivos preestabelecidos (vontade); a luta pela superioridade (incluindo voracidade pelo poder e pela notoriedade); além da agressividade (em particular, frente à frustração), que seria o instinto primário ao qual todos os demais estariam subordinados. Ele não reconheceu a importância do recalque e do inconsciente. Acreditava que a orientação informativa mudaria o auto-entendimento e estimularia a vontade para a autotransformação e a adaptação social.

Postulava, segundo Cobra (2003), “a necessidade de ver o homem como um todo, uma unidade funcional, reagindo ao meio tanto quanto aos seus próprios dotes físicos, em lugar de vê-lo como um somatório de instintos, desejos e outras manifestações psicológicas.“ Adler recusou a teoria freudiana do trauma sexual e relegava a sexualidade a um papel simbólico na tentativa de superação do indivíduo.

A ruptura entre Freud e Adler foi violenta e a animosidade entre eles manteve-se até o fim de suas vidas.

A base principal das idéias de Alfred Adler encontra-se em sua publicação de 1907, A compensação psíquica do estado de inferioridade dos órgãos. O conceito de inferioridade e a menor resistência de determinado órgão já pertencia à histórica médica, mas Adler a transpôs para a psicologia e a gênese da neurose – poderia, inclusive, ser transmitida hereditariamente, tais como doenças auditivas em famílias

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