COMPREENSÃO DE PROCESSOS COMPORTAMENTAIS E COGNITIVOS E DO PAPEL DAS CONTINGÊNCIAS E REGRAS NA RESOLUÇÃO DE UMA SITUAÇÃO PROBLEMA

COMPREENSÃO DE PROCESSOS COMPORTAMENTAIS E COGNITIVOS E DO PAPEL DAS CONTINGÊNCIAS E REGRAS NA RESOLUÇÃO DE UMA SITUAÇÃO PROBLEMA

Resumo: O presente artigo foi construído a partir da realização de um experimento laboratorial com estudantes universitários dos cursos de graduação das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – FIPMOC, durante a resolução de um problema, visando identificar os processos cognitivos e comportamentais envolvidos durante a resolução do mesmo. Partindo dessa experiência, foi realizada uma reflexão teórica a fim de fundamentar os dados coletados. Os resultados apontaram que, na resolução de uma situação problema, independente da instrução ser dada de forma incompleta ou completa, os processos cognitivos envolvidos são os mesmos.

Palavras-chave: processos cognitivos, resolução de problema, instrução.

Introdução

A vida do ser humano, desde seu início, é marcada pela presença de problemas desde os mais simples aos mais complexos, porém o que diferencia a maneira de lidar com estes é a subjetividade de cada um. Nessa perspectiva, independente do nível de dificuldade e/ou do tempo gasto, cada pessoa ao resolver um problema, ainda que inconsciente, passa pelas etapas de identificação, preparação, solução e avaliação. Segundo Davidoff (2001), a identificação consiste em encontrar um problema válido para resolver, uma vez que certas pessoas são mais propensas a procurar problemas. “Pode-se pensar nas representações dos problemas como ideias gerais sobre como enfrentar problemas” (DAVIDOFF, 2001, p. 255). Dessa forma, a representação é o momento em que se estabelece um objetivo e as formas de alcançá-los a partir da situação inicial. Na solução, as estratégias para resolução do problema são executadas. Por fim, a avaliação tem o papel de verificar a eficiência na solução. Uma vez que esta funciona, o objetivo é alcançado.

Diante disso, o presente projeto de pesquisa que fora desenvolvido pelos acadêmicos do 2º período matutino das FIP-MOC do 2º semestre de 2013, teve como tema os processos cognitivos e comportamentais envolvidos na resolução de um problema, objetivando identificar esses processos envolvidos na resolução de um problema.

Esse projeto multidisciplinar fez-se de suma importância para identificar quais os processos cognitivos e comportamentais envolvidos na resolução de um problema.

O projeto permitiu observar os pesquisados no momento do processo de resolução de um problema, além de possibilitar uma análise da influência ou não, da presença da instrução do problema. Logo, o projeto proporcionou uma maior compreensão, por parte dos acadêmicos, da importância e das funções dos processos cognitivos presentes na resolução de um problema.

Segundo Davidoff (2001), as pessoas estão em contínuo enfrentamento de problemas que vão desde os mais simples e cotidianos até os mais complexos e relevantes. Os problemas mais simples são resolvidos tão rapidamente que não são considerados como problemas e os mais complexos podem tomar anos até chegar-se ao resultado/solução/resposta.

Referencial Teórico

A Psicologia Cognitiva é o resultado de um processo iniciado pelo estruturalismo e funcionalismo, percebe-se a influência dessas escolas para o surgimento e formação dessa ciência da cognição, uma vez que o estruturalismo busca compreender como é a mente e o funcionalismo como funciona. Logo, a Psicologia Cognitiva surge com a proposta de compreender o “modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre as informações” (STERNBERG, 2000, p. 22).

Diante disso, estabeleceu-se como objeto de estudo os processos cognitivos tais como atenção, memória, percepção e sensação e para estudá-los o método experimental. Segundo Sternberg 2000,

“na execução do método experimental, o pesquisador deve usar uma amostra representativa da população de interesse e exercer controle rigoroso sobre as condições experimentais, distribuindo aleatoriamente os indivíduos às condições de tratamento e controle” (p. 33).

Além disso, segundo Sternberg 2000, utilizam-se métodos específicos como experimentos controlados de laboratório, estudos de casos, auto-relatos, pesquisa psicobiológica e observação naturalística.

Como processo de ensino e aprendizagem é desenvolvido, como um novo comportamento é criado e como respostas são criadas em nosso repertório são discutidos como bastante frequência e a literatura apresenta e descreve diversos processos de aprendizagem, explanam como é a aquisição de um novo comportamento e, como um antigo comportamento pode ser modificado. (CASTANHEIRA, 2001, p. 36)

Skinner em sua literatura (1966/1980) mostra que o comportamento pode se originar de duas fontes: o contato direto com as contingências e a descrição verbal das contingências (esta segunda, Skinner denominou de regras).

Na análise do comportamento, contingência é “qualquer relação de dependência entre eventos ambientais ou entre eventos comportamentais e ambientais”. (Skinner, 1966/1980 apud CASTANHEIRA, 2001, p. 37). É a aprendizagem pela experiência direta. Quanto a humanidade adquiriu o comportamento verbal, os homens foram capazes de dizer aos outros o que fazer e o que dizer, sob condições específicas, para que certas modificações no ambiente ocorressem. (NICO, 1999) . Em consequência da aquisição do comportamento verbal, surgiram as regras que são orientações codificadas verbalmente (não apenas oral, mas qualquer verbalização sejam elas palavras, gestos, imagens, desenhos, figuras,...). Já que a regra é a descrição verbal de uma contingência, é válido salientar que a regra especifique que “a resposta que se quer emitida, a consequência e o estímulo discriminativo em cuja presença a resposta produzida aquela consequência” (CASTANHEIRA, 2001, p. 38)

O controle por regras foi aprimorado, pois fornecem uma forma rápida de ajudar ou forçar alguém a responder; podem ter efeito imediato, quando outros procedimentos falham; facilitam e mantêm a aprendizagem (BALDWIN e BALDWIN) .

Há várias diferenças significativas entre as duas formas de aprendizagem vistas por Skinner (1966/1980) e, assim, destacam-se no Comportamento Modelado por Contingências (CMC) a aprendizagem é mais lenta, o sujeito pode errar, o comportamento é mais variável, flexível, natural, coordenado e sutil; as consequências reforçadoras são lucro e prejuízo; há bom senso. Já no Comportamento Governador por Regras (CGR), a aprendizagem

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