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Como Aumentar Sua Auto Estima

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Por:   •  10/12/2014  •  1.943 Palavras (8 Páginas)  •  231 Visualizações

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Como

aumentar sua

auto-estima

Nathaniel Branden

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Prefácio

“Para mim, estar apaixonado ou amar são coisas muito difíceis

porque, no fundo, não me sinto digno do amor”, diz um advogado.

Uma professora universitária, mãe de três fi lhos, comenta:

“Por mais que me empenhe, há uma voz dentro de mim repetindo

o tempo todo ‘Não é o bastante. Não sou boa o sufi ciente’.

Não há alegria no que realizo. Por estar sempre tentando provar

meu valor, me sinto cada vez mais exausta.”

Um adolescente infeliz pergunta: “De que adianta tentar

conquistar alguma coisa? Parece que todos sabem algo que não

sei e nunca serei capaz de saber. É como se eu não tivesse uma

qualidade que o mundo inteiro tem.”

“A felicidade me assusta”, revela um homem que sofre de

alcoolismo. “Tenho a sensação de que, se estiver feliz, algo terrível

acontecerá. Se as coisas estão indo bem, eu tomo um gole, e

depois outro, e logo estrago tudo, mas pelo menos não fi co tão

assustado. É como se recuperasse o controle. Sei o que esperar,

não fi co aguardando o raio cair.”

“Sei que durmo com muitos homens”, diz uma mulher duas

vezes divorciada. “Por alguns minutos, quando estou sendo abraçada,

sinto que sou importante para alguém, que tenho algum

valor. Mas isso é se enganar, eu sei. Depois experimento uma

solidão ainda maior e me desprezo mais do que antes, e isso me

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impele ao próximo homem. Como saio dessa? Como faço para

parar? Como aprendo a amar a mim mesma?”

Como podemos aumentar nossa auto-estima? Como romper o

ciclo de comportamentos autodestrutivos gerados por uma autoestima

negativa? Essas são as perguntas que este livro se propõe

a responder.

Percebi a necessidade desta obra quando, logo após a publicação

do meu livro Honoring the Self (Honrar a si mesmo), passei

a ouvir repetidamente nas entrevistas o seguinte questionamento:

“Dr. Branden, o senhor apresentou um quadro abrangente do papel

da auto-estima na vida humana e do estrago causado por um autoconceito

negativo. Porém, no dia-a-dia, o que uma pessoa pode

fazer para elevar o nível de sua auto-estima sem recorrer a um psicoterapeuta?

O que podemos fazer para acreditar e confi ar em nós

mesmos, para nos sentir mais seguros a respeito de quem somos?”

Vi então que havia necessidade de escrever outra obra sobre

auto-estima. Este livro não é uma extensão da teoria da autoestima,

mas uma ampliação da sua prática. A preocupação básica

é com os atos, tanto mentais quanto físicos, que aumentam ou

diminuem a auto-estima.

As estratégias para fortalecer a auto-estima que recomendo

nas páginas a seguir foram extensivamente testadas por milhares

de pacientes durante três décadas de prática psicoterapêutica.

Foram também testadas por mim, na minha permanente busca

pela realização pessoal. Já observei minha auto-estima se fortalecer

ou se enfraquecer de acordo com o grau em que aplicara

de maneira consciente os princípios e as práticas apresentados

neste livro. Não escrevo como um observador isolado, afastado

do campo de ação, mas como alguém que viveu tudo aquilo que

propõe. Acredite: essas idéias funcionam.

Se sua meta é aumentar a sua autoconfi ança e o seu autorespeito,

Como aumentar sua auto-estima se destina a você.

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Entretanto, como o livro é orientado à ação, pois detalha

exercícios e comportamentos específi cos que melhoram a autoestima,

ele se dirige igualmente a profi ssionais. Os psicoterapeutas

sabem como nossa área carece de procedimentos específi cos

que possam ser aplicados para modifi car um autoconceito negativo.

Espero que eles decidam experimentar em seus próprios

consultórios as ferramentas oferecidas nestas páginas.

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Capítulo 1

A importância da auto-estima

A forma como nos vemos infl uencia todos os aspectos da nossa

experiência, desde a maneira como agimos no trabalho, no

amor e no sexo, passando pelo modo como atuamos como pais,

e até onde provavelmente subiremos na vida. Nossas reações aos

acontecimentos do cotidiano são determinadas por quem e pelo

que pensamos que somos. Os dramas da nossa vida são refl exo

das visões mais íntimas que temos de nós mesmos. Assim, a autoestima

é a chave para o sucesso ou para o fracasso. E também

para entendermos a nós mesmos e aos outros.

Não consigo pensar num único transtorno psicológico – a

não ser os que têm origem em algum problema biológico – que não

esteja relacionado à baixa auto-estima: ansiedade, depressão,

medo da intimidade ou do sucesso, abuso de álcool ou drogas,

defi ciências na escola ou no trabalho, espancamento de companheiros

e fi lhos, disfunções sexuais, imaturidade emocional, suicídio,

crimes violentos... De todos os julgamentos que fazemos,

nenhum é tão importante quanto o que fazemos de nós mesmos.

Uma auto-estima positiva é requisito fundamental para uma

vida satisfatória.

Vamos entender o que é auto-estima. Ela tem dois componentes:

o sentimento de competência pessoal e o sentimento de

valor pessoal. Em outras palavras, a auto-estima é a soma da autoconfi

ança com o auto-respeito. Ela refl ete o julgamento implí-

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cito da nossa capacidade de lidar com os desafi os da vida (entender

e dominar os problemas) e do direito de ser feliz (respeitar e

defender os próprios interesses e necessidades).

Ter uma auto-estima elevada é se sentir adequado à vida, isto

é, competente e merecedor, no sentido que acabou de ser citado.

Ter uma auto-estima baixa é se sentir inadequado à vida, desajustado,

não sob este ou aquele aspecto, mas desajustado como

pessoa. Ter uma auto-estima média é oscilar entre se sentir adequado

ou inadequado como pessoa e manifestar essa inconsistência

no comportamento – às vezes agindo com sabedoria, às

vezes com estupidez –, reforçando, portanto, o sentimento de

incerteza.

A capacidade de desenvolver uma autoconfi ança e um autorespeito

saudáveis é inerente à nossa natureza, pois o pensamento

é a fonte primordial da nossa competência, e o fato de estarmos

vivos é o bastante para nos garantir o direito de lutar pela felicidade.

Em um mundo ideal, todos deveriam desfrutar um alto

nível de auto-estima, vivenciando tanto a autoconfi ança intelectual

quanto a certeza de merecer o que há de melhor. Entretanto,

um grande número de pessoas não se sente assim. Muitas sofrem

com sentimentos de inadequação, insegurança, dúvida, culpa e

medo de uma participação plena na vida – uma sensação vaga de

não ser bom o bastante. Esses sentimentos nem sempre são reconhecidos

e admitidos de imediato, mas eles existem.

É muito fácil nos distanciarmos de um autoconceito positivo

(ou nem formarmos um) durante o processo de crescimento e

o próprio desenrolar da vida. Poderemos nunca chegar a uma

visão feliz de nós mesmos por causa das informações negativas

vindas dos outros, ou porque falhamos em nossa própria honestidade,

integridade, responsabilidade e auto-afi rmação, ou ainda

porque julgamos as próprias ações a partir de uma compreensão

e uma compaixão inapropriadas.

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Entretanto, a auto-estima constitui sempre uma questão de

grau. Não conheço ninguém que seja totalmente carente de autoestima

positiva, nem que seja incapaz de elevá-la.

Desenvolver a auto-estima é trabalhar a convicção de que somos

capazes de viver e somos merecedores da felicidade, e, portanto,

aptos a enfrentar a vida com mais confi ança, boa vontade

e otimismo, o que nos ajuda a atingir nossas metas e a nos sentirmos

realizados. Desenvolver a auto-estima é expandir nossa

capacidade de ser feliz.

Se entendermos isso, poderemos compreender o fato de que

melhorar a auto-estima é vantajoso para todos. Não é necessário

que nos odiemos antes de aprender a nos amarmos mais; não é

preciso nos sentirmos inferiores para querermos ser confi antes;

não temos de nos sentir infelizes para querermos expandir nossa

disposição para a alegria.

Quanto maior a nossa auto-estima, mais bem equipados estaremos

para lidar com as adversidades da vida. Quanto mais

fl exíveis formos, melhor resistiremos à pressão de sucumbir ao

desespero ou à derrota.

Quanto maior a nossa auto-estima, maior a probabilidade de

sermos criativos no trabalho, ou seja, de obtermos sucesso.

Quanto maior a nossa auto-estima, mais ambiciosos seremos,

não necessariamente na carreira ou no âmbito fi nanceiro,

mas em termos das experiências que esperamos vivenciar de maneira

emocional, criativa ou espiritual.

Quanto maior a nossa auto-estima, maiores serão as nossas

chances de mantermos relacionamentos saudáveis, pois, assim

como o amor atrai o amor, a saúde atrai a saúde – e a vitalidade

e a sociabilidade são muito mais atraentes do que o vazio e o

oportunismo.

Quanto maior a nossa auto-estima, mais inclinados estaremos

a tratar os outros com respeito, benevolência e boa vontade,

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pois não os veremos como ameaça ou como estranhos, uma vez

que o auto-respeito é a base do respeito pelos outros.

Quanto maior a nossa auto-estima, mais alegria encontraremos

no simples fato de existir, de despertar pela manhã, de viver

dentro de nosso corpo.

São essas as recompensas que a autoconfiança e o autorespeito

nos oferecem.

O primeiro passo para expandir nossas possibilidades positivas

e a partir daí transformar a qualidade da nossa existência é

fortalecer a auto-estima.

Vamos nos aprofundar um pouco mais no signifi cado do

conceito de auto-estima.

Auto-estima é uma experiência pessoal, reside no íntimo do

nosso ser. É o que eu penso e sinto sobre mim mesmo, não o que

o outro pensa e sente sobre mim.

Quando crianças, nossa autoconfi ança e nosso auto-respeito

foram fortalecidos ou destruídos pelos adultos, conforme tenhamos

sido respeitados, amados, valorizados e encorajados a confi

ar em nós mesmos. Entretanto, mesmo nos primeiros anos de

vida, nossas escolhas e decisões foram muito importantes para o

desenvolvimento futuro da auto-estima. Estamos longe de ser meros

receptáculos da visão que as outras pessoas têm de nós. E, de

qualquer forma, independentemente de nossa criação, quando nos

tornamos adultos a responsabilidade passa a ser apenas nossa.

Ninguém pode respirar por nós, ninguém pode pensar por

nós, ninguém pode nos dar autoconfi ança e amor-próprio.

Posso ser amado por minha família, por meu companheiro

ou companheira e por meus amigos e, mesmo assim, não amar a

mim mesmo. Posso ser admirado por meus colegas de trabalho

mas me ver como um inútil. Posso projetar uma imagem de segurança

e equilíbrio que ilude todos à minha volta e ainda assim

tremer por dentro ao sentir minha inadequação.

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Posso preencher todas as expectativas dos outros e, no entanto,

falhar em relação às minhas; posso conquistar todas as honras

e, apesar disso, sentir que não realizei nada; posso ser adorado

por milhões e despertar todas as manhãs com uma nauseante

sensação de fraude e vazio.

Se temos sucesso mas não contamos com uma auto-estima

positiva, estamos fadados a nos sentir como um impostor que

aguarda nervoso o momento em que será desmascarado.

Assim como os aplausos não aumentam nossa auto-estima,

também não o fazem os conhecimentos, a competência, as posses

materiais, o casamento, a paternidade, as ações de caridade,

as conquistas sexuais nem as cirurgias plásticas. Esses fatores

podem até fazer com que gostemos mais de nós mesmos por um

tempo, ou que nos sintamos mais à vontade em situações específi

cas, mas conforto não é auto-estima.

Infelizmente, existem muitas pessoas que procuram a autoconfi

ança e a auto-estima em todos os lugares, menos dentro de

si mesmas, e, assim, fracassam em sua busca. Veremos adiante

que a auto-estima positiva pode ser entendida como um tipo de

conquista espiritual, isto é, uma vitória na evolução da consciência.

Quando começarmos a ver a auto-estima dessa forma, como

uma condição da consciência, compreenderemos quanta tolice

há em acreditar que, se pudermos causar uma boa impressão nos

outros, teremos uma auto-avaliação positiva. Pararemos de dizer

a nós mesmos: “Se pelo menos eu conseguisse uma promoção;

se pelo menos me casasse e tivesse fi lhos; se pelo menos pudesse

comprar um carro melhor; se pelo menos pudesse escrever mais

um livro, comprar mais uma empresa, ter mais um amante, receber

mais um prêmio, obter mais um reconhecimento de minha

generosidade... – então realmente me sentiria em paz comigo

mesmo.” Perceberemos por fi m que, como a busca é irracional, o

anseio será sempre por “mais alguma coisa”.

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Se ter auto-estima é me julgar merecedor da vida, se é reconhecer

que tenho competência e valor, se é a auto-afi rmação da

consciência, de uma mente que confi a em si mesma, ninguém

pode gerar essa experiência a não ser eu mesmo.

Quando avaliamos a verdadeira natureza da auto-estima, vemos

que ela não é competitiva nem comparativa.

A verdadeira auto-estima não é expressada pela autoglorifi -

cação obtida à custa dos outros, nem pela intenção de se tornar

superior aos demais, diminuindo alguém para poder se elevar.

A arrogância, o orgulho e a superestima de nossas capacidades

refl etem uma auto-estima inadequada, e não, como imaginam

alguns, excesso de auto-estima.

Uma das características mais signifi cativas da auto-estima

saudável é que ela é o estado da pessoa que não está em guerra

consigo mesma nem com os outros.

A importância de uma auto-estima saudável reside no fato de

que ela forma a base de nossa capacidade de reagir ativa e positivamente

às oportunidades da vida – seja no trabalho, no amor

ou no lazer. Além disso, ela é a responsável pela serenidade de

espírito que nos possibilita desfrutar a existência.

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