Consciencia E Alienação- Cabra Marcado Para Morrer Filme

CABRA MARCADO PARA MORRER:

CONSCIENCIA/ ALIENAÇÃO: A IDEOLOGIA NO NIVEL INDIVIDUAL

Acadêmicos: Michelle Abitbol.

Psicologia Social II – 4º Período

O sujeito, segundo Silvia Lane em seu livro “As categorias Fundamentais da Psicologia Social”, afirma que o homem é um sujeito passivo e ativo ao mesmo tempo. O grau de autonomia, de independência é o que faz o homem ativo e assim se faz historia ao grau que se define no conjunto de suas relações sociais.

No filme Cabra Marcado para Morrer de Eduardo Coutinho, é retratado a historia de José Pedro Teixeira, líder de uma liga camponesa da cidade de Sapé, Paraíba. Este e outros participantes da liga lutavam por melhorias de condição de trabalho e morreu assassinado por militares em 1962. Na tentaria de correlacionar o filme e a psicologia social, me encontro no tema retratado em sala: Consciência/ alienação: ideologia no nível individual.

A análise ideológica é fundamental para a determinação dos comportamentos sociais do individuo e pela rede de relações que esta constitui o próprio individuo. Jose Pedro Teixeira assim como seus companheiros dessa luta idealizava a reforma agraria; a melhoria de vida não só para eles, mas para todos seus familiares. E essa ideologia se repercutiu para toda a sociedade que se encontrava alienada em um modelo de vida desumano, iniciando um processo de consciência grupal.

É apresentado também o fato onde o senhor de engenho expulsa os trabalhadores de sua terra, e estes contratam um advogado para pleitear os direitos dos trabalhadores. Neste ponto, lembro-me de um trecho no qual Lane afirma que, a consciência de classe se manifesta quando indivíduos conscientes de si se percebem sujeitos das mesmas determinações históricas que os tornaram membros de um mesmo grupo.

Analisando de forma histórica o que é apresentado no filme, e o que é apresentado no texto, podemos fixar nossa visão um pouco mais a frente. Nos dias de hoje, a reforma agraria no nosso país já se mostra eficiente devido à pressão de uma conscientização social, elaborada pelas ligas camponesas que lutavam por um mesmo ideal. Entendendo assim que a reprodução da ideologia como produto subjetivo de ação-pensamento, tem suas raízes históricas, na medida em que a linguagem presente no pensar é um produto do grupo social ao qual o individuo pertence, segundo Silvia Lane.

O filme mostra um pouco do interesse da comunidade da área de Sapé em posição de reivindicar seus direitos diante de um painel exploratório. Uma cena onde a alienação de um grupo é desfocada para a ascensão de uma idealização; uma idealização de melhoria de trabalho, de situação de vida.

“O pensar uma ação pode simplesmente reproduzir essa ideologia, na medida em que se submete ou a reproduz através de explicações do tipo é assim que deve ser, é assim que se faz”. O individuo consciente é aquele que reflete sobre o fazer e o não fazer, o agir e o não agir, em posição de confronto com a realidade, tendo como consequência a conscientização do individuo. A mobilização dos camponeses em deixar a vida explorada para ter uma vida de justiça reproduz essa conscientização de si e grupal em prol de uma ideologia. Uma ideologia que se estende por anos

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