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Resenha Do Filme Cabra Marcado Pra Morrer

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Por:   •  17/12/2013  •  2.359 Palavras (10 Páginas)  •  2.077 Visualizações

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O filme começa com uma música mostrando um país subdesenvolvido, mostra a população suburbana e crianças trabalhando. Conta a história política de um líder da liga camponesa de Sapé na Paraíba chamado João Pedro Teixeira, porém com o golpe militar as filmagens são interrompidas. João Pedro Teixeira morre assassinado, os trabalhadores se reuniram em frente à liga camponesa de Sapé, na época era a maior liga do nordeste.

João Pedro Teixeira e todos os outros membros da liga lutavam por direitos trabalhistas e por uma melhor qualidade de vida no campo. Em 15 de janeiro de 1964, houve um conflito entre policiais, e isso tornou impossível a realização das filmagens no local. Foi no engenho Galiléia em Pernambuco onde nasceu a primeira liga camponesa em 1955. João Mariano, que fez o papel de João Pedro Teixeira, não era de Galiléia, no projeto no projeto de filmagem com os participantes originais, só restaram Elizabete esposa de João Pedro, e seus filhos. Em 1 de abril de 1964, o trabalho foi interrompido, Galiléia foi invadida pelo exército, os principais lideres camponeses e alguns membros da equipe foram presos, mas, alguns conseguiram fugir para o Recife, nesse período todo o material da filmagem foram apreendidos, porém a maior parte da filmagem conseguiu ser salva por ter sido enviada para o laboratório no Rio de janeiro. Só em fevereiro de 1981 foi possível a retomada das filmagens, apenas dois camponeses que estavam desde o início das filmagens estão vivos, José Hortêncio da Cruz e João Virgínio Silva.

O começo da narrativa de um dos camponeses é sobre a luta que todos da região vivem, inclusive ao enterrar os seus parentes mortos, pois só tinha um caixão na prefeitura para servir a comunidade no qual o caixão só servia para levar o morto ao cemitério e logo depois é devolvido a prefeitura.

Galiléia era dividida em lotes nos quais moram 150 famílias que pagavam ao dono do engenho anualmente para poder usar a terra. O dono do engenho decidiu expulsar todos os habitantes de Galiléia, após descobrir que a liga não se preocupava apenas com os votos, mas tinha outras lutas para conquistar. Os moradores dessa liga decidiram contratar um advogado para representar os camponeses. A desapropriação dessas terras foi feita em dezembro de 1959 através de prévia em dinheiro como previa a constituição, porém até hoje os camponeses não tem a escritura de suas terras.

Depois de muitos anos, o diretor de cinema Eduardo Coutinho volta à região e reencontra a viúva de João Pedro, a Elizabeth Teixeira, que até então vivia de forma clandestina como muito dos outros camponeses que participaram do filme.

As ligas camponesas vinham sido criadas desde o começo dos anos 50 com o objetivo que conscientizar e mobilizar o trabalhador rural na defesa da reforma agrária.

Durante o governo de João Goulart o número dessas associações cresceu muito e junto com elas também se multiplicaram os sindicatos rurais. Os camponeses organizados em sindicatos ganharam mais força política para exigir melhores condições de vida e de trabalho.

A renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, após sete meses de governo, abriu uma grave crise política, já que seu vice, João Goulart, não era aceito pela UDN e pelos militares, que o acusavam de promover agitação social e de ser simpático ao comunismo. Assim como esses setores eram contrários à posse de Jango, existiam outros que defendiam o cumprimento da Constituição, como o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. O impasse foi resolvido com a adoção do regime parlamentarista de governo, aprovado pelo Congresso. Com esse regime, Jango era apenas chefe de Estado, sendo que o poder efetivo de decisão estava nas mãos de um primeiro-ministro escolhido pelos deputados e senadores. Iniciava-se assim um dos períodos mais obscuros da história do Brasil, com 21 anos de ditadura militar que promoveu uma violenta onda de repressão sobre os movimentos de oposição, além de ter gerado uma menor concentração de renda, agravando a questão social, produzindo mais fome e miséria. Os "anos de chumbo" da ditadura ocorreram após o AI5 (Ato Institucional número 5), no final do governo Costa e Silva (1968), estendendo-se por todo governo Médici (1969-1974).

Diante da crise econômica, o regime parlamentarista imposto pelos conservadores, se mostrava ineficiente, com a sucessão de vários primeiros-ministros, sem que a crise fosse atenuada. Esse cenário fortaleceu o restabelecimento do presidencialismo, conquistado através de um plebiscito em 06 de janeiro de 1963. Reassumindo a plenitude de seus poderes, Jango lançou as reformas de base apoiadas por grupos nacionalistas e de esquerda. Elas incluíam a reforma agrária, a reforma do sistema bancário, a reforma tributária e a reforma eleitoral.

Muitos comícios foram organizados em apoio às reformas, destacando-se um comício-gigante realizado na Central do Brasil do Rio de Janeiro em 13 de março. A mobilização popular nos comícios assustava as elites que, articuladas com as forças armadas e apoiadas pelos setores mais conservadores da Igreja, desferiram um golpe de Estado em 31 de março de 1964.

O filme mostra a vida dos moradores da Galiléia e também dos ex-participantes do filme que se encontra em outros estados, trabalhando em fábricas. Um dos únicos atores que sabiam ler e que morava em Galiléia era Cícero e que também foi assistente de produção do filme. Elisabeth Teixeira estava desaparecida desde 64, ninguém sabia onde ela estava, o único que sabia era Abraão seu filho mais velho, que também é jornalista, Abraão morava em Patos no sertão da Paraíba, depois de quatro horas de viagem chagaram a São Rafael, onde Elisabeth morava com seu filho Carlos e ela tinha mudado o nome para Martha Maria da Costa.

Elisabeth Teixeira casou com João Pedro em 1942, se conheceram em um barracão e depois fugiram, João Pedro trabalhava em um pedreira e logo depois começou a lutar pelos sindicatos rurais, depois foi para Paraíba e começou a fundar a liga camponesa de Sapé em 1958 e em 1962 ele foi assassinado, moravam no sitio do pai de Elisabeth, ele sabia ler e escrever, era de religião Evangélica, e Elisabeth era Católica.

João Pedro Teixeira foi morto em uma emboscada no dia 02 de Abril de 1962, por dois soldados da policia militar, um vaqueiro da fazenda do latifundiário Agnaldo Veloso Borges, suplente de deputado estadual, o juiz de Sapé decretou a prisão preventiva de Agnaldo apontado como um dos mandantes do crime, este se livrou da prisão e do processo assumindo uma cadeira na assembléia legislativa do estado de Pernambuco, Agnaldo era o quinto suplente, um deputado e quatro suplentes renunciaram no mesmo dia para Agnaldo tomar posse. Em março de 1965, os dois policiais

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