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Constituição Recíproca da Pessoa em Desenvolvimento e de Seus Contextos

Por:   •  24/8/2021  •  Resenha  •  607 Palavras (3 Páginas)  •  62 Visualizações

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O texto defende a ideia de que há uma constituição recíproca da pessoa em desenvolvimento e de seus contextos. Que argumentos são apresentados em defesa desta perspectiva? Que tipos de problemas podem ocorrer no processo de desenvolvimento infantil relacionados com a falta deste tipo de perspectiva?

Os autores construíram uma perspectiva teórico metodológica que entende o desenvolvimento humano como um processo que acontece nas e através das interações que as pessoas estabelecem em cenários socialmente regulados e culturalmente organizados, considerando aspectos biológicos, relacionais, contextuais e culturais.

Desta maneira, o “outro-social”, os diferentes parceiros da criança, como adultos ou outras crianças são elementos que contribuem tanto quanto o aspecto orgânico. Uma relação intrínseca entre pessoa-meio. Nesse contexto, o desenvolvimento de cada pessoa se dá através de sua relação com outras com quem convive.

Existe uma reciprocidade evidente da pessoa em desenvolvimento e de seus contextos. Um exemplo mencionado na pesquisa ilustra de forma bastante clara o quanto isso afeta a vida da criança em desenvolvimento: Uma família teve três 3 crianças com sérias deficiências auditivas. A primeira criança teve sua surdez descoberta quando tinha um ano e meio, enquanto a segunda aos oito meses. Já a terceira, desconfiaram desde o início. A filha mais velha conseguiu atingir um nível bem maior de desenvolvimento que as demais, já que sua mãe, ao descobrir a surdez de suas filhas “se calou”, privando as crianças de ricos momentos interativos e comunicativos. O nível de desenvolvimento de fala e da comunicação dessas crianças não acompanhou seu grau de deficiência, mas o tempo que as família interagiram com elas ainda pensando que elas eram capazes de ouvir.

Elucida-se então que o outro social age de certa forma como mediador, complementando e interpretando o bebê para o mundo e o mundo para o bebê. É por meio do outro que o bebê toma forma. Já no primeiro ano de vida, estão presentes capacidades de trocas recíprocas, mesmo antes das habilidades de locomoção e fala, por exemplo, os bebês podem e interagem entre si. Os autores trazem a noção de “campo interativo”, onde há interesses pelo outro e derivados pelo outro. Um costurar de significados sendo tecido através de gestos, do olhar, da postura corporal, do choro, dos sorrisos, das vocalizações e das emoções, tudo isso na relação com o outro.

Nesse ínterim, pensar o desenvolvimento humano não é possível sem que se pense também nas relações da pessoa com seu meio sócio-histórico-cultural. Desta forma, a falta desse processo dinâmico e dialético de comunicação impossibilita o fundamental: que as pessoas se constituam reciprocamente, dando sentido a si próprios, aos outros e a seu entorno. Afinal, nesta perspectiva, meio e pessoa são parte indissociável de um mesmo processo.

Por fim, faço uso de um trecho do texto que sintetiza de forma bastante clara a importância dessa perspectiva de desenvolvimento:

“Desde que nasce, e mesmo antes, na gestação, a criança está imersa nas práticas sociais de algum grupo de pessoas que atuam como seu ambiente de aprendizagem e desenvolvimento. Suas formas de agir, pensar, sentir, embora influenciadas por fatores biológicos,

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