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Crepop caps

Por:   •  28/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.657 Palavras (7 Páginas)  •  308 Visualizações

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  1. Eixo III

Ao pensarmos em como cuidar da loucura, imediatamente nos lembraremos dos hospitais psiquiátricos que foram, durante muito tempo, referência no atendimento para estes sujeitos. Com a reforma psiquiátrica e a desinstitucionalização, devemos pensar e praticar uma nova forma de atendimento e o acolhimento destes sujeitos.

O Centro de Atenção Psicossocial, ou simplesmente CAPS, é um núcleo de saúde mental aberto e comunitário que faz parte do programa único de saúde, o SUS. Os CAPS compõe parte de uma rede de cuidado e de sociabilidade que se distribuem regionalmente. Nestes locais, os atendimentos e acompanhamentos são realizados em grupos ou individualmente. Assim como toda a rede de atendimento, os CAPS promovem mudanças tanto nos sujeitos que são atendidos como na comunidade que está em volta, e desta forma inicia o processo de inserção dos portadores de sofrimento mental de forma gradativa, com a finalidade de dar-lhes mais autonomia e segurança. Tem por finalidade promover o bem estar social da comunidade que ele está inserido, sendo referencia no tratamento de transtornos mentais para indivíduos que precisam de acompanhamento e atenção diária.

É de responsabilidade do CAPS, prestar serviços de acolhimento a pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses. Promovendo o acolhimento, suporte e cuidados, tanto para indivíduos em crises psicológicas quanto para indivíduos que precisam de uma internação de urgência.

O desafio desta atuação é fazer com que a sociedade, o sujeito e a própria família muitas vezes, pense e reflita de modo crítico e questionador sobre o atendimento prestado pelos manicômios. Fazer com que as pessoas entendam a diferença do suporte que a rede de atendimento oferece ao portador de sofrimento mental e como este modo de intervenção não só dá a possibilidade de uma melhora, como também de um novo modo de viver para aqueles sujeitos e é essencial para sua inserção na sociedade. As intervenções são realizadas de diversas formas, contando com uma estrutura que dá todo o apoio e suporte para estes indivíduos estando eles bem, ou em casos mais graves (em surto).

Desta forma nós fomentamos a discussão dos direitos que essas pessoas tem, e que se deve respeita-los, pois eles são cidadãos e devem ser tratados como tal.

“O direito à liberdade, o consentimento com o tratamento, o respeito à cidadania e aos direitos humanos, a participação do usuário no serviço; articulam-se aos conceitos de território, desinstitucionalizado, porta aberta, vinculo, trabalho em equipe e em rede.” (Conselho Federal de Psicologia, 2013)

A construção do conhecimento é um exercício diário, pois não há nenhum referencial teórico em que se apoiar, deste modo, os profissionais convivem em um embate com os métodos tradicionais e a invenção de uma nova forma de agir. Isto também modifica o modo como entendemos a loucura, e de como cuidamos dela. Colocando sempre como prioridade a cidadania dos sujeitos, tanto os atendidos como aqueles que atendem. Olhando para a pessoa que está ali e não apenas para a doença que faz parte de seu ser.

Ao mudar toda a estrutura, e disponibilizar um novo modo de agir e de pensar, os CAPS mostram que os vínculos podem melhorar ou piorar o estado do sujeito. Muitas vezes o medicamento não é necessário se pudermos agir de outra forma, oferecendo para o atendido que ele se torne o sujeito de sua história, e que ele tome a frente de sua vida com autonomia dentro da capacidade de cada um.

Ao pensar no CAPS devemos ter em mente sempre essa possibilidade da construção da cidadania e da liberdade, dando a possibilidade do indivíduo se inserir na sociedade, superando os limites que muitas vezes foram impostos para eles.

Quando falamos em rede de atendimento, estamos reestruturando toda a hierarquização dos atendimentos. O que antes era algo vertical, muda de posição e se torna mais acessível e disponível. É o estar em movimento, articulando com outros serviços ampliando o seu campo e aumentando as possibilidades de melhora, estamos dando espaço para a problematização da forma de atender e de entender estas pessoas. É uma proposta complexa, mas necessária para a desconstrução dos manicômios e para a construção da cidadania do sujeito.

Utilizando de técnicas psicanalíticas, cabe ao CAPS e toda a sua equipe, insistir no processo de tratamento das psicopatologias, não excluindo os indivíduos que as sofrem, mas pelo contrario, os integrando nas comunidades que vivem de forma criativa e singular, respeitando a subjetividade de cada usuário do centro de atenção psicossocial. O CAPS trabalha focando a liberdade do individuo, sendo esse um dos principais enfoques da Reforma Psiquiátrica.  

Eixo IV.  Gestão Do Trabalho

Este capítulo nos traz a implementação e consolidação do Sistema Único de Saúde que envolve vários níveis de gestão entre elas gestão financeira, politica e de pessoa. Para o êxito da politica pública de saúde no SUS, é fundamental a garantia da gestão participativa que envolva participação efetiva de todos os atores sociais no SUS.

O importante para fazer uma gestão é estar em busca de construção de consensos coletivo, considerando todos os atores neste processo, possibilitando a discussão e a disputa de diferentes projetos trazidos por eles. Para que a implementação das ações se torne eficaz e duradoura.

Essa gestão exige uma postura firme diante do SUS e ao mesmo tempo uma postura flexível, diante as inúmeras frentes politicas que se apresentam diante de implantação de projetos de saúde.

O gestor de saúde tem que saber que conflitos e contradições irão fazer parte de seu cotidiano, a cerca de seu compromisso, o gestor deve lidar diretamente na resolução destes conflitos, tendo em mente que ações de clinica, politica e da gestão são indissociáveis.

O texto aponta alguns fatores que interferem na implantação de uma rede de serviços de saúde mental e de saúde geral, que incluem mostras de que a politica de saúde ainda é do governo e não do estado, diferenciação teórica dos trabalhadores, falta de investimento, condições de trabalho precárias, pouca participação da sociedade e falta de qualificação para os funcionários do ramo.

Aponta também que o sistema de trabalho é diferenciado de acordo com as cidades, ainda nos traz um exemplo: O Caps de uma cidade de interior não é o mesmo de uma cidade grande. Por mais que os funcionários estejam capacitados para tal, tudo depende da subjetividade dos sujeitos encontrados, tornando assim um trabalho árduo de criatividade e especifico de acordo com a subjetividade dessas pessoas.

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